Mostrando postagens com marcador sentimentos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sentimentos. Mostrar todas as postagens

22.2.16

O Olhar que Contempla o Cárcere

É na imagem daquelas curvas retas, que contornam os pensamentos, que a falta de oportunidades toma forma. Assim, um universo inteiro de possibilidades morre de fome. A indiferença veste rosa, amarelo, preto... não por mal, mas por não!
A vida se arrasta, desliza pelo ensaio de porquês, pelas milhares de perguntas sem resposta que você não sabe responder. Por que você nunca está, nunca esteve, nunca foi. São só borrões e distorções.
O cotidiano é feito de diálogos imaginários, supondo poréns, escondendo reféns, maquinando álibis... Uma sequência de discussões infinitas e consequências malditas.
E assim vamos nos acostumando, explicando motivos, justificando ausências, implorando razões, adubando esperanças, esperando a chuva dessa nuvem de tristeza que nos acompanha. Querendo arrancar verdades, delirando possibilidades, colhendo certezas que talvez nunca teremos, palavras que nunca ouviremos, emoções que nunca sentiremos, verdades que nunca saberemos, gostos que nunca provaremos.
A realidade é um tapa na cara, que derruba nossos próprios argumentos entre a mente e o coração. Cheia de fragmentos intransitivos, transitivos diretos e indiretas, espalha pelo tapete do corredor da rotina todos os delitos, julgamentos, amarguras, decepções, intenções, repetições, vergonhas e indecisões.
Vivemos ausências, nos conformamos com o mínimo, com o indigesto, com o dissabor, com o que tem.
A impossibilidade nos faz de fantoches, é um verdadeiro deboche, é crueldade pronta para colocar no diário. É preciso matá-la a força, mas não o fazemos, porque apesar de tudo, a impossibilidade muitas vezes, apesar de inquisitória, nos é confortável.
E no fim, seguimos com esse monólogo platônico a caminho do abismo. E o que fica é a certeza de que tudo que se deixou de viver foi motivo de uma loucura desvairada de obrigações, medos e privações de todos os lados desse cárcere inexplicável e improvável.

2.12.15

Porta Aberta é Sentimento

O que você faria se soubesse que a porta está aberta? Será que você entraria devagar pelo corredor e espiaria? Ou ficaria parado, tomado pelo medo, pelas incertezas, atônito? 
Ou então ficaria só olhando em silêncio e cuidando para que ninguém te descobrisse tão perto?
E se a porta estivesse aberta de propósito para você entrar, com um espaço reservado, só seu? E se você pudesse entrar e não precisasse dizer nenhuma palavra? Não precisasse nem acender a luz? 
E se eu te dissesse que bastava entrar, cometer o crime mais perfeito e fazer a coisa mais certa ou errada a fazer?
A porta se abre apenas uma vez, e é preciso entender que as loucuras que se imagina, as vontades, e os impulsos também podem ser vividos.
A porta não escolhe hora, momento ou situação, porque é assim que tem que ser. Se abre para ver seus olhos se despedirem ao amanhecer e não te deixar saber se tudo foi apenas um sonho.
É uma porta para um quarto onde fantasmas leem sobre saudade em meio a uma escuridão de intensões e pesadelos. E você aprende que verdadeiro pesadelo é o sonho do gosto que não se materializa.
Mas a porta está lá, aberta. Não demore muito mais. Atrase relógios, se for preciso. Talvez. Por uma vez. Talvez. Em um dia qualquer.
A porta ficará aberta… até que você entenda que por mais escancarada que ela esteja, vez ou outra, ela se fecha, e o prazer e a realidade que passam por ela se perde para sempre.
Por que às vezes, você pode fazer algo sem destruir nada, nem ninguém. Às vezes, uma vez dentro, basta sair de fininho pela porta dos fundos sem causar alvoroço nem consequências.

25.9.15

O Ator Idiota da Tragédia Romântica

Tudo vira um nó, tudo vira um só na imaginação e no pensamento. O resultado é sofrimento anunciado. Paixão sofrida. Um ator idiota.
Ele quer o Eu e Tu virando nós, e a realidade é o Ele observando e sofrendo, só, aos cantos. 
A pressa consome, o tempo destrói e a disposição tropeça com a indiferença na primeira esquina.  
A estranheza do oi forçado, a balada sem o par perfeito, você abalado por tudo o que foi feito.
Poderia ser sublime, mas não acontece, poderia ser fogo, mas não tem chama, poderia ter pele, mas não tem toque. Simplesmente não é. Ali, no caminho do improvável e do impossível, o mundo vira de ponta cabeça, derrubando todos os coadjuvantes daquele terrível e dramático cenário de mal gosto.
Julgamentos. Saia dessa, caia fora, esqueça. O canteiro está cheio de outras rosas. Mas as rosas, meu amigo, essas tem espinhos conhecidos: atacam sem perdão e te machucam, não porque querem, mas porque você se atreveu a colhê-las. E como é difícil não querer colher flores influenciado por aquilo que vem de dentro do peito desenhado por falsas expectativas...
Se fosse para seguir o roteiro e escolher, obviamente optaríamos pelo disponível, o que é alcançável, seguro, certeiro, indefeso: Mas parece que a vida é dada a dramas, sem finais e inícios óbvios, cheio de expectadores de canteiros alheios.
Como é difícil conjugar, quando o verbo é sentir mas o adjetivo é fracassado, quando a ação é beijar, querer, mas o sujeito da frase não é você.
Nesse limbo – localizado entre o céu de quem admira e o inferno de quem não dá a mínima - está lá você que não vive o doce da retribuição, nem o amargo do não, pois a indiferença não te larga e o silêncio é sua condenação.
É difícil saber como agir. Você sabe que é errado. Que não devia. Que tem que esperar passar, que tem que ir pescar, que tem de deixar rolar, que não tem de forçar, que tem que ir fazer o que deve ser feito. Sinta, sinto muito – sinta a sublime armardilha que você mesmo criou dentro de si, sinta o fardo de não ser você o protagonista que se dá bem no fim na história de ninguém. 
A vida é mesmo esse drama e, no final, é muito mais fácil ser mero expectador dela, se entregar à preguiça de não querer mais insistir, do que continuar como um mero ator idiota de uma tragédia romântica qualquer.

16.10.14

Vencendo a Morte com a Realização

Às vezes está no papel, às vezes só na imaginação, às vezes apenas passa pela cabeça. Mas está lá! Cada detalhe do futuro incrível que te espera, repleto de alegrias, sucesso, amor e conquistas financeiras. E o nível de detalhes é proporcional ao empenho que tem tido e ao tempo que tem gasto para efetivamente realiza-los.
Movido pelas grandes histórias que vê por aí, seja no Facebook, seja na descrição de sucesso de outros, seja nas experiências de conquistas alheias, dentro e fora do imaginário, você sonha com aquele que será o seu momento. O momento de saborear a tão desejada conquista material, amorosa e emocional.
Como se alguma entidade mágica, o acaso, o destino ou até mesmo Deus já tivesse reservado, com nome na lista e data, o seu auge.
Mas a realidade é outra. Os dias, semanas, anos vão passando. A velhice vem se instalando, sem legado, sem nada de especial, sem marcar presença, sem conforto material. A realidade da roda comum e medíocre do mais do mesmo, do loop infinito de começar e terminar sempre onde se começa e termina. 
É difícil aceitar, e assim não se batalha da forma correta, no local correto, no mercado correto, no relacionamento certo, na pessoa certa, sem persistência, consistência e coerência. E aquele momento cada vez mais pregado ao imaginário.
Ao invés de ficar imaginando tudo que poderia estar fazendo, conhecendo, arriscando, falando ou realizando, é necessário sair, se livrar de conversas e pessoas levianas, trocar, fugir, mover.
Sair, porque por mais que sonhos sejam combustíveis, é preciso o primeiro passo, nem que seja em direção à uma pessoa para um novo amor.
Entretanto, ao invés de arriscar e tentar mergulhar na possibilidade do "pode dar certo", as oportunidades passam, assim como a vida... 
É clichê, mas não é sonho, enquanto você sonha com tudo aquilo que quer, outra pessoa corre atrás, abre mão daquilo que você não abre mão, enxerga aquilo que você não quer enxergar, trabalha naquilo que você acha que não funciona, e consegue... 
Sonhar é importante, morrer é inevitável, mas fazer é fundamental e eterno. Se ficar o tempo inteiro de braços cruzados, vai passar o resto da vida em seu quarto, dentro de um universo paralelo que nunca irá se realizar. Morrer como se não tivesse existido.
E, por mais que seja fascinante se perder na imaginação, não existe prazer maior do que conquistar aquilo que você tanto deseja. Isso é vencer a morte com o poder da realização.

7.7.14

Peregrinar na Ignorância é um Giro de 360 Graus

Você foge do passado, seu passado foge do futuro e o seu futuro foge de você. Um círculo formado! 
O ir e voltar ao mesmo ponto, numa peregrinação intensa e constante de existências fundamentadas na aceitação, na troca e na repetição. 
Uma ciranda de relacionamentos movidos a escambo. Cheia de máscaras lustradas no interesse e interações conectadas ao egoísmo. Cada ação, cada passo à frente é um movimento em direção ao interesse próprio, ao que vou ganhar, à própria, única e insignificante existência. 
Uma roda cheia de vidas desperdiçadas, que de forma consciente ou inconsciente, procura se encaixar em algum lugar pré-moldado. Vidas inteiras formadas na obediência a quem e àquilo que dita as regras. 
E as suas regras, que deveriam ser importantes nunca são válidas. Sua voz nunca é ouvida. Seus motivos nunca são suficientes. Sua situação nunca é levada em consideração. 
Uma marcha, onde o outro te apoia porque se apoia nessa imensidão de ignorância, de conformismo, de preconceito, e se alegra do conforto da inquisição de novas ideias.
Uma volta com amores idealizados, infundados, embriagados na enganação de hormônios e na opinião de um círculo.
Giros de 360 graus só te colocam no ponto onde você já está, onde aquele outro já esteve, onde aquele que te segue estará. 
Vidas de pouco significado. Com muito barulho, muito julgamento, muita conclusão, muita conversa, muita expectativa. Uma verdadeira prisão de desejos, de segurança máxima! Ah se pudesse sair da manada... 
Se pudesse ler ao menos um segundo, saberia tudo. 
Se pudesse ver com seus olhos por um segundo, veria tudo. 
Se pudesse ouvir com seus ouvidos, entenderia. 
Se pudesse sentir sem julgar, sentiria tudo.
Se pudesse experimentar, saberia, veria, entenderia e sentiria.
Se pudesse se libertar, amaria. E se pudesse amar de verdade um segundo que seja, amaria tudo, incluindo a si próprio e teria uma vida longe de um círculo vicioso que se repete.
O mais importante não é onde você chegou e o que enfrenta, mas sim o que fez o que não fez para estar onde está.

26.12.13

Quando os Olhos Pedem a Boca em Linguagem de Sinais

E você admira tudo aquilo que dá a ideia, mas não entrega. Você pensa maravilhas, divaga. Viaja, faz planos, anda de mãos dadas, cria um mundo platônico, passando as mãos pelos cabelos do desejo. 
Imagina dizer um monte de coisas, achando que o outro, telepaticamente, percebe suas emoções pelo seus olhos que brilham mais que de costume. Você passa a crer realmente que o outro tem tempo de reparar nisso, de reparar em você... 
Você fita lábios, ansiosa por uma palavra, uma piscada, um sorriso, um cumprimento. Mas o esperado jamais veio. E elogios dele, nunca ouviu. 
Você perambula pelo facebook, como carente sentimental ambulante. Vasculha fotos, se imagina nelas. É arquiteta de um mundo novo, de possibilidades, de um sonho. Os olhos funcionam, mas a fala nem tanto. Você não ouve mas também não fala. Esquece que a palavra têm também uma capacidade incrível de despertar a paixão no outro. Mas você nunca fala, você nunca ouve. Sempre pelos diversos motivos... 
Mas você ama em silêncio. Elogia por dentro o menos óbvio. Repara. Decora. Saberia dizer o que quase ninguém vê. Porque só quem gosta muito repara além do óbvio. Só quem celebra a presença do outro, enxerga de verdade – toda paixão começa nos detalhes. 
E depois que você se acostuma com a arte do esconde-esconde, ele vira vício. E seguindo a lei da ação e reação, quem não revela não é revelado. Você não age, passivamente apenas decora seu mundo particular. Inicia-se, então, esse processo mágico de viver no mundo platônico, a cada dia, suportando a vida no irreal, namorando aqueles detalhes que te apaixonam repetidamente no outro e – tua vida passa – e esse mundo fabuloso não lê seus olhos. Elogio não arranca pedaço, sinceridade não mata, reconhecer o especial faz parte da vida. 
Porque não falar nada é a coisa mais fácil do mundo. Enxergar beleza onde ninguém mais a enxerga, é talento de quem gosta, de quem vê além do óbvio. E é de pessoas assim que a gente se transformar ao se apaixonar na vida. 
No mais, temos a mania de economizar em palavras que tinham que ser ditas – tagarelas que somos, discursamos demais sobre o trivial e nos esquecemos de valorizar os detalhes lindos daquele ser que divagamos um dia ter ao nosso lado. Esquecemos de falar e de trazer para esse mundo, feito com carinho, amor, aquele que nos move. Olhos e bocas não falam o mesmo idioma.

28.10.13

O Círculo Vicioso da Escravidão. O Escuro em Três Dimensões

Usando óculos escuros em três dimensões, mantendo distância, um a um, formam uma enorme marcha em círculo, do mais velho ao mais novo. O mais velho morre sem chegar a lugar algum, e o mais novo inicia a marcha cheio de esperanças. 
Uma caminhada de ilusões, falsos projetos, falso moralismo e de muita hipocrisia. A ordem é o círculo e a marcha é em uma só direção. Alguns sempre em frente, outros nem sempre, mas todos no mesmo compasso. Controle e alienação. Marcha constante e envolvente. Uma terrível força gravitacional. 
Uma legião de mentes fechadas, defensoras de conclusões que não são suas. Alternativas são descartadas, ideias e coisas “anormais” são demonizadas. 
Vidas limitadas, egocêntricas e materialistas. Desejos iguais, ritmos iguais, mortes iguais, repetição sobre repetição. Um ritmo insano, com milhares no escuro e em três dimensões. Uma marcha sem fim, sem linha de chegada, até o fim da vida. 
A ignorância plantada como um vírus ofusca o prazer de enxergar novos caminhos, direções e ideais. Louco é sair do comum, pensar em mudança, parar de girar a favor da correnteza de esperanças. Louco é querer novo caminho, querer ver colorido. 
Um círculo imenso de fantoches, sem ponto de vista, sem vontade de pensar, só esperando ordens, ou por conivência, conveniência ou ainda por desconhecimento. Provavelmente todos morrem antes de ver o sol brilhar lutando para manter sua condição. 
Caíram em sua própria armadilha, onde o valor foi ultrapassado pelo fetichismo. Geraram através de sua ideologia racional a era da servidão moderna. Um círculo vicioso em busca do micro-ondas. Afinal ele possibilita esquentar mais rápido o alimento, de forma que se possa trabalhar mais e ter mais renda, para que se possa comprar novos modelos de micro-ondas. 
A roda dominante fez do trabalho seu principal valor, e os servos devem trabalhar mais e mais para pagar à crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto andar em círculos… Passam toda sua vida até enxergarem que continuam no mesmo lugar. E o medo de abrir os olhos, faz uma legião de escravos que se mantêm nesta condição. Baixam a cabeça frente aos donos da mentira, aceitam uma vida de humilhação, de permutas injustas e de miséria por medo. 
A saída do círculo vicioso, começa quando reconhecem todas as frustrações geradas pelas tramas sociais que arrastam a humanidade por séculos num caminho circular sem sentido. Falta darem ouvidos à algumas vozes relutantes que continuam a demonstrar inquietação diante da bestialidade de determinados conceitos, culturas e costumes pré-formados. Falta darem atenção às alternativas! 
Mas nós temos escolha! E mesmo assim, por que continuamos a levar a vida que nós levamos? Histórias de verdade são feitas por quem quebra regras. 
Escolha se despedir desta vida um dia de cabeça erguida andando em linha reta à luz do sol.

1.10.13

Para Histórias Futuras, Rasgue os Textos do Passado

Gente que desafia a condição do tempo em busca de um amor. Gente que acredita que pode repetir o passado, que acalma a busca fazendo a simples regressão do passado para o presente. Gente que afirma que ao reprisar o passado, pode-se esperar um final distinto. Mas, basta a infelicidade bater a porta que o risco de se machucar lembra o que nunca se esqueceu. 
Gente iludida, que ao olhar para trás, ao que aconteceu de bom, comete o erro de supervalorizar ou de achar aquilo tudo imensamente belo. E por lá ficam presos, no mundo fantástico da fantasia. E nesse mundo enfeita o jardim com o pensamento de que se algo deu errado, é porque poderia ter feito diferente, deveria ter exercitado a paciência ou quem sabe ter agido com mais sabedoria. Gente que se depara controlando e mudando o passado, mas que só encontra em si mesmo o seu pior adversário. Porque tem dificuldade a qualquer ato que remonte a desmontagem de uma ilusão arquitetada ou mesmo a renegar a cegueira de um amor totalmente fantasiado. 
Gente que fica e preza as relações sem sentido, mas que ficam lá como se tudo bastasse, com se tudo um dia se ajeitasse, como se tudo pudesse ser pior. Gente que limpa da fantasia o desentendimento, rega a paciência e espera cultivar a estabilidade. Gente que finca os pés no passado e ao sinal de qualquer aviso para limpar o guarda-roupa, se livrar do velho, fazer andar a fila, procurar o novo e trocar, vive na memória do objeto, da maquiagem do passado, da perda da estabilidade, da escravidão da cultura e do próprio destino. 
E assim se dá cor à rotina. Cor de passado, cor de limitação, cor de ausência e da não reconstrução da vida. E nessa dificuldade de ter medo do próximo instante, não saímos de casa, não deixamos as portas abertas e o passado figura como fantasma, espantando o futuro. 
Fazemos do drama o sentido, da propriedade a certeza e, por mais que tentamos escapar da dúvida, deixamos o próximo passo sem imaginação. Tentamos se repetir no passado, nesse apego infundado, um cárcere profundo. Sem lembrar que são nossas histórias que devem continuar, e não os textos.

25.9.13

Procura-se Protagonistas para Biografias

Tá faltando alguém. Faltando alguém do teu lado que fique. Alguém que ature o teu gênio difícil e as tuas mancadas. Tá faltando alguém disposto a te fazer crescer e a crescer contigo. Alguém que venha quando você precise. Alguém que dentre todas as pessoas, te escolha. Alguém que realmente precise de ti. 
Tá faltando alguém que tire seu passado do presente. Alguém que tire todo o ódio, mágoa, remorso, frustração  decepção e culpa.  Tá faltando alguém que te liberte dos seus fantasmas. Tá faltando alguém que não te impeça de viver o presente. Alguém que não te faça dormir com o inimigo.
Tá faltando alguém que não gaste sua alegria, suas energias. Tá faltando alguém que não seja o já era. Tá faltando alguém que te realize, que não te leve para conhecer pessoas que não goste, que não te leve para ambientes que te faz mal. 
Tá faltando alguém que não rife seu coração, alguém que lhe dê seu real valor. Tá faltando alguém que não seja coadjuvante de sua história, que não esgote a sua auto-estima. Tá faltando alguém que não faça o que não concorda, que não estrague sua paz, que não amarre sua alma. 
Tá faltando alguém que te impeça de ficar em círculos, correndo atrás da esperança de um novo ele. Alguém que não te faça abrir mão dos seus sonhos, que saiba priorizar o quanto você é importante. Tá faltando alguém que não jogue fora o seu tempo...
Tá faltando alguém que goste de você de verdade! 
Tá faltando alguém que faça parte fundamental de sua biografia.


11.8.13

Talvez um Dia de Descobertas

Talvez um dia as coisas se resolvam, se ajeitem, tudo faça sentido. Talvez um dia você entenda porque se apaixonou por poucos e acabou escolhendo errado. Talvez um dia entenda o propósito de todas aquelas noites sem dormir, chorando, se lamentando, se arrependendo do dito pelo não dito, acompanhando o sonho se tornar pesadelo.
Talvez descubra porque um dia desejou que o tempo não passasse depressa. Talvez um dia entenda o porque das despedidas, principalmente as das que não fez. 
Talvez um dia  entenda o porque de todos aqueles erros e atitudes equivocadas, o papo bobo, as decisões erradas. Talvez entenda o porque dava socos no ar, murros em ponta de faca, e porque insistiu em algumas pessoas, porque confiou nelas, e porque em alguma situações não pensou duas vezes. 
Talvez um dia comece a aceitar as coisas que perdeu, as vidas que jogou fora. Talvez entenda que algumas coisas foram necessárias. Talvez um dia comece finalmente a entender, talvez olhe para fora. Talvez um dia, quem sabe, entenda que encarar a realidade é também uma forma de ser otimista.

4.7.13

Legião de Solitários no Labirinto Apertado

Mais um dia. Mais uma semana. Mais stress. Mais o tempo passa e nos alerta, nos empurra, nos instiga a sair. E o tempo passa...
Revolta sem saída. Cansaço sem saída. Mais nos cobramos. E o tempo é escasso... 
Falta suporte para resistir esse rumo que decidimos seguir. E quanto mais passam-se os dias, mais corremos para o centro do furacão. Exposição. Nervosismo. Sem certezas. Novas dúvidas... 
Mais sentimos o peso. Mais fazemos do peso nosso caminho. Menos dormimos. E o tempo finalmente chega...
Acordar é abrir a porta do labirinto dos nosso dias. É trabalho diário de revisitar o que nos trouxe até aqui. É viver de dedos cruzados todos os dias em um espaço criado, submetido, submerso, de mãos atadas. Sonhar é não remover cada teia de aranha no canto escondida, cada camada de pó do móvel abandonado. 
Precisamos é de mais cor para projetar, resoluções que não apertem o coração, ter mais motivos para fazer a saudade bater, menos medo da aflição para atormentar. 
Precisamos de mais paz nas palavras derramadas nestes corredores desse espaço chamado vida. Precisamos de atitudes concretas e menos discursos. Precisamos de uma vida mais leve, pois o tempo está passando. Uma história de menos coisas e mais experiências, pois não levaremos nada. Precisamos de menos legiões de solitários, que perambulam para lá e para cá, andando em círculos, repetindo as mesmas coisas, comprando as mesmas coisas, reclamando das mesmas coisas, com os mesmos problemas. 
Na vida, solidão é ter problema, ou aparentar problema. É o mesmo que uma coceira nas costas...
Certo da solidão se acostume a ser boa companhia. A cada gesto, a cada palavra, a cada silêncio, precisamos nos perguntar se estamos cada vez mais perdidos nesse espaço ou cada vez mais apertados na nossa vida. Se quem está em cena é o amor ou o nosso carcereiro. Mais um dia contando com a sorte. Esperando notícia boa. Esperando alguém entrar...

4.6.13

Prece a Deus - Se Voltaire Encontrasse a Violência

Não é mais a homens, portanto, que eu me dirijo, mas a Você, Deus de toda a criação, de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos. 
Se a nós insignificantes criaturas perdidas nessa imensidão infinita do universo, for permitido ousar pedir algo a Você, o alfa e o ômega, Você cujas leis são eternas e justas, pedimos que indigne-Se ao olhar os erros ligados à nossa imperfeita e destrutiva natureza; que olhes para toda essa calamidade humana. 
Pedimos que ajude, abençoe o homem de bem, faça com que suportemos o fardo de uma vida penosa, sofrida e passageira. Permita que suportemos toda a maldade que cobre os corpos e as mentes débeis de nossos irmãos, que sobrevivamos à violência gerada na imperfeição de almas perdidas, que aguentemos firmes a vida insuficiente causada pela distinção gerada por nossos costumes ridículos. 
Que nos ajude trazendo a verdadeira justiça para complementar todas as nossas leis imperfeitas, leis arcaicas, burocráticas cheias de subornos e desvios. 
Que nos perdoe de todas as nossas opiniões insensatas, e que faças realmente distinção da luz e escuridão, do joio e trigo, do doce e do amargo ao aplicar suas sentenças. 
Dê forças a quem sofre os efeitos da irracionalidade do homem, e da sua constante desvalorização à vida. Que olhes para esse mundo perdido, mal, escuro, cheio de átomos chamados homens que respiram ódio, dinheiro, e vida fácil. 
Que aqueles que fecham os olhos em pleno meio-dia, orando para Ti, suportem os demais que Te esqueceram. Que castigues toda vaidade, toda iniquidade, causadas pela busca da grandeza, poder e riqueza; Que extermines a inveja: pois Você sabe que nessas vaidades não há o que invejar nem do que se orgulhar. 
Que os homens de fé possam um dia celebrar de verdade a vida. Que possam, com sua permissão ter amigos para receber em casa. Que homens honestos nunca mais tenham impotência, fiquem acuados, com medo da escória, da sujeira, da impunidade da violência, sem Sua proteção. Por favor, permita que homens de bem não se machuquem mais. 
Suporte nossa frustrante sensação de que tudo está errado nessa vida que amamos. Que Você proteja quem paga a César o que é de César, e paga em dia. Proteja quem soluciona seus erros, evolui como ser humano, tem compaixão ao próximo, respeita a todos, cultiva o coração do bom senso. Que julgues sem misericórdia a favor do homem justo! 
Que perdoes nossa bem intencionada polícia, que é despreparada, mal treinada, mal armada, mal remunerada por conta de quem viola nossos cofres públicos. Salve-nos dessa terra de ninguém. Terra do arrastão, das chacinas, dos assaltos e arrombamentos. 
Ilumine os indivíduos de bem do poder público, que ajudem a quem apenas busca ser competente, honesto e profissional nesse mundo. Não deixe as famílias de bem sozinhas. Que Sua ira venha sobre o horror à tirania exercida sobre as almas boas, que Sua justiça seja feita sobre a bandidagem que toma à força o fruto do trabalho e da indústria pacífica! 
A Ti agradeço a consciência e a liberdade que nos concede neste instante. Só por Ti.

16.4.13

Realidade São Loops de Caminhos Repetidos

Os dias não são difíceis, coincidências que se repetem é que são. Será o acaso, a providência, a culpa, a colheita? Não! É somente o fim de um plano... Afinal, realidade são loops de caminhos repetidos. 
Difícil não é ir para o outro lado, mas aguentar que tudo muda após a sua viagem. A repetição de fotos para estender a consciência, a repetição da alienação para não enfrentar verdadeiros problemas, a repetição da rotina como muleta para as desculpas, a repetição da semana estressante como pedágio para o fim de semana. E vidas são disperdiçadas... Todos mais velhos e mais iguais que ontem.
Difícil não é contar, mas ser entendido. Não é saber, mas fazer! A vida é uma sucessão de escolhas erradas feitas pelo tempo e corrigir não está à venda. 
A repetição dos sonhos com o baile nas nuvens aturando o descompasso das horas da nossa realidade. 
A existência é um sopro, que faz diferença, mas está longe de ser essencial. Afinal, tudo é maior. Pequenos mesmos são os nossos problemas. Pequenos mesmos são nossos mundos, criados, deformados, limitados, mal aproveitados, distorcidos, influenciados da nossa mente. A distorção do ser, da vida, do propósito. 
A herança das escolhas erradas e decisões fundamentadas sobre o nada. Viemos para ser colaboradores e não personagens principais do veículo chamado esperança. Principal é o todo, o coletivo. 
Corações cinzas, frios, e mentes feito um breu. A espera de mudanças, a espera do melhor, do melhor amor, da melhor vida, do suficiente. Mas verdades arraigadas em mentiras não ajudam. 
E assim seguimos, passando pelo tempo, vivendo vidas de ciclos ilusórios, amando e desejando as coisas, girando o mundo pra que algum dia, em alguma estação que há de chegar, a felicidade esteja de braços abertos ao nos reencontrar nesse trem chamado vida. 
Mas ela não vem completa, se acidentou pelo caminho.

29.3.13

A Missão do Espelho no Mundo dos Cegos

Encarar o fato de que a nossa maior missão é deixar um mundo melhor não está sendo fácil. 
As pessoas parecem ter deixado de olhar para o propósito. As pessoas parecem ter deixado de olhar para o outro. As pessoas parecem ter deixado de olhar para onde vivem. As pessoas parecem ter deixado de olhar para tudo aquilo que as cerca. 
Só enxergam coisas, relógio, a miopia do agora.
As pessoas parecem ter deixado de olhar para si próprias, o que é muito pior, pois seria o começo de tudo. Realmente, o espelho é cruel.

23.3.13

Desenhos de Obediência, Medo e Comodismo

Antenas e uma caixa de lápis de cor. Nascer. 
Podemos ter dez cores, podemos ter duas, mas o que importa é o que fazemos com elas. Com as cores que nos deram, enquanto vivemos com as antenas batendo umas nas outras, como que no piloto automático. 
Pensar é proibido. Ser humano não é exigido. Segue. Vai por ali. Obedece aqui. Faça isso. Desce daí! Seguir o bater de antenas é sinônimo de sobrevivência. Cabeças são meros enfeites...
O mundo finge que se importa se pintamos e usamos as cores dentro das linhas, mas apedreja que não se encaixa, quem colore fora delas. Usar a cabeça é colorir fora das linhas. Colorir fora da página. Não podemos ficar oprimidos. 
Bater antenas é comunicar. O suficiente para manter a ordem estabelecida de forma eficiente e delicada. "Crédito ou débito?". "Sacola de plástico?". “Você não acha que deveria fazer mais?". "Quer ketchup e mostarda?". “Eu te amo para sempre...” 
A extinção de movimentos humanos realmente verdadeiros. E como queríamos vê-los com mais frequência... E ninguém te vê! Onde você deixou sua existência? 
Um reino em preto e branco e de cabeças ocas. Sem o espírito verdadeiro do artista genuíno, do santo, do filósofo, do novo, do belo, do útil, do fazer por amor, do relevante. Por que razão a evolução das vidas nem sempre é sinal de progresso, mas sim uma adição interminável de futilidade, conexões questionáveis, rastro de lamento e caminho de esperança? Por que tão poucas cores? Porque não se desenvolvem valores mais importantes?
Que barreiras são essas que impedem as pessoas de se aproximarem do seu verdadeiro potencial? Desenhos de obediência, medo e comodismo. 
Antenas e lápis na maré. No mar que não recusa nenhum rio. Desembocando em lugar nenhum até desaparecer por completo. Um estado conformista de partida constante, chegando sempre. Poupando apresentações e despedidas de vidas vazias. 
O mundo é muita ação e nada de teoria. Nós somos todos teoria e nada de ação.

5.3.13

Ensaios de Não na Vontade do Sim

Não seja tão amigável. Não mande mensagens inesperadas. Não fale de sentimentos quando alguém falar de desejo. Não olhe fundo nos olhos. Não pegue na mão com malícia. Não prometa carinhos. Não prometa o que não podem existir. Não convide para sair. Não repare nos detalhes. Não olhe para a boca. Não crie expectativas para não criar necessidades. Não dê a entender mais do que poderá dar. Não beije enquanto toca uma música. Não sorria quando alguém fala de saudade. Não fale de saudade. Não se engane que precisa e que quer de novo e breve. Não compartilhe silêncios. Não permita que aflore. Não permita sentir essências de repente. Não se perca. Não responda de imediato as mensagens. Não responda tudo perguntarem. Não se deixe sem palavras. Não diga que é diferente. Não diga "pra sempre". Não acredite tanto em você. Não seja tudo que alguém sempre quis. Evite rimas entre o primeiro contato e a realidade. Não dê atenção às palavras que insistem em te sussurrar no ouvido. Não crie esbarrões para roubar carinhos. Não leia ou faça poesias. Escape de beijos, gostos e declarações que você nunca fez. Mas não fuja em vão. Suspiros dão a entender qualquer coisa que não seja. Faça bilhetes nunca entregues... Desconsidere o tempo, e engula a inspiração sem gelo. 

15.2.13

Limitação Pós Momentos Especiais


Quanto tempo terá perdido com seus cafés? 
Não falo exatamente do tempo em que toma café e faz qualquer outra coisa junto, mas do tempo em que saiu para isso. 
Naquele tempo que permaneceu na solidão de segurar a xícara. Apenas café. Distraindo-se, quem sabe, com algum quadro, paisagem, alguma foto, alguma janela, alguma rachadura ou mancha na parede. Ou pensamento fixo – no trabalho que não sai, no fim de semana que não chega, no passado que não se esquece, no tempo que não passa, na saudade que não passa. Ou na morte que não vem. Quanto tempo terá perdido com seus cafés? Nunca muito tempo... Mas muito mais tempo desde que aquele momento especial foi embora. 
Todas as coisas mudam. O teu esforço para permanecer como está é aquilo que te limita.

13.1.13

Renascer é Percorrer o Caminho em Busca do Oceano

Para todo problema complexo, aquele sem precedentes, interno, pessoal, sempre existe uma solução simples, elegante, fácil e completamente errada. Nesses momentos, nas encruzilhadas da vida, escolhas precisam ser feitas. 
O caminho correto é solitário, frio, escuro, úmido, complicado, estreito, difícil. E às vezes basta um olhar. Sem intenção, sem objetivos para se abrir um lado largo, convidativo, bonito, florido, acompanhado. Apenas uma mera fantasia para se abrir um grande buraco que te arrasta, suga, puxa, engole. 
Para todo problema complexo existe uma armadilha que depende exclusivamente de você para funcionar. Só se fica preso quando quiser de fato. Todo sofrimento, lágrima e desespero é encenação, ao mesmo tempo que não é. 
É caminhar do lado errado, gritando por ter caído na armadilha, gritando alto para não ouvir a si mesmo e perceber que só se está ali porque quer. E vamos batendo muitas fotos, na esperança de que em uma delas fiquemos apresentáveis. Distribuímos imagens ao longo do caminho, sabendo que voltar é difícil, por vezes impossível! 
A vida é mágica, mas nenhuma magia vai produzir efeitos ao contrário da sua vontade. E isso é o que há de tão fantástico e assustador no livre-arbítrio: sempre há uma escolha! Decidir no meio de dois caminhos significa que, não importa o que aconteça à sua volta, você sempre será um ser livre. Mas você nunca poderá culpar os deuses, o destino, a pobreza, os amigos, a família, a sociedade, seu corpo ou seus traumas pelo que você faz. É tudo com você! 
Escolher o difícil é saber que sempre existirá outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras possibilidades. E outras pessoas. E outros mundos. E outras cidades. E outras coisas... Viver é coisa séria! Não é imaginação, final de semana, irresponsabilidade. Existir não é carência, aleatoriedade, plantar e negar colheita. Mas como são belas aquelas imagens... 
‘Somos gotas. Formamos um rio que tem medo de cair no mar. Percorremos todos juntos uma jornada, todo o caminho complexo, sinuoso, difícil e quando olhamos à nossa frente, encontramos algo tão grande e azul que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Pode-se apenas ir em frente. E é somente quando entramos no oceano é que o medo desaparece. Descobrimos que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano. Escolher certo por um lado poder ser desaparecimento; por outro, renascimento.’

22.12.12

Lustrar a Máscara é Embaçar a Visão do Íntimo

Como é possível passar uma vida inteira sem ter realizado grandes conquistas? Como é possível, com toda a força que possui, com toda a sua potencial inteligência, não ter chegado em qualquer lugar?
Com sua beleza, um verdadeiro milagre da natureza, provida de consciência e instinto moral, na perfeição do salto alto, com a capacidade de dominar o mundo, as pessoas, realizar sonhos e destruir pesadelos, como pode continuar no sofrimento?
No entanto, aqui está você, no ápice da vida, no vigor da saúde, no clímax da forma física, no ponto em que mais se desafia e não se tem medo da morte, levando uma existência sórdida e obscura, tentando agradar quem não te dá valor, tentando conquistar quem não te dá a mínima, chorando por quem não merece, duvidando de sua real capacidade de sedução e realização. Caçando objetos materiais ou tentando mostrar algum status ou migalha do seu ser para satisfazer a vaidade e o gosto decorativo de outros, mergulhando na mesquinharia, se humilhando em lágrimas e na depressão, deprimida no colo da solidão.
Ter pressa, tirar conclusões baseadas na euforia e na novidade é o que te basta para se tornar mais uma medalha no perfil emocional da rejeição.
Por que não para com isso? Por que não aproveita o que tem de melhor na vida? Por que não dá uma chance ao seu verdadeiro eu? Você sabe quem é o verdadeiro eu? Não há nada capaz de detê-la. Confie! 
O que deu errado? Você não tinha ambição? Caiu em tentação? O que aconteceu? O que aconteceu? Certas turbulências ensinam tanto que deveríamos ter um certo prazer em passar por elas. Certas rejeições fazem tão bem, pois nos movem na direção correta. Certas negações, às vezes, é o que se precisa ouvir para enxergar o óbvio.
Eu sei que atrás deste universo de aparências, da maquiagem, da unha bem feita, do perfume e dos flertes, ainda existe uma esperança preservada.
Nos copos sujos de ontem, nas lembranças dos olhares, nos pensamentos e desejos mais íntimos, existe a vontade de que um café de cada manhã lhe seja servido. Mas não será do jeito que quer, mas do jeito que aparece e você não percebe. Sempre por trás daquela palavra que você não suporta ouvir e não se conforma e que ecoa do íntimo.
Não adote vidas, não desenvolva ilusões, não lustre sua máscara. Acredite na percepção, desenvolva a intuição, não se entregue, seja você agora.

15.12.12

Devorando Momentos de Acordos Silenciosos

Eu te amo pelas tuas falhas, pelas tuas cicatrizes, pelos teus acertos. 
Pelas tuas loucuras todas, pelas voltas por cima, pelos arrependimentos e mudanças de direção. 
Eu amo seu jeito de enfeite. Por conta disso muitas vezes eu não sei o que fazer das mãos. 
Amo tua tristeza, amo tua alegria. As nossas roupas sujas é aqui em casa que lavamos. 
Mesmo e fora de si eu te amo pela tua essência, até pelo que você podia ter sido. 
Todos nadamos na maré das circunstâncias e um dia nos banhamos nas águas do equívoco... 
Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo. Amo quando você borda mais um pano de prato no fim de semana. 
Eu te amo pelas crianças e rugas futuras. Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos realizados. 
Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual. Eu te amo pela tua presença, olhares e bandeiras. Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa. Eu te amo de alma para alma. 
E mais que as palavras, acima da vida e morte. Mais que o silêncio dos momentos difíceis. Mais que teu sono, sua fome. 
Amo esquecer de tudo e olhar nos seu olhos como se nunca a tivesse visto antes. Amo não saber ao certo como chegamos até aqui, porque não prestei atenção em outra coisa. 
Eu te amo pelo rastro do vacilo, sendo apagado pelo perdão. 
Amo seu rastro de luz. Amo ser crucificado no seu abraço. 
Amo matar friamente quem lhe causa dano. Amo nosso plano de morrer juntos. Afinal amar é querer ser enterrado de mãos dadas, ter olhos eternos, que não se decompõem porque querem ficar para sempre abertos contemplando além das estrelas. 
Amar é devorar momentos, assinar acordos silenciosos, contemplar o tempo, sentir o improvável e impossível.