“É isso o que acontece quando você caminha de acordo com uma batida diferente do tambor”.
Mostrando postagens com marcador filosofia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador filosofia. Mostrar todas as postagens
1.6.15
A Forma Inteira Muda
Quando as coisas se quebram, não é o ato de quebrar em si que impede que elas se refaçam. É porque um pedacinho, por mínimo que seja, se perde. As duas pontas que restam não se encaixam mais, mesmo que queiram. A forma inteira mudou.
31.7.13
A Servidão Moderna
"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem irão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça."
Direto ao ponto, aprecie o vídeo, nosso mundo, nosso sistema...
4.6.13
Prece a Deus - Se Voltaire Encontrasse a Violência
Não é mais a homens, portanto, que eu me dirijo, mas a Você, Deus de toda a criação, de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos.
Se a nós insignificantes criaturas perdidas nessa imensidão infinita do universo, for permitido ousar pedir algo a Você, o alfa e o ômega, Você cujas leis são eternas e justas, pedimos que indigne-Se ao olhar os erros ligados à nossa imperfeita e destrutiva natureza; que olhes para toda essa calamidade humana.
Pedimos que ajude, abençoe o homem de bem, faça com que suportemos o fardo de uma vida penosa, sofrida e passageira. Permita que suportemos toda a maldade que cobre os corpos e as mentes débeis de nossos irmãos, que sobrevivamos à violência gerada na imperfeição de almas perdidas, que aguentemos firmes a vida insuficiente causada pela distinção gerada por nossos costumes ridículos.
Que nos ajude trazendo a verdadeira justiça para complementar todas as nossas leis imperfeitas, leis arcaicas, burocráticas cheias de subornos e desvios.
Que nos perdoe de todas as nossas opiniões insensatas, e que faças realmente distinção da luz e escuridão, do joio e trigo, do doce e do amargo ao aplicar suas sentenças.
Dê forças a quem sofre os efeitos da irracionalidade do homem, e da sua constante desvalorização à vida. Que olhes para esse mundo perdido, mal, escuro, cheio de átomos chamados homens que respiram ódio, dinheiro, e vida fácil.
Que aqueles que fecham os olhos em pleno meio-dia, orando para Ti, suportem os demais que Te esqueceram. Que castigues toda vaidade, toda iniquidade, causadas pela busca da grandeza, poder e riqueza; Que extermines a inveja: pois Você sabe que nessas vaidades não há o que invejar nem do que se orgulhar.
Que os homens de fé possam um dia celebrar de verdade a vida. Que possam, com sua permissão ter amigos para receber em casa.
Que homens honestos nunca mais tenham impotência, fiquem acuados, com medo da escória, da sujeira, da impunidade da violência, sem Sua proteção. Por favor, permita que homens de bem não se machuquem mais.
Suporte nossa frustrante sensação de que tudo está errado nessa vida que amamos.
Que Você proteja quem paga a César o que é de César, e paga em dia. Proteja quem soluciona seus erros, evolui como ser humano, tem compaixão ao próximo, respeita a todos, cultiva o coração do bom senso.
Que julgues sem misericórdia a favor do homem justo!
Que perdoes nossa bem intencionada polícia, que é despreparada, mal treinada, mal armada, mal remunerada por conta de quem viola nossos cofres públicos.
Salve-nos dessa terra de ninguém. Terra do arrastão, das chacinas, dos assaltos e arrombamentos.
Ilumine os indivíduos de bem do poder público, que ajudem a quem apenas busca ser competente, honesto e profissional nesse mundo.
Não deixe as famílias de bem sozinhas. Que Sua ira venha sobre o horror à tirania exercida sobre as almas boas, que Sua justiça seja feita sobre a bandidagem que toma à força o fruto do trabalho e da indústria pacífica!
A Ti agradeço a consciência e a liberdade que nos concede neste instante. Só por Ti.
5.12.12
A Existência Pessoal Sustenta-se no Segredo
Existir é camuflar. É fazer alguma coisa e, ao mesmo tempo, pensar que ninguém mais está sabendo disso, e provavelmente ninguém jamais vai saber.
É ter duas vidas: uma evidente, que aqueles que acham isso importante veem e conhecem, uma vida cheia de verdades convencionais e de mentiras convencionais, exatamente igual à vida de nossos conhecidos e amigos; e outra vida que transcorre em segredo, obscuro do nosso íntimo, da nossa cama.
Viver é cavar poço fundo. Quase tudo o que é para nós relevante, interessante, indispensável, aquilo que é para nós sincero e não engana a nós mesmos, que constitui a essência da nossa vida, não é do conhecimento das outras pessoas. E tudo o que é mentira, máscara, casca, na qual a maioria se esconde, serve para encobrir nossas verdades mais profundas... Enquanto isso, a vida rotineira, corrida, cotidiana, de aparências transcorre às claras.
Privacidade é ter o que esconder. Mentir é ter medo de câmeras.
Julgamos os outros por nós mesmos, não acreditamos na intuição, supomos sempre que cada pessoa, sob o manto do segredo, assim como sob o manto da noite, esconde a verdadeira vida, a mais interessante.
Cada existência pessoal sustenta-se no segredo, e talvez por isso que nós, sob todas as forças, a todo preço, nos preocupamos tanto, com o mínimo de nossa privacidade.
16.11.12
Édipo Rei, por Sófocles
O mito conta a história de Laio, rei de Tebas, que teria sido avisado por um Oráculo sobre seu futuro maldito: ele seria assassinado por seu próprio filho que se casaria com sua mulher, ou seja, a mãe deste.
Para evitar que isso se concretizasse, Laio decide abandonar a criança num lugar distante, colocando-lhes pregos nos pés, para que morresse.
Um pastor encontra a criança e lhe dá o nome de Edipodos (pés-furados). Essa criança, mais tarde é adotada pelo rei de Corinto. Ao consultar o oráculo, Édipo recebe a mesma mensagem que seu pai Laio recebera anos antes, mas, acreditando que se tratava dos pais adotivos, Édipo foge de Corinto. Em sua fuga, Édipo se depara com um bando de negociantes e seu líder e acaba por matá-los todos em uma briga, sem saber que esse líder era Laio, seu pai.
Ao chegar a Tebas, Édipo decifra o enigma da Esfinge e livra a cidade de suas ameaças, assim recebe o trono de rei e a mão da rainha Jocasta, agora viúva. Os dois se casam e têm quatro filhos.
Anos depois, quando uma peste chega à cidade, Édipo e Jocasta consultam o Oráculo para tentar resolver essa questão e acabam por descobrir que são mãe e filho. Jocasta suicida-se e Édipo fura os próprios olhos como punição por não ter reconhecido a própria mãe.
Quantos de nós, assim como Édipo e Laio, na tentativa de fugir de seu destino, acaba correndo ao seu encontro?
24.10.12
Crescer é Dormir no Arrependimento
Quando somos crianças, somos um pouco de cada coisa. Artista, astronauta, cientista, poeta, atleta, erudito.
Às vezes parece que crescer é desistir destas coisas, uma a uma.
No fim, ao crescer, todos nos arrependemos por coisas das quais desistimos. Algo de que sentimos falta. De que desistimos por sermos muito preguiçosos, ou por não conseguirmos nos sobressair, ou por que alguém nos desiludiu, ou simplesmente por termos medo.
Agora que somos adultos continuamos a lamentar. E em algum momento, tarde da noite, quase ao adormecer, os problemas e as ansiedades se dissipam e restam apenas as lembranças. E as lembranças não são diferentes do que sempre foram e sempre serão. As moças pelas paixões e oportunidades perdidas. Os homens e as mulheres sofrem sozinhos pelas escolhas que fizeram. E os meninos, confusos, cheios de medo, de amor e de coragem crescem silenciosamente enquanto dormem.
7.7.12
Dividir Escolhas é Reduzir Peso. Reduzir Peso é Equilíbrio.
Equilibrar-se nunca é fácil. Há sempre um lado nosso que tende a ir, ou para a esquerda, ou para a direita, ou ainda de encontro ao chão. Igualar dois pesos de uma balança também não é. Quase sempre a emoção é mais pesada que a razão.
Não costumamos aceitar, mas nos falta capacidade de atribuir pesos às coisas, e assim fica cada vez mais difícil segurar tudo e ainda assim conseguir se manter de pé.
E uma vez no chão, descobrimos que a adversidade, as situações ruins e as decepções são como um longo vento forte. Pois não só nos afasta de lugares onde poderíamos ir, nos empurra para trás, mas também quase arranca tudo de nós. Tudo menos as coisas que não podem ser arrancadas, nossa essência, nosso ser, aquilo que está impregnado na nossa pele, nosso coração, aquilo que importa.
De modo que só depois do vento, nos vemos como realmente somos, com aquilo que realmente nos pertence.A adversidade leva o que era leviano, falho, irreal, a fantasia.
Nem sempre escolhemos o lado que vamos cair, nem sempre acertamos a direção. Nem sempre acertamos a hora. Nem sempre acertamos o que queremos de fato pra nós. Nem sempre precisamos carregar tudo. Dividir escolhas é reduzir o peso. Reduzir o peso é facilitar o equilíbrio.
Mas dividir com alguém errado é cair de cara nas lembranças daquilo que poderia ter sido. É não pegar pela mão quando se quis. É ter de esconder as mãos quando não queria largar. É não ter permitido o toque. É não se permitir. É ter desejado e não se deixar.
Não dividir escolhas é se tornar bons amigos. É caminhar para evitar. É deixar espaço, abismo, um grande vão. É rotular a saudade com aquilo que não foi. É fantasiar que poderia ter valido a pena. É deixar a queda escancarada demais.
O chão nos mostra que não basta uma foto, um restaurante, meras palavras. Não bastam roteiros impossíveis, não bastam os melhores abraços e os melhores beijos. No chão precisamos de apoio, de uma mão, o retorno ao tão perseguido equilíbrio. O chão nos mostra que precisamos daquilo que não partiu com o vento.
Enquanto passamos a vida a medir coisas e pessoas, às vezes as coisas que mais queremos, não acontecem. E às vezes as coisas que jamais esperaríamos nos acontecem. E aí passamos a saber muitas coisas...
Saber pode ser uma maldição na vida de uma pessoa. Porque um dia vamos querer trocar um pacote de mentiras por um pacote de verdades, e não aceitaremos saber a resposta do qual é mais pesado.
Depois que se conhece o peso da verdade, não se pode voltar e pegar o pacote de mentiras. Mais pesada ou não, a verdade passa a nos pertencer e prejudica nosso equilíbrio.
26.5.12
Casa de Ferreiro, Mundo de Pau
Não é inversão de valores, é falta.
O desprezo da qualidade daquilo que está perto pela enganação daquilo que está longe.
A paixão é sempre pela causa e nunca por uma pessoa... Afinal, o alcançável não tem graça, não justifica, não sacia.
A paixão é sempre pela causa e nunca por uma pessoa... Afinal, o alcançável não tem graça, não justifica, não sacia.
Uma ignorância generalizada do conteúdo do próximo em troca da imagem daquilo que é falso.
O que está ao lado, o convite do que é perto não motiva, não agrada. E o conteúdo, mesmo fascinante, improvável e especial é descartado.
Prefere-se o preço caro da propaganda enganosa à valorização do esforço daquilo que é melhor e verdadeiro.
Conhecer é desprezar, é o pensar equivocado de que nada de novo poderá um dia pode te surpreeder. Mas a vida é uma constante tranformação e nunca conheceremos alguém ou alguma coisa por completo. Tudo mudo, nós mudamos, as pessoas mudam, o mundo muda!
Conhecer é desprezar, é o pensar equivocado de que nada de novo poderá um dia pode te surpreeder. Mas a vida é uma constante tranformação e nunca conheceremos alguém ou alguma coisa por completo. Tudo mudo, nós mudamos, as pessoas mudam, o mundo muda!
O desperdício em troca do movimento comum, de um produto ou de um amor empurrado pela cegueira coletiva dos amigos. A influência do modismo e da miopia do aceitável sobre comportamentos.
O desdém da perfeição em detrimento da imagem distorcida de hormônios.
O consumo da deformidade e da vulgaridade. A total despreocupação com o inimaginável que se mostra acessível.
O amor sempre é o que está por perto. Não adianta ir longe.
Não é você que persegue, mas sim a vida que lhe entrega.
Não é você que persegue, mas sim a vida que lhe entrega.
Como poderia o conhecido ser tão especial? Como aceitar que o que está ao redor é aquilo que mais preciso? Como acreditar que não é preciso ir longe? Como digerir que a solução da vida está a um palmo do nariz?
Um senso crítico distorcido faz mal.
O apoio ao desconhecido, a falta de atenção ao milagre do amor, das realizações, e da vida que acontece todos os dias ao seu lado, com sua família, com seus conhecidos, com seus amigos...
Em casa de ferreiro, o mundo é de pau.
1.4.12
Agradeça pelo Tempo
Necessidades artificiais no mundo eterno das vaidades.
Onde a ostentação vale mais que o caráter. Onde a ordem é falar bastante e não dizer nada.
Estrelas demais para plateias de menos. Holofotes de frivolidades, futilidades e egoísmo.
Um mundo de ingratidão onde não existe o silêncio e o barulho atrapalha. Um lugar onde todos esquecem de agradecer.
Agradecer todo dia pela manhã quando se levanta e sente os pés firmes no chão.
Pela música, que mesmo quando não toca sussurra o refrão da lembrança e do sentimento no ouvido. Agradeça pelo arrepio.
Pelo hoje que te faz respirar, enxergar, sentir o coração bater, viver...
Por não existir ninguém igual a você no mundo, pelo seu dom de pensar.
Pelo amor e pela paixão que transforma e completa.
Agradeça… A vida te presenteia quando você se entrega e acredita no amor.
Agradeça quando perdido em meio a uma multidão alguém te encontra para cuidar de você.
Pela vida, pois é o único presente que dizemos que não pedimos mas que nunca queremos perder.
Pelo alimento, pelo sono, pelo dom, por suas habilidades.
Pelos sentimentos, pela amizade e pelo companheirismo. Por seus pais.
Pelos dias, pois passam depressa e quando você menos espera eles já não existem mais.
Pelas conversas, pois são definitivas, milagres que fazemos com deslocamento de ar e que tem o poder de mudar vidas.
Agradeça pelos sorrisos que recebe e por quem te faz sorrir.
Pela vontade de amar pois existirá um momento em que sozinho não dá mais para ficar.
Agradeça pelos sonhos e pela esperança que te movem.
Pela habilidade de dançar.
Agradeça quando tudo dá certo e quando dá errado. São lados da mesma moeda chamada experiência de vida.
Aprenda.
Agradeça pois sempre pode ser pior, mas vem na medida certa.
Agradeça pela fé, pela cor, pelo sabor, pelo sol, por tudo que está no céu, terra e mar.
Agradeça pelo tempo que passa e que te leva a envelhecer.
Pela rotina de estar no milagre da vida, pela dádiva imerecida de viver e ver tudo isso acontecer. Agradeça. Humilhe-se pela insignificância que somos dentro de tudo que existe no universo.
Não desperdice seu tempo, pois a vida é feito de tempo.
30.3.12
Quem é a Garota do Copo de Água?
Amélie – Sabe a garota do copo de água?
Pintor – Sei.
Amélie – Se ela parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
Pintor – Em alguém do quadro?
Amélie – Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.
Pintor – Em outros termos, ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
Amélie – Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
Pintor – E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?
(trecho do filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)
Pintor – Sei.
Amélie – Se ela parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
Pintor – Em alguém do quadro?
Amélie – Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.
Pintor – Em outros termos, ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
Amélie – Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
Pintor – E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?
(trecho do filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)
23.12.11
Persépolis
"Tinha perdido alguns dos meus familiares em uma revolução. Tinha sobrevivido a uma guerra. E foi uma banal história de amor que quase me matou."
Persépolis é uma obra-prima. Uma adaptação do romance autobiográfico de Marjane Satrapi. Uma viagem descrevendo a evolução de uma mulher em meio às turbulentas transformações políticas, sociais e religiosas no Irã e principalmente todas as questões envolvendo suas descobertas pessoais.
10.11.11
A Desilusão do Tchau Sentido
Que isso! Obrigado nós. Nos desiludimos.
Porque já não fazemos parte, porque não tivemos um lugar importante. Nos desiludimos.
Porque a espera não compensa mais, porque a esperança era muito leve e voou...
Desiludimos porque não demos tempo necessário ao tempo, porque não tem mais espaço. Não tem mais sentido, não tem mais sentimento. Não sentimos.
E assim nos decepcionamos. Pelas palavras ouvidas, as atitudes e pela indiferença sentida. Desiludimos na vontade de seguir em frente, pela vontade de esquecer. Pelo amor que se teve, pelo amor que se tem, pelo o amor que não se sentiu.
Dormimos abraçados com a desilusão nas noites que não passavam e nos dias que demoravam anoitecer. Pelas vontades e pelos riscos.
Palavras construiram a mágoa, destruíram o que poderia ter sido. Surpresas decepcionantes de um coração falso. Nos decepcionamos por que não valeu. Porque foi de mentirinha. Por que era brincadeira de adolescente. Era imaturo e não desenvolveu.
Nos desiludimos para escapar daquilo que nos prendia, amarrava e congelava. Para nos libertarmos.
Se desiluda então. Amor não é aperto de mãos, beijinhos e promessas. Não é provar e não gostar. Não é deixar de lado para esfriar e levar embora depois. Desiluda-se!
Desiludimos daquela figura insegura, instável e supérflua. Que nos disse uma vez que tanto fez como tanto faz. Desiludimos do mediano, do morno, do incompleto e do conformado. Decepcionamos de uma vida rascunhada pela opinião alheia. De um jogo em que nosso coração foi apostado. Numa mesa com café fraco e cartas de indiferença. Fomos trocados, não valorizados, postos de lado, trocados por qualquer coisa e qualquer um. Desiludimos porque ninguém lê o que escrevemos, ninguém se importa com a carta feita, com o choro nas canções que ouvimos, pela falta de prazer e pela ameaça de buscar uma vida melhor em busca de um amor de verdade.
Arrependimentos pela falta de sobriedade e de razão nos desiludimos por algo que um dia foi forte. Sem trégua com o equilíbrio e com vontade de chorar.
Decepcionar é esquecer das mãos que não foram dadas. Desistimos, não vamos mais nos iludir. Não mais. Dane-se a felicidade. Aconteceu quando tinha de acontecer. Por que esperar pelo dia mais feliz da nossa vida? Quem nos garante que ele já não passou? Dane-se a perfeição. Nos desiludimos quando ela não bastou.
Desilusão com obrigações, convicções, crenças, idealismo, paixão, amor, maldade e rancor do escondido. Politicagem vazia. Chega de promessas que fazemos a nós mesmos e nunca somos fiéis. É a fidelidade que deve ser explicada.
Chega de perdão, desculpas e despedidas. Não tem mais onde caber tanta mesquinharia.
Chega de momentos perdidos, de enxergar o óbvio que não somos amados da forma como merecemos. Desiluda-se com flores, poesias, pôr do sol. Adeque-se ao que lhe dão em troca. Ofereça existência e coerência. Permita o gostar de si mesmo. Um dia acaba reciprocidade do tato.
Um dia alguém lhe diz um tchau sem importância. O pior tchau nunca é aquele que foi ouvido hoje, mas o que já por algum tempo foi sentido.
26.10.11
23.8.11
A Arma do Ponto de Vista
"A Arma do Ponto de Vista faz precisamente o que o seu nome diz. Ao apontá-la para alguém e puxar o gatilho, a pessoa instantaneamente verá as coisas pelo seu ponto de vista. Ela foi desenvolvida pelo Pensador Profundo a pedido de um grupo de donas de casa raivosas que, depois de muito brigar com os seus maridos, se encheram de sempre terminar as brigas com a frase: Você simplesmente não entende, não é?" (O Guia do Mochileiro das Galaxias)
Infelizmente a arma é ficção, e o nos que resta é escutarmos com mais atenção, usar mais de empatia, se colocar mais vezes na posição do outro em TODAS as situações de convivência. Essas são atitudes cada vez mais raras no planeta, sobretudo relacionadas aos homens, o que faz com que a imensa maioria das mulheres sintam falta de uma dessas na bolsa.
16.8.11
Idéias que Precisam ser Compartilhadas: Jacque Fresco
Ganhe 11 minutos de vida com esse vídeo.
Ah! tem legendas em português, é só clicar no "CC" no lado direito, inferior da tela.
Jacque Fresco é fundador e diretor do Projeto Venus: http://www.thevenusproject.com/
Ah! tem legendas em português, é só clicar no "CC" no lado direito, inferior da tela.
Jacque Fresco é fundador e diretor do Projeto Venus: http://www.thevenusproject.com/
9.8.11
O que você faria com uma carta que mudasse tudo?
"Agora temos um ano separados. Mas o que é um ano após duas semanas como essas juntos?"
"A lua está cheia, o que me fez pensar em você. Pois sei que não importa o que estou fazendo, e onde estou, esta lua será sempre do mesmo tamanho da sua do outro lado do mundo."
"Não faço idéia de onde está no mundo, John. Mas sei que perdi o direito de saber há muito tempo.
"Não importa quantos anos se passem, sei que uma coisa continuará verdadeira como sempre: nos vemos em breve."
"Querido John,
"A lua está cheia, o que me fez pensar em você. Pois sei que não importa o que estou fazendo, e onde estou, esta lua será sempre do mesmo tamanho da sua do outro lado do mundo."
"Não faço idéia de onde está no mundo, John. Mas sei que perdi o direito de saber há muito tempo.
"Não importa quantos anos se passem, sei que uma coisa continuará verdadeira como sempre: nos vemos em breve."
Há tanta coisa que quero dizer para você, mas não tenho certeza por onde devo começar. Devo começar dizendo que te amo? Ou que os dias que passei com você foram os mais felizes da minha vida? Ou que, no curto espaço de tempo que nos conhecemos, passei a acreditar que fomos feitos um para o outro? Poderia dizer todas essas coisas e tudo seria verdade, mas, enquanto releio estas palavras, a única coisa que passa pela minha cabeça é que queria estar com você agora, segurando sua mão e olhando seu sorriso elusivo. No futuro, sei que vou reviver o tempo que passamos juntos mil vezes. Vou ouvir seu riso, ver seu rosto e sentir seus braços em torno de mim. Vou sentir falta de tudo isso, mais do que você pode imaginar. Você é um cavalheiro raro, John, eu estimo isso em você. Todo o tempo em que estivemos juntos, você nunca me pressionou para dormir com você, e eu não posso dizer o quanto isso significou para mim. Tornou o que temos ainda mais especial, e é assim que eu quero me lembrar para sempre do período que passamos untos. Como uma luz branca e pura, cuja contemplação é de tirar o fôlego. Penso em você todos os dias e sei que, quando for te ver amanhã, dizer adeus será a coisa mais difícil que já fiz. Parte de mim teme que chegue um momento no qual você não sinta mais o mesmo sentimento, que por algum motivo você esqueça o que nós compartilhamos, então é isso que eu quero fazer. Onde quer que você esteja e não importa o que esteja acontecendo em sua vida, na primeira noite de lua cheia – como na noite em que nos conhecemos – quero que você a encontre no céu noturno. Quero que você pense em mim e na semana que partilhamos, orque, seja onde for, seja o que estiver acontecendo na minha vida, é exatamente isso o que vou fazer. Se não podemos estar juntos, pelo menos podemos compartilhar isso, e talvez entre nós, sejamos capazes de fazer isso durar para sempre Eu te amo, John Tyree, e eu vou agarrar-me à promessa que uma vez você fez para mim. Se você voltar, vou casar com você. Se você quebrar a sua promessa, vai partir meu coração.
Com amor, Savannah."
"Querido John,
Estou escrevendo esta carta, e eu estou sofrendo porque não sei dizer o que estou prestes a dizer. Parte de mim gostaria que você estivesse aqui agora para que eu pudesse fazer isso em pessoa, mas nós dois sabemos que é impossível. Então aqui estou, escolhendo as palavras, com lágrimas no rosto e com esperanças de que você, de alguma maneira, me perdoe pelo que vou escrever.
Nós vivemos algo maravihoso e quero que você nunca se esqueça disso. Você é raro e lindo John. Eu me apaixonei por você, mas, acima de tudo, conhecer você me fez perceber o que realmente significa o amor verdadeiro. DURANTE OS ÚLTIMOS DOIS ANOS E MEIO, OLHEI PARA O CÉU A CADA LUA CHEIA E LEMBREI TUDO QUE PASSAMOS JUNTOS.
Há tantas coisas. Qundo fecho os olhos, vejo seu rosto; quando caminho, é quase como se conseguisse sentir sua mão na minha. Essas coisas ainda são reais pra mim, mas aonde uma vez elas trouxeram conforto, hoje provocam dor. De algum modo mesmo amando um ao outro, perdemos a ligação mágica que sempre nos mateve juntos.
Não espero que você entenda, mas por tudo que passamos, não posso continuar mentindo para você.
Vou entender se você nunca mais quiser falar comigo, assim como vou entender se você disser que me odeia. Mesmo que você não queira ouvir, quero que você saiba que sempre será parte de mim. E não importa o que o futuro traga, você sempre será meu amor verdadeiro, e sei que minha vida é melhor por causa disso. Sinto muito, Savannah."
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Não li o livro, mas vi o filme. Recomendo, pois é uma belíssima história de amor. Tentei montar aqui aquilo que mais me marcou no filme. Minha conclusão? Nada envolvendo relacionamentos é fácil, assim como tudo o que é importante na vida!
28.7.11
Não Construa Casa para Quem só quer uma Ponte para Passar
Sabe quando chega o momento de ser mais forte do que nunca? De ser mais você sem deixar de ter um pouco do outro?
Sabe quando é preciso achar no meio do breu um caminho verdadeiro? Deixar de ver o passo seguinte como um encontro?
Sabe quando você deve deixar de esperar um telefonema que nunca acontece, e uma explicação que nunca veio?
Sabe quando o dia de ontem já passa a não dizer tantas coisas e a consciência deixa de ser tão esplêndida?
Sabe quando as decisões antes esquecidas na gaveta do coração acabam se tornando o comentário mais promissor da sua mente enquanto no banho?
Sabe quando a fuga já não é mais a melhor escolha e é preciso um novo jeito para se dizer o velho "não esperava isso de você"?
Sabe quando você dá de cara com as correntes que te mantêm preso e descobre, sem querer, que já não é tão preso assim?
Sabe quando você decide seguir em frente, e tem de deixar coisas para trás, mas não sabe exatamente que coisas são essas?
Sabe quando você descobre que a melhor forma de se livrar da tentação é tentando-a primeiro?
Sabe quando você tenta, tenta, segue receitas, improvisa, e o fim é sempre o mesmo: um fim?
Sabe quando você começa a enxergar a realidade e é forçado a separar o coração da visão?
Sabe quando você busca duração, sonha com a permanência, mas a vida, esse rio, passa?
Sabe quando você teme ser levado pela correnteza do esquecimento?
Sabe quando você presencia o medo? E não escuta o que queria porque alguém não tem nem coragem de pensar nisso?
Sabe quando você escala o muro da indiferença e descobre que do outro lado realmente não havia nada?
Sabe quando você encontra a covardia de frente e vê fingimentos de um não mal entendido?
Sabe quando você consegue mais um fracasso sem saber o porquê?
Sabe daqueles momentos que você lamenta não existir Dorflex para a alma?
Sabe, não construa casa para quem só quer uma ponte para passar...
Você sabe?
27.7.11
Não Preciso mais da Redoma
"... Adeus, disse ele à flor. Mas a flor não respondeu.
- Adeus, repetiu ele. A flor tossiu. Mas não era por causa do resfriado.
- Eu fui uma tola, disse por fim. Peço-te perdão. Trata de ser feliz.
A ausência de censuras o surpreendeu. Ficou parado, inteiramente sem jeito, com a redoma no ar. Não podia compreender essa calma doçura.
- É claro que eu te amo, disse-lhe a flor. Foi por minha culpa que não soubeste de nada. Isso não tem importância. Foste tão tolo quanto eu. Trata de ser feliz... Mas pode deixar em paz a redoma. Não preciso mais dela.
- Mas o vento...
- Não estou assim tão resfriada... O ar fresco da noite me fará bem. Eu sou uma flor.
- Mas os bichos...
- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me? Tu estarás longe... Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho as minhas garras. E ela mostrava ingenuamente seus quatro espinhos!"
(Antoine Saint-Exupéry)
19.7.11
Um Mar de Fogueirinhas
"Um homem da aldeia de Négua, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus.
Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado lá do alto a vida humana. E disse que somos uma mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso - revelou - um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais.
Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores.
Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento,e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas.
Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo". (Do livro dos abraços - Eduardo Galeano)
11.6.11
Pequeno Ensaio da Condição Humana
Depoimento de Eduardo Galeano na praça Catalunya. Quem me dera um dia, ao ficar mais velho, ter esse tipo de visão de mundo e falar com tanta sabedoria. Excelente!
Assinar:
Postagens (Atom)