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13.11.17

Suspiro

deito
levanto
deito
levanto
deito levanto
e
pra acabar o dia
falta tanto

fome
e como
fome
e como
e
pra preencher
aja estômago

respiro
inspiro
respiro
inspiro
e
para continuar vivendo

suspiro.

24.1.17

A Matéria Escura que Preenche a Realidade

A escuridão toma conta. São reflexos e reações de densos e pesados pensamentos. Alimentando sentimentos.
De repente ela está lá! Matéria escura, moldada em coisas ditas, sentidas, feitas e não feitas para você. 
De pouco em pouco ela envolve, perturba. E por mais que você procure seguir adiante, engolindo tudo goela abaixo, é pior, pois aí ela te preenche.
Trevas. Dia a dia, resultando em trevas. Uma análise fria dos fatos, dos anos, das escolhas, do caminho.
Nossa vida se torna uma grande penumbra. Existimos, mas não existimos. Somos, mas ninguém vê. Fazemos, mas estamos camuflados.
Escuro. Tudo aquilo que usávamos para iluminar já não é suficiente, não basta, não resolve, não serve mais. Fazemos perguntas, e uma a uma elas se apagam.
Nos movendo sem enxergar, de mãos dadas com a “ingratidão” e abraçado com o “não faz mais que a obrigação”, a gente tropeça e não sai do lugar.
Matéria escura, que faz calar, nos faz silenciar grupos, nos faz tirar o som das notificações, nos faz não querer mais responder, nos faz não querer mais estar a disposição de quem pinta nossos dias, nossa vida, nosso sonho, nossa essência de preto.
Preenchidos de escuridão, sufocados, está difícil demais respirar. Apagaram nossa luz. E a gente é uma mistura de "desistência" com "seguir adiante", esperando alguém ou algo disposto a nos ver, a se importar, disposto a atravessar as sombras para nos encontrar.

22.2.16

O Olhar que Contempla o Cárcere

É na imagem daquelas curvas retas, que contornam os pensamentos, que a falta de oportunidades toma forma. Assim, um universo inteiro de possibilidades morre de fome. A indiferença veste rosa, amarelo, preto... não por mal, mas por não!
A vida se arrasta, desliza pelo ensaio de porquês, pelas milhares de perguntas sem resposta que você não sabe responder. Por que você nunca está, nunca esteve, nunca foi. São só borrões e distorções.
O cotidiano é feito de diálogos imaginários, supondo poréns, escondendo reféns, maquinando álibis... Uma sequência de discussões infinitas e consequências malditas.
E assim vamos nos acostumando, explicando motivos, justificando ausências, implorando razões, adubando esperanças, esperando a chuva dessa nuvem de tristeza que nos acompanha. Querendo arrancar verdades, delirando possibilidades, colhendo certezas que talvez nunca teremos, palavras que nunca ouviremos, emoções que nunca sentiremos, verdades que nunca saberemos, gostos que nunca provaremos.
A realidade é um tapa na cara, que derruba nossos próprios argumentos entre a mente e o coração. Cheia de fragmentos intransitivos, transitivos diretos e indiretas, espalha pelo tapete do corredor da rotina todos os delitos, julgamentos, amarguras, decepções, intenções, repetições, vergonhas e indecisões.
Vivemos ausências, nos conformamos com o mínimo, com o indigesto, com o dissabor, com o que tem.
A impossibilidade nos faz de fantoches, é um verdadeiro deboche, é crueldade pronta para colocar no diário. É preciso matá-la a força, mas não o fazemos, porque apesar de tudo, a impossibilidade muitas vezes, apesar de inquisitória, nos é confortável.
E no fim, seguimos com esse monólogo platônico a caminho do abismo. E o que fica é a certeza de que tudo que se deixou de viver foi motivo de uma loucura desvairada de obrigações, medos e privações de todos os lados desse cárcere inexplicável e improvável.

25.9.15

O Ator Idiota da Tragédia Romântica

Tudo vira um nó, tudo vira um só na imaginação e no pensamento. O resultado é sofrimento anunciado. Paixão sofrida. Um ator idiota.
Ele quer o Eu e Tu virando nós, e a realidade é o Ele observando e sofrendo, só, aos cantos. 
A pressa consome, o tempo destrói e a disposição tropeça com a indiferença na primeira esquina.  
A estranheza do oi forçado, a balada sem o par perfeito, você abalado por tudo o que foi feito.
Poderia ser sublime, mas não acontece, poderia ser fogo, mas não tem chama, poderia ter pele, mas não tem toque. Simplesmente não é. Ali, no caminho do improvável e do impossível, o mundo vira de ponta cabeça, derrubando todos os coadjuvantes daquele terrível e dramático cenário de mal gosto.
Julgamentos. Saia dessa, caia fora, esqueça. O canteiro está cheio de outras rosas. Mas as rosas, meu amigo, essas tem espinhos conhecidos: atacam sem perdão e te machucam, não porque querem, mas porque você se atreveu a colhê-las. E como é difícil não querer colher flores influenciado por aquilo que vem de dentro do peito desenhado por falsas expectativas...
Se fosse para seguir o roteiro e escolher, obviamente optaríamos pelo disponível, o que é alcançável, seguro, certeiro, indefeso: Mas parece que a vida é dada a dramas, sem finais e inícios óbvios, cheio de expectadores de canteiros alheios.
Como é difícil conjugar, quando o verbo é sentir mas o adjetivo é fracassado, quando a ação é beijar, querer, mas o sujeito da frase não é você.
Nesse limbo – localizado entre o céu de quem admira e o inferno de quem não dá a mínima - está lá você que não vive o doce da retribuição, nem o amargo do não, pois a indiferença não te larga e o silêncio é sua condenação.
É difícil saber como agir. Você sabe que é errado. Que não devia. Que tem que esperar passar, que tem que ir pescar, que tem de deixar rolar, que não tem de forçar, que tem que ir fazer o que deve ser feito. Sinta, sinto muito – sinta a sublime armardilha que você mesmo criou dentro de si, sinta o fardo de não ser você o protagonista que se dá bem no fim na história de ninguém. 
A vida é mesmo esse drama e, no final, é muito mais fácil ser mero expectador dela, se entregar à preguiça de não querer mais insistir, do que continuar como um mero ator idiota de uma tragédia romântica qualquer.

3.9.15

Deixe ela lá

Deixe ela lá, entre o dito e não dito, entre a certeza da dúvida e a dúvida da certeza.
Deixe ela lá, intocável, imortalizada, idealizada, imóvel, enraizada.
Deixe ela lá, no seu mais espetacular talk show no mudo.
Deixe ela lá, não estrague o milagre dessa conexão impossível.
Deixe ela lá, escondida, em secreto, no poço fundo do desejo.
Deixe ela lá, compreendida, fabulosa, perfeita,aprisionada no cativeiro das expectativas, da vontade e do fascínio.
Deixe ela lá, no ideal, no colorido, naquele mundo que só você criou com ela e para ela.
Deixe ela lá, no que não foi.
Deixe ela lá, ali não tem repreensão, castigo, censura ou julgamento.
Deixe ela lá, não a acorde, não acorde.
Deixe ela lá, tudo é mais fácil e bonito nesse pequeno universo paralelo. 
Deixe ela lá em meio a beleza das flores, em meio a poesias de sol se pondo.
Deixe ela lá, porque já não faz parte, porque já não há lugar, porque não há mais tempo, porque não há mais espaço. Porque não faz sentido, porque não há segurança.
Deixe ela lá, pela vontade de esquecer. Por dias de paz, por dias que simplesmente amanheçam.
Deixe ela lá, ali ela não te prende, ata ou congela.
Deixe ela lá, ali não tem nada instável, supérfluo, muitos talvez e tanto faz. Ali não tem nada mediano, incompleto e conformado.
Deixe ela lá. Ali tem jogos, apostas, diversão. Não tem sobriedade, equilíbrio ou razão.
Deixe ela lá, mergulhada na crença vã e da fé de que tudo vai dar certo.
Deixe ela lá, sem a cobertura da moral e dos bons costumes, do politicamente correto e da politicagem vazia.
Deixe ela lá, ali tem reciprocidade, tato, gosto do gostar.
Deixe ela lá, no limite da existência e da coerência.
Deixe ela lá. Seu mundo e o mundo dela dependem disso.

Deixe ela lá.

16.10.14

Vencendo a Morte com a Realização

Às vezes está no papel, às vezes só na imaginação, às vezes apenas passa pela cabeça. Mas está lá! Cada detalhe do futuro incrível que te espera, repleto de alegrias, sucesso, amor e conquistas financeiras. E o nível de detalhes é proporcional ao empenho que tem tido e ao tempo que tem gasto para efetivamente realiza-los.
Movido pelas grandes histórias que vê por aí, seja no Facebook, seja na descrição de sucesso de outros, seja nas experiências de conquistas alheias, dentro e fora do imaginário, você sonha com aquele que será o seu momento. O momento de saborear a tão desejada conquista material, amorosa e emocional.
Como se alguma entidade mágica, o acaso, o destino ou até mesmo Deus já tivesse reservado, com nome na lista e data, o seu auge.
Mas a realidade é outra. Os dias, semanas, anos vão passando. A velhice vem se instalando, sem legado, sem nada de especial, sem marcar presença, sem conforto material. A realidade da roda comum e medíocre do mais do mesmo, do loop infinito de começar e terminar sempre onde se começa e termina. 
É difícil aceitar, e assim não se batalha da forma correta, no local correto, no mercado correto, no relacionamento certo, na pessoa certa, sem persistência, consistência e coerência. E aquele momento cada vez mais pregado ao imaginário.
Ao invés de ficar imaginando tudo que poderia estar fazendo, conhecendo, arriscando, falando ou realizando, é necessário sair, se livrar de conversas e pessoas levianas, trocar, fugir, mover.
Sair, porque por mais que sonhos sejam combustíveis, é preciso o primeiro passo, nem que seja em direção à uma pessoa para um novo amor.
Entretanto, ao invés de arriscar e tentar mergulhar na possibilidade do "pode dar certo", as oportunidades passam, assim como a vida... 
É clichê, mas não é sonho, enquanto você sonha com tudo aquilo que quer, outra pessoa corre atrás, abre mão daquilo que você não abre mão, enxerga aquilo que você não quer enxergar, trabalha naquilo que você acha que não funciona, e consegue... 
Sonhar é importante, morrer é inevitável, mas fazer é fundamental e eterno. Se ficar o tempo inteiro de braços cruzados, vai passar o resto da vida em seu quarto, dentro de um universo paralelo que nunca irá se realizar. Morrer como se não tivesse existido.
E, por mais que seja fascinante se perder na imaginação, não existe prazer maior do que conquistar aquilo que você tanto deseja. Isso é vencer a morte com o poder da realização.

1.8.14

Tempo é Borda de Piscina

Tempo é um vacilo entre a sua e a minha morte. É um abismo interminável cujo chão aparece de uma hora para outra sem a gente esperar. 
Tempo é a arte de deixar rastros, a arte de inventar fantasmas de coisas e pessoas que ainda não morreram. 
Tempo é a escravidão de sempre ir em frente, deixando coisas para trás, sem a gente nunca saber que coisas serão essas. 
Tempo é um céu dentro do peito, que de nada se apropria. 
Tempo é borda de piscina, definição, limitação. Decisão. 
Tempo é busca de suas certezas enquanto você duvida das minhas. É ficar acertando ponteiros que sempre voltam ao mesmo ponto. 
É a busca constante pelo melhor caminho, estando de olhos vendados. É buscar atalhos e sempre cair em um labirinto cercado de emoções e arrependimentos. 
Tempo é pedir pra nunca mais tocar naquele assunto. É se afogar na areia movediça das lembranças. 
Tempo é fazer tantas perguntas sem respostas... 
É aquela carta especial que você troca pelo jornal de ontem. 
Tempo é uma coleção de enganos e desenganos. É parar de beijar enquanto está gostando do beijo.
Tempo não são planos. São promessas. É seu futuro! É escrever na pedra, é a última chance, o último capítulo, uma bolha de sabão.
Tempo é vida que não nasceu para ser pleno como num conto de fadas… é louco, perdido e verdadeiro. 
Mas tem tanta coisa bonita no tempo... Nada é mais lindo quando você dedica, doa, oferece e contribui com seu tempo à alguém.
Tempo é o que eu e você precisamos para encontrar um jeito de fazer tudo valer a pena.

7.7.14

Peregrinar na Ignorância é um Giro de 360 Graus

Você foge do passado, seu passado foge do futuro e o seu futuro foge de você. Um círculo formado! 
O ir e voltar ao mesmo ponto, numa peregrinação intensa e constante de existências fundamentadas na aceitação, na troca e na repetição. 
Uma ciranda de relacionamentos movidos a escambo. Cheia de máscaras lustradas no interesse e interações conectadas ao egoísmo. Cada ação, cada passo à frente é um movimento em direção ao interesse próprio, ao que vou ganhar, à própria, única e insignificante existência. 
Uma roda cheia de vidas desperdiçadas, que de forma consciente ou inconsciente, procura se encaixar em algum lugar pré-moldado. Vidas inteiras formadas na obediência a quem e àquilo que dita as regras. 
E as suas regras, que deveriam ser importantes nunca são válidas. Sua voz nunca é ouvida. Seus motivos nunca são suficientes. Sua situação nunca é levada em consideração. 
Uma marcha, onde o outro te apoia porque se apoia nessa imensidão de ignorância, de conformismo, de preconceito, e se alegra do conforto da inquisição de novas ideias.
Uma volta com amores idealizados, infundados, embriagados na enganação de hormônios e na opinião de um círculo.
Giros de 360 graus só te colocam no ponto onde você já está, onde aquele outro já esteve, onde aquele que te segue estará. 
Vidas de pouco significado. Com muito barulho, muito julgamento, muita conclusão, muita conversa, muita expectativa. Uma verdadeira prisão de desejos, de segurança máxima! Ah se pudesse sair da manada... 
Se pudesse ler ao menos um segundo, saberia tudo. 
Se pudesse ver com seus olhos por um segundo, veria tudo. 
Se pudesse ouvir com seus ouvidos, entenderia. 
Se pudesse sentir sem julgar, sentiria tudo.
Se pudesse experimentar, saberia, veria, entenderia e sentiria.
Se pudesse se libertar, amaria. E se pudesse amar de verdade um segundo que seja, amaria tudo, incluindo a si próprio e teria uma vida longe de um círculo vicioso que se repete.
O mais importante não é onde você chegou e o que enfrenta, mas sim o que fez o que não fez para estar onde está.

11.3.14

Se Fizer Tudo Certo Nada Dá Errado.

Para evitar que seu negócio, seu plano, seu relacionamento, seja o que for, fracasse, é necessário saber por que aqueles que fracassaram no mesmo ramo se deram mal… Um negócio de sucesso geralmente é uma oportunidade já aproveitada e descartada por outra pessoa. 
Ou seja, aqueles que desistem no meio do caminho nos prestam um grande favor. Aqueles que culpam a tudo e a todos pelo seu próprio fracasso nos direcionam. 
Aqueles que esperam passivamente uma oportunidade assim como esperando um grande romance caindo do céu, sem perceber que a vida e o mundo não são simples, nos ensinam que o poder está na nossa atitude.
A procura por tentar encaixar e julgar negócios e oportunidades nos moldes do certo ou errado, pode ser fruto da necessidade que temos de procurar querer, sem esforço, persistência e dedicação, relações estáveis e seguras. E isso não existe! Isso nos limite e aprisiona!
O que diferencia os vencedores é a atitude positiva que tem diante de suas falhas. Eles procuram tirar lições das adversidades e avaliar as variáveis que os levam àquela situação. Encaram o problema não como o fim da linha, mas como o fim de um processo que agregou ensinamentos para o que viria a seguir. Afinal, certo e errado mudam de lado em ambientes diferentes de temperatura e pressão. Geralmente o "certo" se fez acontecer na calada da noite, longe dos olhos de outros, no esforço que não aparece, no planejamento, no estudo, na falta de tempo, no algo a mais, no ouvir e no ser ensinável. O "não dar certo" faz parte de uma programação mental enraizada na alma mediana, da culpa generalizada, das desculpas, da desistência, da falta de informação e da crença infundada.
Falar mal de um negócio, romance, família, mercado, oportunidade e resultados alheios, não muda a sua situação, não muda sua conta bancária, não muda nada a não ser a profundidade de seu buraco. Se fizer tudo certo nada dá errado. E fazer certo começa na mente, caso contrário vai continuar querendo que o mundo se molde a você, quando é você que tem que se moldar ao mundo. O que deu errado para um pode ser a liberdade e o certo para quem está preparado.

28.1.14

Na Faixa Etária da Mentira o que Cresce é a Decepção

O mundo parece um grande churrasco de condomínio, uma festa envolvida em mentiras que falamos para nós mesmos e na forma como contamos essas mentiras para os outros. 
Mentiras que são muito rapidamente incorporadas no nosso dia a dia, e nelas baseamos nossas decisões, que nos levam para caminhos que não são os nossos, para lugares que não queríamos e para objetivos que não deveríamos querer. 
Essas mentiras também tem idade. A faixa etária da enganação começa quando a mentira ainda é nova, aquela mentira feita visando a diversão, para testar os limites que os pais colocam. Mas quando a mentira vai ficando mais velha, ela aparece para tentar nos encaixar nesse mundo. Influenciando decisões, amores, carreiras, posses, vidas. A mentira “madura” serve para nos alocar ao lado daqueles que parecem entender as coisas da vida, e parecem não ter dúvidas ou sentir que estão perdidos. A evolução da mentira é nos fazer parecer adultos. E esse é o maior engano de todos. 
Demoramos a entender, e tem gente que passa a vida toda sem saber, que as verdades sobre o que gostamos e o que não gostamos já estão dentro de nós, em algum lugar. E que mentir para si mesmo é aprisionar a perfeição, a realização, o amor. Ignorar essa voz mais íntima, estar surdo ao que o corpo e a mente pedem, e andar abraçado com o espantalho da racionalidade, são sinônimos de privação, de uma vida de frustração. 
Nesses casos não é ter mais experiência que resolve, não é caso de saber mais, pois ninguém sabe mais de nós que nós mesmos. O problema é que não exercitamos nos entender, geralmente somos do contra, somos nossos piores inimigos. Ninguém sabe melhor do que nós o que nos faz felizes. E ninguém tem o poder de encobrir essa verdade mais que nós mesmos. 
Mentimos por medo e vergonha – no desejo de sermos aceitos, de tentar ser iguais aos outros (que também estão tentando ser aceitos), mentimos para viver uma vida de repetição, por mais que não aceitemos isso. 
Quanto mais falamos que queremos ser diferentes, mais nos tornamos iguais. 
Mentimos, pois temos medo de ser diferentes, pensar diferente, fazer diferente. Irônico é saber que muitas vezes as pessoas que conseguem transformar seus sonhos em realidade são precisamente aquelas que tomam decisões polêmicas. Elas são as únicas que têm a coragem de falar e mostrar que tem objetivos incomuns e são verdadeiras nas suas realizações. 
Enquanto isso, muitos na mediocridade, mentem para as coisas, pessoas, atividades e sonhos que realmente dão prazer e que parecem proibidas por ter uma mente recheada e influenciada pelo comum. Se por um momento silenciamos o barulho de “o que diriam” e prestamos atenção na nossa coleção de mentiras, analisando o quando o como e o porquê , poderemos encontrar o nosso tesouro pessoal, aquilo do que realmente gostamos e o que realmente somos, e poupar a nós mesmos de muitas mentiras inúteis que só vão desperdiçar nosso tempo e ânimo. Só fazendo isso é que realmente poderemos correr atrás dos nossos sonhos e nos tornar protagonistas das nossas vidas e não seguidores da vida e dos sonhos de outra pessoa.

26.12.13

Quando os Olhos Pedem a Boca em Linguagem de Sinais

E você admira tudo aquilo que dá a ideia, mas não entrega. Você pensa maravilhas, divaga. Viaja, faz planos, anda de mãos dadas, cria um mundo platônico, passando as mãos pelos cabelos do desejo. 
Imagina dizer um monte de coisas, achando que o outro, telepaticamente, percebe suas emoções pelo seus olhos que brilham mais que de costume. Você passa a crer realmente que o outro tem tempo de reparar nisso, de reparar em você... 
Você fita lábios, ansiosa por uma palavra, uma piscada, um sorriso, um cumprimento. Mas o esperado jamais veio. E elogios dele, nunca ouviu. 
Você perambula pelo facebook, como carente sentimental ambulante. Vasculha fotos, se imagina nelas. É arquiteta de um mundo novo, de possibilidades, de um sonho. Os olhos funcionam, mas a fala nem tanto. Você não ouve mas também não fala. Esquece que a palavra têm também uma capacidade incrível de despertar a paixão no outro. Mas você nunca fala, você nunca ouve. Sempre pelos diversos motivos... 
Mas você ama em silêncio. Elogia por dentro o menos óbvio. Repara. Decora. Saberia dizer o que quase ninguém vê. Porque só quem gosta muito repara além do óbvio. Só quem celebra a presença do outro, enxerga de verdade – toda paixão começa nos detalhes. 
E depois que você se acostuma com a arte do esconde-esconde, ele vira vício. E seguindo a lei da ação e reação, quem não revela não é revelado. Você não age, passivamente apenas decora seu mundo particular. Inicia-se, então, esse processo mágico de viver no mundo platônico, a cada dia, suportando a vida no irreal, namorando aqueles detalhes que te apaixonam repetidamente no outro e – tua vida passa – e esse mundo fabuloso não lê seus olhos. Elogio não arranca pedaço, sinceridade não mata, reconhecer o especial faz parte da vida. 
Porque não falar nada é a coisa mais fácil do mundo. Enxergar beleza onde ninguém mais a enxerga, é talento de quem gosta, de quem vê além do óbvio. E é de pessoas assim que a gente se transformar ao se apaixonar na vida. 
No mais, temos a mania de economizar em palavras que tinham que ser ditas – tagarelas que somos, discursamos demais sobre o trivial e nos esquecemos de valorizar os detalhes lindos daquele ser que divagamos um dia ter ao nosso lado. Esquecemos de falar e de trazer para esse mundo, feito com carinho, amor, aquele que nos move. Olhos e bocas não falam o mesmo idioma.

28.10.13

O Círculo Vicioso da Escravidão. O Escuro em Três Dimensões

Usando óculos escuros em três dimensões, mantendo distância, um a um, formam uma enorme marcha em círculo, do mais velho ao mais novo. O mais velho morre sem chegar a lugar algum, e o mais novo inicia a marcha cheio de esperanças. 
Uma caminhada de ilusões, falsos projetos, falso moralismo e de muita hipocrisia. A ordem é o círculo e a marcha é em uma só direção. Alguns sempre em frente, outros nem sempre, mas todos no mesmo compasso. Controle e alienação. Marcha constante e envolvente. Uma terrível força gravitacional. 
Uma legião de mentes fechadas, defensoras de conclusões que não são suas. Alternativas são descartadas, ideias e coisas “anormais” são demonizadas. 
Vidas limitadas, egocêntricas e materialistas. Desejos iguais, ritmos iguais, mortes iguais, repetição sobre repetição. Um ritmo insano, com milhares no escuro e em três dimensões. Uma marcha sem fim, sem linha de chegada, até o fim da vida. 
A ignorância plantada como um vírus ofusca o prazer de enxergar novos caminhos, direções e ideais. Louco é sair do comum, pensar em mudança, parar de girar a favor da correnteza de esperanças. Louco é querer novo caminho, querer ver colorido. 
Um círculo imenso de fantoches, sem ponto de vista, sem vontade de pensar, só esperando ordens, ou por conivência, conveniência ou ainda por desconhecimento. Provavelmente todos morrem antes de ver o sol brilhar lutando para manter sua condição. 
Caíram em sua própria armadilha, onde o valor foi ultrapassado pelo fetichismo. Geraram através de sua ideologia racional a era da servidão moderna. Um círculo vicioso em busca do micro-ondas. Afinal ele possibilita esquentar mais rápido o alimento, de forma que se possa trabalhar mais e ter mais renda, para que se possa comprar novos modelos de micro-ondas. 
A roda dominante fez do trabalho seu principal valor, e os servos devem trabalhar mais e mais para pagar à crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto andar em círculos… Passam toda sua vida até enxergarem que continuam no mesmo lugar. E o medo de abrir os olhos, faz uma legião de escravos que se mantêm nesta condição. Baixam a cabeça frente aos donos da mentira, aceitam uma vida de humilhação, de permutas injustas e de miséria por medo. 
A saída do círculo vicioso, começa quando reconhecem todas as frustrações geradas pelas tramas sociais que arrastam a humanidade por séculos num caminho circular sem sentido. Falta darem ouvidos à algumas vozes relutantes que continuam a demonstrar inquietação diante da bestialidade de determinados conceitos, culturas e costumes pré-formados. Falta darem atenção às alternativas! 
Mas nós temos escolha! E mesmo assim, por que continuamos a levar a vida que nós levamos? Histórias de verdade são feitas por quem quebra regras. 
Escolha se despedir desta vida um dia de cabeça erguida andando em linha reta à luz do sol.

31.7.13

A Servidão Moderna



"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem irão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça."
Direto ao ponto, aprecie o vídeo, nosso mundo, nosso sistema...

4.7.13

Legião de Solitários no Labirinto Apertado

Mais um dia. Mais uma semana. Mais stress. Mais o tempo passa e nos alerta, nos empurra, nos instiga a sair. E o tempo passa...
Revolta sem saída. Cansaço sem saída. Mais nos cobramos. E o tempo é escasso... 
Falta suporte para resistir esse rumo que decidimos seguir. E quanto mais passam-se os dias, mais corremos para o centro do furacão. Exposição. Nervosismo. Sem certezas. Novas dúvidas... 
Mais sentimos o peso. Mais fazemos do peso nosso caminho. Menos dormimos. E o tempo finalmente chega...
Acordar é abrir a porta do labirinto dos nosso dias. É trabalho diário de revisitar o que nos trouxe até aqui. É viver de dedos cruzados todos os dias em um espaço criado, submetido, submerso, de mãos atadas. Sonhar é não remover cada teia de aranha no canto escondida, cada camada de pó do móvel abandonado. 
Precisamos é de mais cor para projetar, resoluções que não apertem o coração, ter mais motivos para fazer a saudade bater, menos medo da aflição para atormentar. 
Precisamos de mais paz nas palavras derramadas nestes corredores desse espaço chamado vida. Precisamos de atitudes concretas e menos discursos. Precisamos de uma vida mais leve, pois o tempo está passando. Uma história de menos coisas e mais experiências, pois não levaremos nada. Precisamos de menos legiões de solitários, que perambulam para lá e para cá, andando em círculos, repetindo as mesmas coisas, comprando as mesmas coisas, reclamando das mesmas coisas, com os mesmos problemas. 
Na vida, solidão é ter problema, ou aparentar problema. É o mesmo que uma coceira nas costas...
Certo da solidão se acostume a ser boa companhia. A cada gesto, a cada palavra, a cada silêncio, precisamos nos perguntar se estamos cada vez mais perdidos nesse espaço ou cada vez mais apertados na nossa vida. Se quem está em cena é o amor ou o nosso carcereiro. Mais um dia contando com a sorte. Esperando notícia boa. Esperando alguém entrar...

4.6.13

Prece a Deus - Se Voltaire Encontrasse a Violência

Não é mais a homens, portanto, que eu me dirijo, mas a Você, Deus de toda a criação, de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos. 
Se a nós insignificantes criaturas perdidas nessa imensidão infinita do universo, for permitido ousar pedir algo a Você, o alfa e o ômega, Você cujas leis são eternas e justas, pedimos que indigne-Se ao olhar os erros ligados à nossa imperfeita e destrutiva natureza; que olhes para toda essa calamidade humana. 
Pedimos que ajude, abençoe o homem de bem, faça com que suportemos o fardo de uma vida penosa, sofrida e passageira. Permita que suportemos toda a maldade que cobre os corpos e as mentes débeis de nossos irmãos, que sobrevivamos à violência gerada na imperfeição de almas perdidas, que aguentemos firmes a vida insuficiente causada pela distinção gerada por nossos costumes ridículos. 
Que nos ajude trazendo a verdadeira justiça para complementar todas as nossas leis imperfeitas, leis arcaicas, burocráticas cheias de subornos e desvios. 
Que nos perdoe de todas as nossas opiniões insensatas, e que faças realmente distinção da luz e escuridão, do joio e trigo, do doce e do amargo ao aplicar suas sentenças. 
Dê forças a quem sofre os efeitos da irracionalidade do homem, e da sua constante desvalorização à vida. Que olhes para esse mundo perdido, mal, escuro, cheio de átomos chamados homens que respiram ódio, dinheiro, e vida fácil. 
Que aqueles que fecham os olhos em pleno meio-dia, orando para Ti, suportem os demais que Te esqueceram. Que castigues toda vaidade, toda iniquidade, causadas pela busca da grandeza, poder e riqueza; Que extermines a inveja: pois Você sabe que nessas vaidades não há o que invejar nem do que se orgulhar. 
Que os homens de fé possam um dia celebrar de verdade a vida. Que possam, com sua permissão ter amigos para receber em casa. Que homens honestos nunca mais tenham impotência, fiquem acuados, com medo da escória, da sujeira, da impunidade da violência, sem Sua proteção. Por favor, permita que homens de bem não se machuquem mais. 
Suporte nossa frustrante sensação de que tudo está errado nessa vida que amamos. Que Você proteja quem paga a César o que é de César, e paga em dia. Proteja quem soluciona seus erros, evolui como ser humano, tem compaixão ao próximo, respeita a todos, cultiva o coração do bom senso. Que julgues sem misericórdia a favor do homem justo! 
Que perdoes nossa bem intencionada polícia, que é despreparada, mal treinada, mal armada, mal remunerada por conta de quem viola nossos cofres públicos. Salve-nos dessa terra de ninguém. Terra do arrastão, das chacinas, dos assaltos e arrombamentos. 
Ilumine os indivíduos de bem do poder público, que ajudem a quem apenas busca ser competente, honesto e profissional nesse mundo. Não deixe as famílias de bem sozinhas. Que Sua ira venha sobre o horror à tirania exercida sobre as almas boas, que Sua justiça seja feita sobre a bandidagem que toma à força o fruto do trabalho e da indústria pacífica! 
A Ti agradeço a consciência e a liberdade que nos concede neste instante. Só por Ti.

30.4.13

Amor é Voo Particular de Uma Borboleta

Amor é nosso terceiro pedido. Nossa imortalidade. 
É estar uma vez em vida, com muita sorte, com a certeza de alguém com quem dividir a vida. Esquecendo o tempo antes dela, se preocupando com o tempo após ela. 
É mosaico de euforia, dúvidas, certezas, felicidade, medo, carinho, cumplicidade e empatia. São anos com dias doloridos, mas com horas piores sem o outro. É trocar de pele, sair da casca, virar borboleta. 
Amar é atravessar algo além da própria experiência, sem conhecimento para consertar. É não julgar. É escolher sabendo dos riscos, dando em troca respeito. É ser leitor assíduo, neutro, ansioso para permanecer até o final da história. 
Amantes existem para salvar uns aos outros de si mesmo. E destino é a ponte que se constrói até a pessoa amada. 
Amar é não se ver de novo. É estar andando e sentindo uma certa presença ao lado, onde quer que se esteja. Amor é fusão, construção, evolução, liberdade, crescimento, individualidade. Mesmo quando o destino precisa se cumprir, amantes estão prontos para ajuda-lo a não fazer isso sozinho. 
Amor não tem a ver com palavras soltas, melosas, ditas para todos os lados e em todos os murais para todo mundo ver. Não tem a ver com fotinhas coloridas cheia de filtros modernos e poses combinadas. Não tem a ver com beijos programados, dividir sorvete, fazer faixas para sobrevoar estádios, fazer pedidos em telões, escrever palavras gigantescas no céu. 
Amor não é faz de conta, sonho colorido ou irrealidades. Amor é realidade, praticado por tolos em processo de reações químicas. Amor é um grande gesto, feito no silêncio, na dedicação exclusiva do dia-a-dia, na luta constante contra a rotina, nas decisões e certezas tomadas longe dos olhos viciados de outros. 
Amor é ir além das forças, ainda que machuque. É liberar sentimentos escondidos. É mistério. Dedicação. Entrega. Servidão. Perdão. Descoberta. Libertação. Voo particular. 
Amor é achar dentro de si uma coragem que nem sabia existir. É saber que chegamos ao mundo sozinhos, e saíremos exatamente do mesmo modo, mas deixando uma história particular para trás. Deixando lembranças incríveis que não se esquecem. 
Amor não segue regras, costumes, tradição ou fantasia. 
Amor é impressão digital, nunca haverá dois iguais. Por que não somos todos iguais, não permanecemos iguais, não amamos de forma igual e os tempos não são iguais. Às vezes, o mundo distorce nossa percepção do que é, e perde-se uma vida inteira, deixando de ser, para se descobrir isso...

16.4.13

Realidade São Loops de Caminhos Repetidos

Os dias não são difíceis, coincidências que se repetem é que são. Será o acaso, a providência, a culpa, a colheita? Não! É somente o fim de um plano... Afinal, realidade são loops de caminhos repetidos. 
Difícil não é ir para o outro lado, mas aguentar que tudo muda após a sua viagem. A repetição de fotos para estender a consciência, a repetição da alienação para não enfrentar verdadeiros problemas, a repetição da rotina como muleta para as desculpas, a repetição da semana estressante como pedágio para o fim de semana. E vidas são disperdiçadas... Todos mais velhos e mais iguais que ontem.
Difícil não é contar, mas ser entendido. Não é saber, mas fazer! A vida é uma sucessão de escolhas erradas feitas pelo tempo e corrigir não está à venda. 
A repetição dos sonhos com o baile nas nuvens aturando o descompasso das horas da nossa realidade. 
A existência é um sopro, que faz diferença, mas está longe de ser essencial. Afinal, tudo é maior. Pequenos mesmos são os nossos problemas. Pequenos mesmos são nossos mundos, criados, deformados, limitados, mal aproveitados, distorcidos, influenciados da nossa mente. A distorção do ser, da vida, do propósito. 
A herança das escolhas erradas e decisões fundamentadas sobre o nada. Viemos para ser colaboradores e não personagens principais do veículo chamado esperança. Principal é o todo, o coletivo. 
Corações cinzas, frios, e mentes feito um breu. A espera de mudanças, a espera do melhor, do melhor amor, da melhor vida, do suficiente. Mas verdades arraigadas em mentiras não ajudam. 
E assim seguimos, passando pelo tempo, vivendo vidas de ciclos ilusórios, amando e desejando as coisas, girando o mundo pra que algum dia, em alguma estação que há de chegar, a felicidade esteja de braços abertos ao nos reencontrar nesse trem chamado vida. 
Mas ela não vem completa, se acidentou pelo caminho.

29.3.13

A Missão do Espelho no Mundo dos Cegos

Encarar o fato de que a nossa maior missão é deixar um mundo melhor não está sendo fácil. 
As pessoas parecem ter deixado de olhar para o propósito. As pessoas parecem ter deixado de olhar para o outro. As pessoas parecem ter deixado de olhar para onde vivem. As pessoas parecem ter deixado de olhar para tudo aquilo que as cerca. 
Só enxergam coisas, relógio, a miopia do agora.
As pessoas parecem ter deixado de olhar para si próprias, o que é muito pior, pois seria o começo de tudo. Realmente, o espelho é cruel.

23.3.13

Desenhos de Obediência, Medo e Comodismo

Antenas e uma caixa de lápis de cor. Nascer. 
Podemos ter dez cores, podemos ter duas, mas o que importa é o que fazemos com elas. Com as cores que nos deram, enquanto vivemos com as antenas batendo umas nas outras, como que no piloto automático. 
Pensar é proibido. Ser humano não é exigido. Segue. Vai por ali. Obedece aqui. Faça isso. Desce daí! Seguir o bater de antenas é sinônimo de sobrevivência. Cabeças são meros enfeites...
O mundo finge que se importa se pintamos e usamos as cores dentro das linhas, mas apedreja que não se encaixa, quem colore fora delas. Usar a cabeça é colorir fora das linhas. Colorir fora da página. Não podemos ficar oprimidos. 
Bater antenas é comunicar. O suficiente para manter a ordem estabelecida de forma eficiente e delicada. "Crédito ou débito?". "Sacola de plástico?". “Você não acha que deveria fazer mais?". "Quer ketchup e mostarda?". “Eu te amo para sempre...” 
A extinção de movimentos humanos realmente verdadeiros. E como queríamos vê-los com mais frequência... E ninguém te vê! Onde você deixou sua existência? 
Um reino em preto e branco e de cabeças ocas. Sem o espírito verdadeiro do artista genuíno, do santo, do filósofo, do novo, do belo, do útil, do fazer por amor, do relevante. Por que razão a evolução das vidas nem sempre é sinal de progresso, mas sim uma adição interminável de futilidade, conexões questionáveis, rastro de lamento e caminho de esperança? Por que tão poucas cores? Porque não se desenvolvem valores mais importantes?
Que barreiras são essas que impedem as pessoas de se aproximarem do seu verdadeiro potencial? Desenhos de obediência, medo e comodismo. 
Antenas e lápis na maré. No mar que não recusa nenhum rio. Desembocando em lugar nenhum até desaparecer por completo. Um estado conformista de partida constante, chegando sempre. Poupando apresentações e despedidas de vidas vazias. 
O mundo é muita ação e nada de teoria. Nós somos todos teoria e nada de ação.

5.3.13

Ensaios de Não na Vontade do Sim

Não seja tão amigável. Não mande mensagens inesperadas. Não fale de sentimentos quando alguém falar de desejo. Não olhe fundo nos olhos. Não pegue na mão com malícia. Não prometa carinhos. Não prometa o que não podem existir. Não convide para sair. Não repare nos detalhes. Não olhe para a boca. Não crie expectativas para não criar necessidades. Não dê a entender mais do que poderá dar. Não beije enquanto toca uma música. Não sorria quando alguém fala de saudade. Não fale de saudade. Não se engane que precisa e que quer de novo e breve. Não compartilhe silêncios. Não permita que aflore. Não permita sentir essências de repente. Não se perca. Não responda de imediato as mensagens. Não responda tudo perguntarem. Não se deixe sem palavras. Não diga que é diferente. Não diga "pra sempre". Não acredite tanto em você. Não seja tudo que alguém sempre quis. Evite rimas entre o primeiro contato e a realidade. Não dê atenção às palavras que insistem em te sussurrar no ouvido. Não crie esbarrões para roubar carinhos. Não leia ou faça poesias. Escape de beijos, gostos e declarações que você nunca fez. Mas não fuja em vão. Suspiros dão a entender qualquer coisa que não seja. Faça bilhetes nunca entregues... Desconsidere o tempo, e engula a inspiração sem gelo.