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2.12.15

Porta Aberta é Sentimento

O que você faria se soubesse que a porta está aberta? Será que você entraria devagar pelo corredor e espiaria? Ou ficaria parado, tomado pelo medo, pelas incertezas, atônito? 
Ou então ficaria só olhando em silêncio e cuidando para que ninguém te descobrisse tão perto?
E se a porta estivesse aberta de propósito para você entrar, com um espaço reservado, só seu? E se você pudesse entrar e não precisasse dizer nenhuma palavra? Não precisasse nem acender a luz? 
E se eu te dissesse que bastava entrar, cometer o crime mais perfeito e fazer a coisa mais certa ou errada a fazer?
A porta se abre apenas uma vez, e é preciso entender que as loucuras que se imagina, as vontades, e os impulsos também podem ser vividos.
A porta não escolhe hora, momento ou situação, porque é assim que tem que ser. Se abre para ver seus olhos se despedirem ao amanhecer e não te deixar saber se tudo foi apenas um sonho.
É uma porta para um quarto onde fantasmas leem sobre saudade em meio a uma escuridão de intensões e pesadelos. E você aprende que verdadeiro pesadelo é o sonho do gosto que não se materializa.
Mas a porta está lá, aberta. Não demore muito mais. Atrase relógios, se for preciso. Talvez. Por uma vez. Talvez. Em um dia qualquer.
A porta ficará aberta… até que você entenda que por mais escancarada que ela esteja, vez ou outra, ela se fecha, e o prazer e a realidade que passam por ela se perde para sempre.
Por que às vezes, você pode fazer algo sem destruir nada, nem ninguém. Às vezes, uma vez dentro, basta sair de fininho pela porta dos fundos sem causar alvoroço nem consequências.

19.8.15

Alguma Coisa sobre Eles

Se fosse simples, tinha só um nome e sobrenome e data de nascimento. Mas não tem. Se não fosse estranho, seria tudo conforme o planejado. Mas é. Se não fosse fascínio, sairia facilmente da cabeça. Mas não sai. Se não fosse intenso, os olhos não procurariam. Mas procuram. 
Para nosso desespero, tudo é notado, tudo é preciso, tudo é mágico, tudo é um único e improvável contato. Nos deixando sem noção de medida, sem noção de certo ou errado, sem saber se vai ou se fica. 
É cíclico, não se supera, não se encontra, não se liberta. São emoções que te jogam de um lado para o outro, te jogam para cima ou para baixo. São poesias em aberto, esperando nomes que não completam lacunas. 
No quadrado da rotina e do aceitável, eles não foram quando quiseram, eles esconderam de si mesmo quando foi necessário. Ele não fez sua parte. Ela não quis sua parte. Eles – não faz mais diferença, é indiferença. 
No carrossel da incerteza ninguém se põe mais a sonhar, apenas brincar, brincar de evitar. 
Pela sombra encontram-se só espaços, abismos, vãos, caos, intenções, desejos, uma porta escancarada. 
Eles não sabem. Quase nada. Alguma coisa sobre eles. O que foi, o que não foi e o que poderia ter sido. Foram embora. Porque nunca haveria lugar suficiente aqui. 
Ganharam asas descartáveis da vida, um leve empurrão e a disposição para querer voar. E na mente somente terceiras pessoas de um plural qualquer. 
Sim, a vida é um plano fracassado de roteiros impossíveis. Uma procura interna de justificativas e álibis, tornando os pequenos encontros de certeza inesquecíveis.

4.11.14

Amor Romântico e Amor Genuíno

"O problema é que sempre confundimos a ideia de AMOR com APEGO. 
Sabe… nós imaginamos que o apego e o agarramento que temos em nossas relações demonstram que amamos quando, na verdade, é só apego… que nos causa dor. Porque quanto mais nos agarramos, mais temos medo de perder. E então, se perdermos, vamos sofrer. 
O que quero dizer é que amor genuíno é… 
Bem, o apego diz: ‘eu te amo, por isso eu quero que você me faça feliz…’. O amor genuíno diz: ‘eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me incluir, ótimo! Se não me incluir, eu só quero a sua felicidade. Apego é como segurar com bastante força. Amor genuíno é como segurar com muita gentileza, nutrindo, deixando que as coisas fluam. Não é ficar preso com força. Quanto mais agarramos o outro com força, mais nos sofreremos. 
Porém é muito difícil para as pessoas entenderem isso porque elas pensam que quanto mais se agarrarem a alguém, mais isso demonstra que elas se importam com o outro. (…) 
Idealmente, as pessoas deveriam se unir em casais já se sentindo preenchidas por elas mesmas e ficarem juntas apenas para apreciarem isso no outro, em vez de esperar que o outro supra essa sensação de bem estar que elas não têm sozinhas.” - Jetsunma Tenzin

[Ative a legenda no canto inferior direito do vídeo]

 

28.1.14

Na Faixa Etária da Mentira o que Cresce é a Decepção

O mundo parece um grande churrasco de condomínio, uma festa envolvida em mentiras que falamos para nós mesmos e na forma como contamos essas mentiras para os outros. 
Mentiras que são muito rapidamente incorporadas no nosso dia a dia, e nelas baseamos nossas decisões, que nos levam para caminhos que não são os nossos, para lugares que não queríamos e para objetivos que não deveríamos querer. 
Essas mentiras também tem idade. A faixa etária da enganação começa quando a mentira ainda é nova, aquela mentira feita visando a diversão, para testar os limites que os pais colocam. Mas quando a mentira vai ficando mais velha, ela aparece para tentar nos encaixar nesse mundo. Influenciando decisões, amores, carreiras, posses, vidas. A mentira “madura” serve para nos alocar ao lado daqueles que parecem entender as coisas da vida, e parecem não ter dúvidas ou sentir que estão perdidos. A evolução da mentira é nos fazer parecer adultos. E esse é o maior engano de todos. 
Demoramos a entender, e tem gente que passa a vida toda sem saber, que as verdades sobre o que gostamos e o que não gostamos já estão dentro de nós, em algum lugar. E que mentir para si mesmo é aprisionar a perfeição, a realização, o amor. Ignorar essa voz mais íntima, estar surdo ao que o corpo e a mente pedem, e andar abraçado com o espantalho da racionalidade, são sinônimos de privação, de uma vida de frustração. 
Nesses casos não é ter mais experiência que resolve, não é caso de saber mais, pois ninguém sabe mais de nós que nós mesmos. O problema é que não exercitamos nos entender, geralmente somos do contra, somos nossos piores inimigos. Ninguém sabe melhor do que nós o que nos faz felizes. E ninguém tem o poder de encobrir essa verdade mais que nós mesmos. 
Mentimos por medo e vergonha – no desejo de sermos aceitos, de tentar ser iguais aos outros (que também estão tentando ser aceitos), mentimos para viver uma vida de repetição, por mais que não aceitemos isso. 
Quanto mais falamos que queremos ser diferentes, mais nos tornamos iguais. 
Mentimos, pois temos medo de ser diferentes, pensar diferente, fazer diferente. Irônico é saber que muitas vezes as pessoas que conseguem transformar seus sonhos em realidade são precisamente aquelas que tomam decisões polêmicas. Elas são as únicas que têm a coragem de falar e mostrar que tem objetivos incomuns e são verdadeiras nas suas realizações. 
Enquanto isso, muitos na mediocridade, mentem para as coisas, pessoas, atividades e sonhos que realmente dão prazer e que parecem proibidas por ter uma mente recheada e influenciada pelo comum. Se por um momento silenciamos o barulho de “o que diriam” e prestamos atenção na nossa coleção de mentiras, analisando o quando o como e o porquê , poderemos encontrar o nosso tesouro pessoal, aquilo do que realmente gostamos e o que realmente somos, e poupar a nós mesmos de muitas mentiras inúteis que só vão desperdiçar nosso tempo e ânimo. Só fazendo isso é que realmente poderemos correr atrás dos nossos sonhos e nos tornar protagonistas das nossas vidas e não seguidores da vida e dos sonhos de outra pessoa.

16.4.13

Realidade São Loops de Caminhos Repetidos

Os dias não são difíceis, coincidências que se repetem é que são. Será o acaso, a providência, a culpa, a colheita? Não! É somente o fim de um plano... Afinal, realidade são loops de caminhos repetidos. 
Difícil não é ir para o outro lado, mas aguentar que tudo muda após a sua viagem. A repetição de fotos para estender a consciência, a repetição da alienação para não enfrentar verdadeiros problemas, a repetição da rotina como muleta para as desculpas, a repetição da semana estressante como pedágio para o fim de semana. E vidas são disperdiçadas... Todos mais velhos e mais iguais que ontem.
Difícil não é contar, mas ser entendido. Não é saber, mas fazer! A vida é uma sucessão de escolhas erradas feitas pelo tempo e corrigir não está à venda. 
A repetição dos sonhos com o baile nas nuvens aturando o descompasso das horas da nossa realidade. 
A existência é um sopro, que faz diferença, mas está longe de ser essencial. Afinal, tudo é maior. Pequenos mesmos são os nossos problemas. Pequenos mesmos são nossos mundos, criados, deformados, limitados, mal aproveitados, distorcidos, influenciados da nossa mente. A distorção do ser, da vida, do propósito. 
A herança das escolhas erradas e decisões fundamentadas sobre o nada. Viemos para ser colaboradores e não personagens principais do veículo chamado esperança. Principal é o todo, o coletivo. 
Corações cinzas, frios, e mentes feito um breu. A espera de mudanças, a espera do melhor, do melhor amor, da melhor vida, do suficiente. Mas verdades arraigadas em mentiras não ajudam. 
E assim seguimos, passando pelo tempo, vivendo vidas de ciclos ilusórios, amando e desejando as coisas, girando o mundo pra que algum dia, em alguma estação que há de chegar, a felicidade esteja de braços abertos ao nos reencontrar nesse trem chamado vida. 
Mas ela não vem completa, se acidentou pelo caminho.

22.12.12

Lustrar a Máscara é Embaçar a Visão do Íntimo

Como é possível passar uma vida inteira sem ter realizado grandes conquistas? Como é possível, com toda a força que possui, com toda a sua potencial inteligência, não ter chegado em qualquer lugar?
Com sua beleza, um verdadeiro milagre da natureza, provida de consciência e instinto moral, na perfeição do salto alto, com a capacidade de dominar o mundo, as pessoas, realizar sonhos e destruir pesadelos, como pode continuar no sofrimento?
No entanto, aqui está você, no ápice da vida, no vigor da saúde, no clímax da forma física, no ponto em que mais se desafia e não se tem medo da morte, levando uma existência sórdida e obscura, tentando agradar quem não te dá valor, tentando conquistar quem não te dá a mínima, chorando por quem não merece, duvidando de sua real capacidade de sedução e realização. Caçando objetos materiais ou tentando mostrar algum status ou migalha do seu ser para satisfazer a vaidade e o gosto decorativo de outros, mergulhando na mesquinharia, se humilhando em lágrimas e na depressão, deprimida no colo da solidão.
Ter pressa, tirar conclusões baseadas na euforia e na novidade é o que te basta para se tornar mais uma medalha no perfil emocional da rejeição.
Por que não para com isso? Por que não aproveita o que tem de melhor na vida? Por que não dá uma chance ao seu verdadeiro eu? Você sabe quem é o verdadeiro eu? Não há nada capaz de detê-la. Confie! 
O que deu errado? Você não tinha ambição? Caiu em tentação? O que aconteceu? O que aconteceu? Certas turbulências ensinam tanto que deveríamos ter um certo prazer em passar por elas. Certas rejeições fazem tão bem, pois nos movem na direção correta. Certas negações, às vezes, é o que se precisa ouvir para enxergar o óbvio.
Eu sei que atrás deste universo de aparências, da maquiagem, da unha bem feita, do perfume e dos flertes, ainda existe uma esperança preservada.
Nos copos sujos de ontem, nas lembranças dos olhares, nos pensamentos e desejos mais íntimos, existe a vontade de que um café de cada manhã lhe seja servido. Mas não será do jeito que quer, mas do jeito que aparece e você não percebe. Sempre por trás daquela palavra que você não suporta ouvir e não se conforma e que ecoa do íntimo.
Não adote vidas, não desenvolva ilusões, não lustre sua máscara. Acredite na percepção, desenvolva a intuição, não se entregue, seja você agora.

11.10.12

O Conto de Fadas da Vida é um Desabafo

A fala era engano. A roupa, mais um engano. Uma vida, mais um engano. 
Luzes em cena, a eterna espera pelo que ficou por ser dito. E, no fim, lamentam-se os enganos. Uma plateia que continua se enganando ao acreditar que ainda dá tempo. Que o boneco ainda tem chance. E de engano em engano, através de uma coleção de diálogos e reencontros imaginários, uma trama se desenrola. Um verdadeiro teatro de fantoches na mão da fantasia. 
As ações se transformam em aproveitar o que sobra ou o que falta, não o que, de fato, é. Qualquer coisa que se desataca, qualquer coisa que some. Qualquer coisa que precise falar alto ou silenciar. Personagens fictícios de nossa própria realidade. Fantoches torturados pelo sono. Manipulados por uma oscilação de humor. Não acreditando mais no que é dito. Não crendo que a vida, os amores e os sonhos sejam somente isso. Altos e baixos, idas e voltas, conquistas e decepções... 
Por tantas vezes há mais verdade na mentira do que na aparente alegria de um fantoche. 
O conto de fadas da vida é um desabafo. A esperança é a única certeza. A ilusão é a única escolha. Por tantas vezes se jura em falso... por tantas vezes se chora em silêncio... por tantas vezes se ama em vão... 
Nada é o que faz parecer. Porque ser humano nenhum é capaz de se fazer caber no palco da total compreensão de si e dos caminhos que toma na vida. Pelo destempero, pela culpa, pela obsessão. Quanto engano. Desengane-se. 
Figuras justificando amores partidos e oportunidades perdidas. Participando de crônicas sobre o nada, contos de mentira. 
Vez ou outra um incômodo, vez ou outra uma lágrima, vez ou outra um sorriso e assim segue. Fantoches atormentados ou simplesmente um bons protagonistas… Nunca vamos realmente saber. E o que vale a pena, acima de todos os possíveis finais da história, talvez seja exatamente isso. Nunca vamos saber, nunca vamos compreender o motivo pelo qual seguimos com pressa para abrir uma nova porta.

5.10.12

Dialética Míope: A Maquiagem da Vida

Viver em um mundo cada vez mais apertado tem suas desvantagens, e uma delas é escancarar os seus defeitos e toda a sua falta de educação. 
A evolução não é necessariamente progressista, linear e tampouco inexorável. O pobre pode ficar mais pobre. O ignorante mais ignorante, o doente mais doente, o chato mais chato, o medíocre mais medíocre, o falso mais falso, o ingrato mais ingrato, o egoísta mais egoísta, o materialista mais materialista, o engano mais comum, o conformismo e alegria desmedida cada vez mais presente ao lado... 
Portanto tudo pode piorar, e como dá muito menos trabalho piorar do que melhorar, essa acaba sendo a regra geral. Uma espécie de miopia racional contaminou nosso senso analítico... 
É lindo acreditar que as coisas vão sempre melhorar. É lindo dizer que dias melhores sempre virão – é nossa bandeira – a gente não costuma exercitar a dialética. Não sabemos e não gostamos de pensar, elaborar, perguntar, argumentar, e principalmente aceitar o que se vê.
Na vida, a pior piada vence a melhor das teses, sempre. Acreditar no discurso, colocar toda a responsabilidade na esperança é enfeitar, maquiar e colocar um laço nos problemas que só crescem. É se vestir de palhaço e rir de piadas sem graça. Divertido mas um grande equívoco. Viver é ter as pernas atadas. O primeiro passo para a solução de qualquer coisa, é admitir que algo está errado.

22.9.12

Viver é Perguntar Tarde de Demais

Viver não significa decidir, mas é sinônimo de perguntar. 
A gente busca respostas, dá as caras, segura os fatos, duvida, acredita, questiona, chora e quando você acha que encontra a resposta... ela escorrega, e se quebra, frágil. 
Daí a gente fica só, outra vez. Sem fatos, com a missão de recomeçar do nada, correndo loucamente em busca de alguma coisa concreta, e cada pergunta que surge parece ser a última. 
Cada fato que ressurge parace ser de barro, quebram-se antes que possamos reformular as perguntas. 
E assim recomeçamos mais uma vez, dia após dia, ano após ano. E a verdadeira razão da sua vida acaba passando... 
Até que um dia a gente chega à frente do espelho e descobre que envelheceu. E então a busca termina...
As perguntas calam no fundo da garganta, e vem a morte. Que talvez seja a grande resposta. A única.

10.6.12

Sofrer é Alimentar a Dor. Não se Julga, Não se Entende.

Sofremos por nós mesmos. Sofremos sem conclusão. Sofremos por antecipação. Sofremos por negação. Sofremos pelas nossas emoções precárias e por nos deixarmos atingir por outros, cheios dos mesmos problemas.
Sofremos por irrealidades, por suposições, por falsos sentimentos, por falsos amores, por falsas paixões.
Os problemas que criamos são chamas que nos consomem e a imaginação é responsável por lançar o combustível.
Fazemos dos problemas o retalho que falta ao sofrimento, e lamentamos sobretudo a indiferença da maioria. Uma maioria que acusa, conclui errado e que está cheia de preconceitos e certezas vagas.
Quem há de nos visitar nesse mundo distante em que nos escondemos? Quem há de ter piedade do nosso sofrimento solitário e ignorante? Quem terá a coragem de nos aceitar quando a regra é acusar, esquecer e seguir em frente na fila?
Ninguém aparace e quem aparece fala com você olhando pros lados, concordando sem escutar...
E assim a decepção nos trai mesmo antes que a pudéssemos trair.
Achamos que podemos viver sempre com toda a intensidade de um pensamento que só quer nos sufocar. Fazemos com os sentimentos presentes uma espécie de compromisso agradável, seguro, uma emoção inferior ao amor e superior à tolerância.
Não, não são sofrimentos vagos, são dores complexas, que precisam de espaço e tempo largos e longos para se fazerem acontecer e estabelecer.
Não são acordos que aparecem aos olhos dos outros, mas antes, são silenciosos, invisíveis e permanentes.
Uma dor de verdade é melhor de sentir do que uma dor imaginada, pois a imaginada te persegue por que não existe e talvez nunca existirá. A dor inventada é mais difícil de entender do que apenas uma dor real. É esse o fascínio pelo que foge da compreensão, pelo que não cabe em linhas de tempo, pelo que não se pode mensurar, pelo que não se pode rotular que faz com que a alimentemos dia a dia.
E na dor muitas vezes nos perdemos, porque foram causadas por escolhas que fizemos, porque são acontecimentos que devastam.
O que poderia ser nosso refúgio então? Para qual farol poderíamos nos voltar, para nos guiar da escuridão para a luz?
E se for a minoria que se importa? E se forem essas raras vidas que atravessam as nossas, que com maior ou menor importância estão sempre ali? A luz de algumas delas nunca se apaga. E a pergunta agora é: Você se importa com elas?
"E quem não fica depois de nos ver do avesso, não merece nenhum dos nossos outros lados." Histórias de sofrimento são longas e tem dores complexas. Não podem ser julgadas e entendidas. Não são romances. São novelas.

31.1.12

Escolher Errado é Passar Frio

"You make your choices and you live with them. And in the end, you are those choices."

Nossas vidas são a soma de caminhos que deixamos de pegar. Um emaranhado de histórias que não se realizaram. São novelos de falta de coragem...
Não soubemos renunciar às coisas das quais era necessário abdicar para que escolhas melhores tivessem uma chance.
E assim, um nó cego se formou cada vez que desistimos de desejos, paixões, amores e sonhos. Jogado fora...
Um nó de marinheiro foi dado para cada momento que custamos a aceitar que nada se realiza sem perdas. Desfeito...
Por não querermos perder nada, acabamos perdendo tudo.
E hoje faz frio, os fios ainda estão embolados, e ninguém mais têm blusa de lã. O tempo passou, não há mais tempo.

21.1.12

Escorregador Infinito da Dúvida

Olhar para arrancar pedaços. Aceitar esse momento mágico e indescritível. Ser por um momento insubstituível na vida de alguém. Tapar os ouvidos para a proibição do impossível sem critério e fazer a melodia do improvável incomum.
Mas não era talvez na semana que vem, era para ontem. E ontem já foi tarde demais. Não era para depois, pois depois não daria mais tempo. E hoje já não faz mais sentido...
Hoje é o dito pelo não dito. Velório do desejo no caixão da escolha errada.
Dia após dia vestido de preto e de olhos e corações fechados. Porque dói se mostrar e não ser notado. Porque dá medo ter sido e não ser... Escorregar no infinito da dúvida.
Desligue a ligação consigo mesmo na própria cara. Chega de conversa. A linha está ocupada pelo súbito desinteresse... Filho da decepção com o esquecimento.
A coisa certa na hora errada sempre vai ser a coisa errada.

11.1.12

Difícil Shopping da Vida em Vitrines Alheias

Não. A vida não é fácil. Podem até existir argumentos e testemunhos contrários. Mas não; A vida é complicada, difícil, e é muito difícil para todo mundo. Não só para mim, não só para você, para todo mundo!
Sim, não se engane. É difícil até para aquele que você acha que vive bem, até para aquele que você vê sempre de bom humor. Mas uma hora a vida se mostra para todos. Todos nós temos, tivemos e teremos dificuldades. Sejam eles físicos, emocionais, internos ou externos. Podem ser familiares, amorosos, profissionais, espirituais...
A vida é muito difícil para quem sente, e às vezes é assustadora para quem vê de fora. A vida não é desenho animado. Não é brincadeira. Não é sonho de verão. Às vezes tem inverno rigoroso. A vida não é a que é postada no facebook, não é comercial de sabão em pó. Não é acordar, dormir, brincar, se divertir, ter um trabalho e ser feliz.
Viver é luta diária. É um dia a menos de vida todo dia. É envelhecer aos poucos. Encarar problemas, um atrás do outro. Sejam seus, sejam dos outros.
Felicidade não vem de graça. Mas tem segredo: se conquista. Com sacrifícios, brigas, lutas, esforço, vontade. Para viver é preciso escolher. Dizer sim, dizer não, ignorar o talvez. Saber que não podemos ter tudo aquilo que queremos. Viver é difícil. Vencer dia após dia. Deixar de lado tristezas e emoções ruins. Viver é não ser feliz todo dia. É ter mau humor. Aprender com os dias depressivos. Superar decepções. Ignorar pessoas. Sabe aquela pessoa que você acha que é feliz todo dia? Ela não é!
Viver são momentos. Bons e ruins. Alguns muito bons. Alguns muito ruins. Os muito ruins parecem eternos. Os muito bons parecem passar rápido demais. Mas todos tem prazo de validade. Início e fim. Quer queira ou não. Quer acredite ou não. Momentos bons têm dois lados. Momentos ruins também têm dois lados. Tudo depende da forma como você escolhe ver. E não é fácil sempre escolher o lado bom de tudo...
Viver não é fácil. Essa é a grande verdade da vida que todos tentam lutar contra e não aceitar. Mas podemos aceitar isso e procurar o lado positivo, mesmo para a pior coisa que já lhe aconteceu. Mesmo para a pior coisa que já tenha visto.
Não deixe que o padrão comum tome conta. Não deixe que as coisas ruins marquem para sempre sua vida e que as coisas boas sejam apenas lembranças vagas. Precisamos lutar contra nossa própria natureza... Valorizar o bom, as coisas boas, e não deixar as coisas ruins terem mais espaço na sua vida.
Faça o bem. Pense positivo. Torne simples. Veja diferente, por mais difícil que seja.
Já que estamos vivos e viver não é fácil, só nos resta melhorar a capacidade de enfrentar os problemas, as tristezas, dificuldades, perdas, traições, sofrimentos. Emagrecer da obesidade escrotal mórbida causada pela ingestão diária de sapos, decepções e ilusões. Simplificar as coisas. Tornar as cargas mais leves. Fazer o bem, o que tem de ser feito.
Mudar é pensamento. Acontecer é atitude. E tudo dói! Mudar comportamentos muda pensamentos. Mudando pensamentos, melhoramos nossa vida. A vida não é fácil. Luta diária. Sacrifício e superação.
Não estamos aqui a passear no shopping, olhando vitrines das vidas alheias e achando tudo bonito ou feio. Devemos cuidar da nossa vida e estar disposto a entrar e comprar a do outro.
Independente de tudo, somos todos pobres mortais em dias difíceis, com prazo de validade, em busca da conquista da felicidade.

10.12.11

Se Apaixonar é Tirar uma Impressão Digital da Vida

E você na eterna busca por alguém cujas qualidades combinam com as suas. Nunca fazendo a correta procura de quem cujos defeitos se encaixam nos seus.
Rodeada de protagonistas, não percebe que às vezes os figurantes podem ser mais interessantes do que pode imaginar.
E lá no fundo continua fazendo de tudo para chamar a atenção de alguém. Diz onde está, o que está fazendo, compartilha fotos, diz o que onde vai almoçar, viaja para milhares de lugares, diz com quem anda, só para no fim ver se esse alguém te nota de alguma forma. Já pensou nisso? Que chega um momento da vida, onde você se apaixona, e tudo o que passa a acontecer na sua vida é para ver se outro alguém te nota?
Se apaixonar é tirar uma impressão digital da vida. É único, particular e pessoal. Somos todos bobos em potencial.
Você passa a falar um monte de coisas fúties para o nada, para ver ser esse alguém te nota. Somos todos idiotas mesmo. Mas uma hora isso passa. Passa por um tempo. 
Você muda de objeto, um outro alguém, e continua tudo a mesma coisa, mas para outra pessoa te notar. É onde tudo recomeça. Tudo recomeça aí, pode ser hoje, pode ser amanhã. E logo depois termina de novo.
Uma vida encontrando e reencontrando passatempos. Tudo é passatempo. A vida passa, objetos mudam. Mas não se preocupe, não tema o destino, porque um dia alguém vai ser o seu destino. Vai cruzar seu caminho, vai reduzir a taxa do seu sofrimento.
Não queira abraçar o mundo inteiro, por mais belo que seja, porque um dia alguém vai ser o seu mundo particular, sua verdade, sua construção, seu refino, sua transformação.

“Que você me olhasse e não soubesse o que falar.
Que você me abraçasse sem querer soltar.
Que você me amasse…”

Vai surgir alguém cujas deficiências serão suas soluções, que te apoiará a superar seus obstáculos com saídas inusitadas. Que tornará tudo simples, que mostrará que um modo todo diferente e peculiar de viver definem mais do que apenas capacidades.
Esse alguém vai surgir, e a questão nunca será quando, mas sim o que você vai fazer a partir disso.
Muitas vezes o desejo simplesmente adormece atrás das janelas.

24.11.11

Na Estrada do Desejo Depois da Curva da Saudade

Atraso de vida é andar na contramão da indiferença, na estrada do desejo. Por que um dia você acaba se encontrando.
E na companhia de si mesmo, terá de voltar e tentar reencontrar o caminho certo.
Nesse período, sinta muito calor ou muito frio. Deixe o morno de lado. Afaste-se e esqueça. Um dia a chuva vai parar.
Por que você vai ter de virar para esquerda ou para a direita. Não vai dar para seguir em frente.
Será uma escolha entre quem você deve ser, e quem você realmente é.
E no final do percurso, lá depois da curva da saudade, para o último apaixonado existente, ficará evidente que tudo foi apenas passatempo.

(Ilustração: Matt Furie)

10.11.11

A Desilusão do Tchau Sentido

Que isso! Obrigado nós. Nos desiludimos.
Porque já não fazemos parte, porque não tivemos um lugar importante. Nos desiludimos.
Porque a espera não compensa mais, porque a esperança era muito leve e voou...
Desiludimos porque não demos tempo necessário ao tempo, porque não tem mais espaço. Não tem mais sentido, não tem mais sentimento. Não sentimos.
E assim nos decepcionamos. Pelas palavras ouvidas, as atitudes e pela indiferença sentida. Desiludimos na vontade de seguir em frente, pela vontade de esquecer. Pelo amor que se teve, pelo amor que se tem, pelo o amor que não se sentiu.
Dormimos abraçados com a desilusão nas noites que não passavam e nos dias que demoravam anoitecer. Pelas vontades e pelos riscos.
Palavras construiram a mágoa, destruíram o que poderia ter sido. Surpresas decepcionantes de um coração falso. Nos decepcionamos por que não valeu. Porque foi de mentirinha. Por que era brincadeira de adolescente. Era imaturo e não desenvolveu.
Nos desiludimos para escapar daquilo que nos prendia, amarrava e congelava. Para nos libertarmos.
Se desiluda então. Amor não é aperto de mãos, beijinhos e promessas. Não é provar e não gostar. Não é deixar de lado para esfriar e levar embora depois. Desiluda-se!
Desiludimos daquela figura insegura, instável e supérflua. Que nos disse uma vez que tanto fez como tanto faz. Desiludimos do mediano, do morno, do incompleto e do conformado. Decepcionamos de uma vida rascunhada pela opinião alheia. De um jogo em que nosso coração foi apostado. Numa mesa com café fraco e cartas de indiferença. Fomos trocados, não valorizados, postos de lado, trocados por qualquer coisa e qualquer um. Desiludimos porque ninguém lê o que escrevemos, ninguém se importa com a carta feita, com o choro nas canções que ouvimos, pela falta de prazer e pela ameaça de buscar uma vida melhor em busca de um amor de verdade.
Arrependimentos pela falta de sobriedade e de razão nos desiludimos por algo que um dia foi forte. Sem trégua com o equilíbrio e com vontade de chorar.
Decepcionar é esquecer das mãos que não foram dadas. Desistimos, não vamos mais nos iludir. Não mais. Dane-se a felicidade. Aconteceu quando tinha de acontecer. Por que esperar pelo dia mais feliz da nossa vida? Quem nos garante que ele já não passou? Dane-se a perfeição. Nos desiludimos quando ela não bastou.
Desilusão com obrigações, convicções, crenças, idealismo, paixão, amor, maldade e rancor do escondido. Politicagem vazia. Chega de promessas que fazemos a nós mesmos e nunca somos fiéis. É a fidelidade que deve ser explicada.
Chega de perdão, desculpas e despedidas. Não tem mais onde caber tanta mesquinharia.
Chega de momentos perdidos, de enxergar o óbvio que não somos amados da forma como merecemos. Desiluda-se com flores, poesias, pôr do sol. Adeque-se ao que lhe dão em troca. Ofereça existência e coerência. Permita o gostar de si mesmo. Um dia acaba reciprocidade do tato.
Um dia alguém lhe diz um tchau sem importância. O pior tchau nunca é aquele que foi ouvido hoje, mas o que já por algum tempo foi sentido.

22.8.11

Caixinha de Coragens

Uma caixinha de coragens...
Um dia, tivemos uma dessas, para o medo de escuro, de injeção e de bichos malvados.
Hoje precisaríamos de um baú, mas provavelmente usaríamos para nos enfiarmos dentro dele. O medo, essa sombra que tanto nos persegue.
"O medo protege", indagávamos, pensando nos riscos de acidente e de sofrimento que toda decisão ousada traria.
Não éramos ousados. Preferimos a segurança da margem, e enfiamos nossos pés em terra firme de tal maneira que nunca mais nos movemos.
Até que um dia a maré subiu. E nós sempre tivemos medo de aprender a nadar.

28.7.11

Não Construa Casa para Quem só quer uma Ponte para Passar

Sabe quando chega o momento de ser mais forte do que nunca? De ser mais você sem deixar de ter um pouco do outro?
Sabe quando é preciso achar no meio do breu um caminho verdadeiro? Deixar de ver o passo seguinte como um encontro?
Sabe quando você deve deixar de esperar um telefonema que nunca acontece, e uma explicação que nunca veio?
Sabe quando o dia de ontem já passa a não dizer tantas coisas e a consciência deixa de ser tão esplêndida?
Sabe quando as decisões antes esquecidas na gaveta do coração acabam se tornando o comentário mais promissor da sua mente enquanto no banho?
Sabe quando a fuga já não é mais a melhor escolha e é preciso um novo jeito para se dizer o velho "não esperava isso de você"?
Sabe quando você dá de cara com as correntes que te mantêm preso e descobre, sem querer, que já não é tão preso assim?
Sabe quando você decide seguir em frente, e tem de deixar coisas para trás, mas não sabe exatamente que coisas são essas?
Sabe quando você descobre que a melhor forma de se livrar da tentação é tentando-a primeiro?
Sabe quando você tenta, tenta, segue receitas, improvisa, e o fim é sempre o mesmo: um fim?
Sabe quando você começa a enxergar a realidade e é forçado a separar o coração da visão?
Sabe quando você busca duração, sonha com a permanência, mas a vida, esse rio, passa?
Sabe quando você teme ser levado pela correnteza do esquecimento?
Sabe quando você presencia o medo? E não escuta o que queria porque alguém não tem nem coragem de pensar nisso?
Sabe quando você escala o muro da indiferença e descobre que do outro lado realmente não havia nada?
Sabe quando você encontra a covardia de frente e vê fingimentos de um não mal entendido?
Sabe quando você consegue mais um fracasso sem saber o porquê?
Sabe daqueles momentos que você lamenta não existir Dorflex para a alma?
Sabe, não construa casa para quem só quer uma ponte para passar...
Você sabe?

23.7.11

Pessoas Traumatizadas e Traumatizadores

As pessoas são todas problemáticas e os problemas são todos pessoais.
Pessoas traumatizadas traumatizando outros.
Os outros não tem culpa de seus medos, angústias e traumas. Todos merecem respeito e consideração.
O mundo que temos hoje é a resultante da soma das consequências de nossas neuroses.
Cuide de sua saúde mental e emocional, melhore suas companhias e questione suas emoções. Mande na sua consciência. Torne o mundo um pouco melhor.

11.7.11

Nossas Escolhas não São Livres

A grande maioria das nossas escolhas não são livres. Elas estão condicionadas a tudo o que nos ensinaram desde que nascemos. Quando chegamos à idade adulta, não sabemos mais o que realmente desejamos e o que aprendemos a desejar.
Por isso, é importante refletirmos sobre nós mesmos para não ficarmos só repetindo o que ouvimos. 
Fazer escolhas realmente livres não é simples. 
Seu preço é alto e é necessário coragem, pois escolhas livres muitas vezes fogem do padrão do que muitos consideram como normal e aceito. 
Ás vezes perdemos os melhores e mais inesquecíveis momentos da nossa vida porque desconsideramos nossas reais vontades em detrimento da culpa. Muitas vezes preferimos o coma profundo dos desejos à assumir sentimentos contrários ao invisível que nos é imposto.