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13.11.17

Suspiro

deito
levanto
deito
levanto
deito levanto
e
pra acabar o dia
falta tanto

fome
e como
fome
e como
e
pra preencher
aja estômago

respiro
inspiro
respiro
inspiro
e
para continuar vivendo

suspiro.

24.1.17

A Matéria Escura que Preenche a Realidade

A escuridão toma conta. São reflexos e reações de densos e pesados pensamentos. Alimentando sentimentos.
De repente ela está lá! Matéria escura, moldada em coisas ditas, sentidas, feitas e não feitas para você. 
De pouco em pouco ela envolve, perturba. E por mais que você procure seguir adiante, engolindo tudo goela abaixo, é pior, pois aí ela te preenche.
Trevas. Dia a dia, resultando em trevas. Uma análise fria dos fatos, dos anos, das escolhas, do caminho.
Nossa vida se torna uma grande penumbra. Existimos, mas não existimos. Somos, mas ninguém vê. Fazemos, mas estamos camuflados.
Escuro. Tudo aquilo que usávamos para iluminar já não é suficiente, não basta, não resolve, não serve mais. Fazemos perguntas, e uma a uma elas se apagam.
Nos movendo sem enxergar, de mãos dadas com a “ingratidão” e abraçado com o “não faz mais que a obrigação”, a gente tropeça e não sai do lugar.
Matéria escura, que faz calar, nos faz silenciar grupos, nos faz tirar o som das notificações, nos faz não querer mais responder, nos faz não querer mais estar a disposição de quem pinta nossos dias, nossa vida, nosso sonho, nossa essência de preto.
Preenchidos de escuridão, sufocados, está difícil demais respirar. Apagaram nossa luz. E a gente é uma mistura de "desistência" com "seguir adiante", esperando alguém ou algo disposto a nos ver, a se importar, disposto a atravessar as sombras para nos encontrar.

22.2.16

O Olhar que Contempla o Cárcere

É na imagem daquelas curvas retas, que contornam os pensamentos, que a falta de oportunidades toma forma. Assim, um universo inteiro de possibilidades morre de fome. A indiferença veste rosa, amarelo, preto... não por mal, mas por não!
A vida se arrasta, desliza pelo ensaio de porquês, pelas milhares de perguntas sem resposta que você não sabe responder. Por que você nunca está, nunca esteve, nunca foi. São só borrões e distorções.
O cotidiano é feito de diálogos imaginários, supondo poréns, escondendo reféns, maquinando álibis... Uma sequência de discussões infinitas e consequências malditas.
E assim vamos nos acostumando, explicando motivos, justificando ausências, implorando razões, adubando esperanças, esperando a chuva dessa nuvem de tristeza que nos acompanha. Querendo arrancar verdades, delirando possibilidades, colhendo certezas que talvez nunca teremos, palavras que nunca ouviremos, emoções que nunca sentiremos, verdades que nunca saberemos, gostos que nunca provaremos.
A realidade é um tapa na cara, que derruba nossos próprios argumentos entre a mente e o coração. Cheia de fragmentos intransitivos, transitivos diretos e indiretas, espalha pelo tapete do corredor da rotina todos os delitos, julgamentos, amarguras, decepções, intenções, repetições, vergonhas e indecisões.
Vivemos ausências, nos conformamos com o mínimo, com o indigesto, com o dissabor, com o que tem.
A impossibilidade nos faz de fantoches, é um verdadeiro deboche, é crueldade pronta para colocar no diário. É preciso matá-la a força, mas não o fazemos, porque apesar de tudo, a impossibilidade muitas vezes, apesar de inquisitória, nos é confortável.
E no fim, seguimos com esse monólogo platônico a caminho do abismo. E o que fica é a certeza de que tudo que se deixou de viver foi motivo de uma loucura desvairada de obrigações, medos e privações de todos os lados desse cárcere inexplicável e improvável.

2.12.15

Porta Aberta é Sentimento

O que você faria se soubesse que a porta está aberta? Será que você entraria devagar pelo corredor e espiaria? Ou ficaria parado, tomado pelo medo, pelas incertezas, atônito? 
Ou então ficaria só olhando em silêncio e cuidando para que ninguém te descobrisse tão perto?
E se a porta estivesse aberta de propósito para você entrar, com um espaço reservado, só seu? E se você pudesse entrar e não precisasse dizer nenhuma palavra? Não precisasse nem acender a luz? 
E se eu te dissesse que bastava entrar, cometer o crime mais perfeito e fazer a coisa mais certa ou errada a fazer?
A porta se abre apenas uma vez, e é preciso entender que as loucuras que se imagina, as vontades, e os impulsos também podem ser vividos.
A porta não escolhe hora, momento ou situação, porque é assim que tem que ser. Se abre para ver seus olhos se despedirem ao amanhecer e não te deixar saber se tudo foi apenas um sonho.
É uma porta para um quarto onde fantasmas leem sobre saudade em meio a uma escuridão de intensões e pesadelos. E você aprende que verdadeiro pesadelo é o sonho do gosto que não se materializa.
Mas a porta está lá, aberta. Não demore muito mais. Atrase relógios, se for preciso. Talvez. Por uma vez. Talvez. Em um dia qualquer.
A porta ficará aberta… até que você entenda que por mais escancarada que ela esteja, vez ou outra, ela se fecha, e o prazer e a realidade que passam por ela se perde para sempre.
Por que às vezes, você pode fazer algo sem destruir nada, nem ninguém. Às vezes, uma vez dentro, basta sair de fininho pela porta dos fundos sem causar alvoroço nem consequências.

29.10.15

Estradas Infinitas e Poeiras Varridas

Tem gente que quer dizer, mas não é bem vinda e é obrigada a guardar tudo para si. Tem gente que é incansável e continua abrindo caminhos infinitos esperando encontrar alguém no fim de um deles, mas só encontra caminhos vazios. Tem gente que encontra infinitas possibilidades de declarar, mas vive na ignorância.
Tem gente que não perde as esperanças, engole e finge. Pisa em cacos dizendo que não dói, colocando curativos por cima de tudo sem nem mesmo tirar os pedaços, sem mesmo saber que não tem cura. Tem gente que esconde, mas isso não funciona mais.
Tem gente cansada de não se deixar ouvir. Tem gente que tem atrás de si um enorme caminho com poeiras varridas.
Tem gente que já escondeu o máximo que pode, só que até as suas falsas aceitações de que está tudo bem, não preenchem mais.
Tem gente que insiste, passando a vida encarando a incerteza e se perguntando se vale mesmo todo esse sufoco.
Tem gente que chora antes de abrir a boca e engasgada assim não convence ninguém de que nem tudo é sentimento, mas que também há razão em querer sentir.
Tem gente que dá todos os sinais e mostra diversas vezes que o breve não basta. Tem gente que quer dizer, mas escuta um “depois a gente fala”. Mas o depois nunca chega e não consegue mais esperar. Tem gente que não tem mais tempo para dizer. 
Tem gente que sente muito por alguém ter sentido tão pouco. E que dessa vez será ela quem não vai estar no final de qualquer destino quando você chegar.
Tem gente sem mais saco para competir com o nada, com as neuras, medos, insanidades ou traumas. Com pressa em sair da paranoia do outro. Terminando dizendo que sente muito, só que dessa vez não sente por si, sente muito por você.

25.9.15

O Ator Idiota da Tragédia Romântica

Tudo vira um nó, tudo vira um só na imaginação e no pensamento. O resultado é sofrimento anunciado. Paixão sofrida. Um ator idiota.
Ele quer o Eu e Tu virando nós, e a realidade é o Ele observando e sofrendo, só, aos cantos. 
A pressa consome, o tempo destrói e a disposição tropeça com a indiferença na primeira esquina.  
A estranheza do oi forçado, a balada sem o par perfeito, você abalado por tudo o que foi feito.
Poderia ser sublime, mas não acontece, poderia ser fogo, mas não tem chama, poderia ter pele, mas não tem toque. Simplesmente não é. Ali, no caminho do improvável e do impossível, o mundo vira de ponta cabeça, derrubando todos os coadjuvantes daquele terrível e dramático cenário de mal gosto.
Julgamentos. Saia dessa, caia fora, esqueça. O canteiro está cheio de outras rosas. Mas as rosas, meu amigo, essas tem espinhos conhecidos: atacam sem perdão e te machucam, não porque querem, mas porque você se atreveu a colhê-las. E como é difícil não querer colher flores influenciado por aquilo que vem de dentro do peito desenhado por falsas expectativas...
Se fosse para seguir o roteiro e escolher, obviamente optaríamos pelo disponível, o que é alcançável, seguro, certeiro, indefeso: Mas parece que a vida é dada a dramas, sem finais e inícios óbvios, cheio de expectadores de canteiros alheios.
Como é difícil conjugar, quando o verbo é sentir mas o adjetivo é fracassado, quando a ação é beijar, querer, mas o sujeito da frase não é você.
Nesse limbo – localizado entre o céu de quem admira e o inferno de quem não dá a mínima - está lá você que não vive o doce da retribuição, nem o amargo do não, pois a indiferença não te larga e o silêncio é sua condenação.
É difícil saber como agir. Você sabe que é errado. Que não devia. Que tem que esperar passar, que tem que ir pescar, que tem de deixar rolar, que não tem de forçar, que tem que ir fazer o que deve ser feito. Sinta, sinto muito – sinta a sublime armardilha que você mesmo criou dentro de si, sinta o fardo de não ser você o protagonista que se dá bem no fim na história de ninguém. 
A vida é mesmo esse drama e, no final, é muito mais fácil ser mero expectador dela, se entregar à preguiça de não querer mais insistir, do que continuar como um mero ator idiota de uma tragédia romântica qualquer.

3.9.15

Deixe ela lá

Deixe ela lá, entre o dito e não dito, entre a certeza da dúvida e a dúvida da certeza.
Deixe ela lá, intocável, imortalizada, idealizada, imóvel, enraizada.
Deixe ela lá, no seu mais espetacular talk show no mudo.
Deixe ela lá, não estrague o milagre dessa conexão impossível.
Deixe ela lá, escondida, em secreto, no poço fundo do desejo.
Deixe ela lá, compreendida, fabulosa, perfeita,aprisionada no cativeiro das expectativas, da vontade e do fascínio.
Deixe ela lá, no ideal, no colorido, naquele mundo que só você criou com ela e para ela.
Deixe ela lá, no que não foi.
Deixe ela lá, ali não tem repreensão, castigo, censura ou julgamento.
Deixe ela lá, não a acorde, não acorde.
Deixe ela lá, tudo é mais fácil e bonito nesse pequeno universo paralelo. 
Deixe ela lá em meio a beleza das flores, em meio a poesias de sol se pondo.
Deixe ela lá, porque já não faz parte, porque já não há lugar, porque não há mais tempo, porque não há mais espaço. Porque não faz sentido, porque não há segurança.
Deixe ela lá, pela vontade de esquecer. Por dias de paz, por dias que simplesmente amanheçam.
Deixe ela lá, ali ela não te prende, ata ou congela.
Deixe ela lá, ali não tem nada instável, supérfluo, muitos talvez e tanto faz. Ali não tem nada mediano, incompleto e conformado.
Deixe ela lá. Ali tem jogos, apostas, diversão. Não tem sobriedade, equilíbrio ou razão.
Deixe ela lá, mergulhada na crença vã e da fé de que tudo vai dar certo.
Deixe ela lá, sem a cobertura da moral e dos bons costumes, do politicamente correto e da politicagem vazia.
Deixe ela lá, ali tem reciprocidade, tato, gosto do gostar.
Deixe ela lá, no limite da existência e da coerência.
Deixe ela lá. Seu mundo e o mundo dela dependem disso.

Deixe ela lá.

19.3.15

O Segredo do 1%

O que motiva não são os 99% que ignoram, mas o 1% que se importa. 
Não são os 99% que duvidam, mas o 1% que emagrece. Não são os 99% que acham que não precisam, mas o 1% que te contrata e te indica. Não são os 99% que dizem que vão, mas o 1% que vai. Não são os 99% que vão para a Disney, mas o 1% que não se contenta só com férias. 
O que importa não são os 99% que não fazem, mas o 1% que se dedica. Não são os 99% que passam, mas o 1% que te ama. Não são os 99%, o segredo está no 1%.

4.11.14

Amor Romântico e Amor Genuíno

"O problema é que sempre confundimos a ideia de AMOR com APEGO. 
Sabe… nós imaginamos que o apego e o agarramento que temos em nossas relações demonstram que amamos quando, na verdade, é só apego… que nos causa dor. Porque quanto mais nos agarramos, mais temos medo de perder. E então, se perdermos, vamos sofrer. 
O que quero dizer é que amor genuíno é… 
Bem, o apego diz: ‘eu te amo, por isso eu quero que você me faça feliz…’. O amor genuíno diz: ‘eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me incluir, ótimo! Se não me incluir, eu só quero a sua felicidade. Apego é como segurar com bastante força. Amor genuíno é como segurar com muita gentileza, nutrindo, deixando que as coisas fluam. Não é ficar preso com força. Quanto mais agarramos o outro com força, mais nos sofreremos. 
Porém é muito difícil para as pessoas entenderem isso porque elas pensam que quanto mais se agarrarem a alguém, mais isso demonstra que elas se importam com o outro. (…) 
Idealmente, as pessoas deveriam se unir em casais já se sentindo preenchidas por elas mesmas e ficarem juntas apenas para apreciarem isso no outro, em vez de esperar que o outro supra essa sensação de bem estar que elas não têm sozinhas.” - Jetsunma Tenzin

[Ative a legenda no canto inferior direito do vídeo]

 

16.10.14

Vencendo a Morte com a Realização

Às vezes está no papel, às vezes só na imaginação, às vezes apenas passa pela cabeça. Mas está lá! Cada detalhe do futuro incrível que te espera, repleto de alegrias, sucesso, amor e conquistas financeiras. E o nível de detalhes é proporcional ao empenho que tem tido e ao tempo que tem gasto para efetivamente realiza-los.
Movido pelas grandes histórias que vê por aí, seja no Facebook, seja na descrição de sucesso de outros, seja nas experiências de conquistas alheias, dentro e fora do imaginário, você sonha com aquele que será o seu momento. O momento de saborear a tão desejada conquista material, amorosa e emocional.
Como se alguma entidade mágica, o acaso, o destino ou até mesmo Deus já tivesse reservado, com nome na lista e data, o seu auge.
Mas a realidade é outra. Os dias, semanas, anos vão passando. A velhice vem se instalando, sem legado, sem nada de especial, sem marcar presença, sem conforto material. A realidade da roda comum e medíocre do mais do mesmo, do loop infinito de começar e terminar sempre onde se começa e termina. 
É difícil aceitar, e assim não se batalha da forma correta, no local correto, no mercado correto, no relacionamento certo, na pessoa certa, sem persistência, consistência e coerência. E aquele momento cada vez mais pregado ao imaginário.
Ao invés de ficar imaginando tudo que poderia estar fazendo, conhecendo, arriscando, falando ou realizando, é necessário sair, se livrar de conversas e pessoas levianas, trocar, fugir, mover.
Sair, porque por mais que sonhos sejam combustíveis, é preciso o primeiro passo, nem que seja em direção à uma pessoa para um novo amor.
Entretanto, ao invés de arriscar e tentar mergulhar na possibilidade do "pode dar certo", as oportunidades passam, assim como a vida... 
É clichê, mas não é sonho, enquanto você sonha com tudo aquilo que quer, outra pessoa corre atrás, abre mão daquilo que você não abre mão, enxerga aquilo que você não quer enxergar, trabalha naquilo que você acha que não funciona, e consegue... 
Sonhar é importante, morrer é inevitável, mas fazer é fundamental e eterno. Se ficar o tempo inteiro de braços cruzados, vai passar o resto da vida em seu quarto, dentro de um universo paralelo que nunca irá se realizar. Morrer como se não tivesse existido.
E, por mais que seja fascinante se perder na imaginação, não existe prazer maior do que conquistar aquilo que você tanto deseja. Isso é vencer a morte com o poder da realização.

1.8.14

Tempo é Borda de Piscina

Tempo é um vacilo entre a sua e a minha morte. É um abismo interminável cujo chão aparece de uma hora para outra sem a gente esperar. 
Tempo é a arte de deixar rastros, a arte de inventar fantasmas de coisas e pessoas que ainda não morreram. 
Tempo é a escravidão de sempre ir em frente, deixando coisas para trás, sem a gente nunca saber que coisas serão essas. 
Tempo é um céu dentro do peito, que de nada se apropria. 
Tempo é borda de piscina, definição, limitação. Decisão. 
Tempo é busca de suas certezas enquanto você duvida das minhas. É ficar acertando ponteiros que sempre voltam ao mesmo ponto. 
É a busca constante pelo melhor caminho, estando de olhos vendados. É buscar atalhos e sempre cair em um labirinto cercado de emoções e arrependimentos. 
Tempo é pedir pra nunca mais tocar naquele assunto. É se afogar na areia movediça das lembranças. 
Tempo é fazer tantas perguntas sem respostas... 
É aquela carta especial que você troca pelo jornal de ontem. 
Tempo é uma coleção de enganos e desenganos. É parar de beijar enquanto está gostando do beijo.
Tempo não são planos. São promessas. É seu futuro! É escrever na pedra, é a última chance, o último capítulo, uma bolha de sabão.
Tempo é vida que não nasceu para ser pleno como num conto de fadas… é louco, perdido e verdadeiro. 
Mas tem tanta coisa bonita no tempo... Nada é mais lindo quando você dedica, doa, oferece e contribui com seu tempo à alguém.
Tempo é o que eu e você precisamos para encontrar um jeito de fazer tudo valer a pena.

7.7.14

Peregrinar na Ignorância é um Giro de 360 Graus

Você foge do passado, seu passado foge do futuro e o seu futuro foge de você. Um círculo formado! 
O ir e voltar ao mesmo ponto, numa peregrinação intensa e constante de existências fundamentadas na aceitação, na troca e na repetição. 
Uma ciranda de relacionamentos movidos a escambo. Cheia de máscaras lustradas no interesse e interações conectadas ao egoísmo. Cada ação, cada passo à frente é um movimento em direção ao interesse próprio, ao que vou ganhar, à própria, única e insignificante existência. 
Uma roda cheia de vidas desperdiçadas, que de forma consciente ou inconsciente, procura se encaixar em algum lugar pré-moldado. Vidas inteiras formadas na obediência a quem e àquilo que dita as regras. 
E as suas regras, que deveriam ser importantes nunca são válidas. Sua voz nunca é ouvida. Seus motivos nunca são suficientes. Sua situação nunca é levada em consideração. 
Uma marcha, onde o outro te apoia porque se apoia nessa imensidão de ignorância, de conformismo, de preconceito, e se alegra do conforto da inquisição de novas ideias.
Uma volta com amores idealizados, infundados, embriagados na enganação de hormônios e na opinião de um círculo.
Giros de 360 graus só te colocam no ponto onde você já está, onde aquele outro já esteve, onde aquele que te segue estará. 
Vidas de pouco significado. Com muito barulho, muito julgamento, muita conclusão, muita conversa, muita expectativa. Uma verdadeira prisão de desejos, de segurança máxima! Ah se pudesse sair da manada... 
Se pudesse ler ao menos um segundo, saberia tudo. 
Se pudesse ver com seus olhos por um segundo, veria tudo. 
Se pudesse ouvir com seus ouvidos, entenderia. 
Se pudesse sentir sem julgar, sentiria tudo.
Se pudesse experimentar, saberia, veria, entenderia e sentiria.
Se pudesse se libertar, amaria. E se pudesse amar de verdade um segundo que seja, amaria tudo, incluindo a si próprio e teria uma vida longe de um círculo vicioso que se repete.
O mais importante não é onde você chegou e o que enfrenta, mas sim o que fez o que não fez para estar onde está.

28.1.14

Na Faixa Etária da Mentira o que Cresce é a Decepção

O mundo parece um grande churrasco de condomínio, uma festa envolvida em mentiras que falamos para nós mesmos e na forma como contamos essas mentiras para os outros. 
Mentiras que são muito rapidamente incorporadas no nosso dia a dia, e nelas baseamos nossas decisões, que nos levam para caminhos que não são os nossos, para lugares que não queríamos e para objetivos que não deveríamos querer. 
Essas mentiras também tem idade. A faixa etária da enganação começa quando a mentira ainda é nova, aquela mentira feita visando a diversão, para testar os limites que os pais colocam. Mas quando a mentira vai ficando mais velha, ela aparece para tentar nos encaixar nesse mundo. Influenciando decisões, amores, carreiras, posses, vidas. A mentira “madura” serve para nos alocar ao lado daqueles que parecem entender as coisas da vida, e parecem não ter dúvidas ou sentir que estão perdidos. A evolução da mentira é nos fazer parecer adultos. E esse é o maior engano de todos. 
Demoramos a entender, e tem gente que passa a vida toda sem saber, que as verdades sobre o que gostamos e o que não gostamos já estão dentro de nós, em algum lugar. E que mentir para si mesmo é aprisionar a perfeição, a realização, o amor. Ignorar essa voz mais íntima, estar surdo ao que o corpo e a mente pedem, e andar abraçado com o espantalho da racionalidade, são sinônimos de privação, de uma vida de frustração. 
Nesses casos não é ter mais experiência que resolve, não é caso de saber mais, pois ninguém sabe mais de nós que nós mesmos. O problema é que não exercitamos nos entender, geralmente somos do contra, somos nossos piores inimigos. Ninguém sabe melhor do que nós o que nos faz felizes. E ninguém tem o poder de encobrir essa verdade mais que nós mesmos. 
Mentimos por medo e vergonha – no desejo de sermos aceitos, de tentar ser iguais aos outros (que também estão tentando ser aceitos), mentimos para viver uma vida de repetição, por mais que não aceitemos isso. 
Quanto mais falamos que queremos ser diferentes, mais nos tornamos iguais. 
Mentimos, pois temos medo de ser diferentes, pensar diferente, fazer diferente. Irônico é saber que muitas vezes as pessoas que conseguem transformar seus sonhos em realidade são precisamente aquelas que tomam decisões polêmicas. Elas são as únicas que têm a coragem de falar e mostrar que tem objetivos incomuns e são verdadeiras nas suas realizações. 
Enquanto isso, muitos na mediocridade, mentem para as coisas, pessoas, atividades e sonhos que realmente dão prazer e que parecem proibidas por ter uma mente recheada e influenciada pelo comum. Se por um momento silenciamos o barulho de “o que diriam” e prestamos atenção na nossa coleção de mentiras, analisando o quando o como e o porquê , poderemos encontrar o nosso tesouro pessoal, aquilo do que realmente gostamos e o que realmente somos, e poupar a nós mesmos de muitas mentiras inúteis que só vão desperdiçar nosso tempo e ânimo. Só fazendo isso é que realmente poderemos correr atrás dos nossos sonhos e nos tornar protagonistas das nossas vidas e não seguidores da vida e dos sonhos de outra pessoa.

28.10.13

O Círculo Vicioso da Escravidão. O Escuro em Três Dimensões

Usando óculos escuros em três dimensões, mantendo distância, um a um, formam uma enorme marcha em círculo, do mais velho ao mais novo. O mais velho morre sem chegar a lugar algum, e o mais novo inicia a marcha cheio de esperanças. 
Uma caminhada de ilusões, falsos projetos, falso moralismo e de muita hipocrisia. A ordem é o círculo e a marcha é em uma só direção. Alguns sempre em frente, outros nem sempre, mas todos no mesmo compasso. Controle e alienação. Marcha constante e envolvente. Uma terrível força gravitacional. 
Uma legião de mentes fechadas, defensoras de conclusões que não são suas. Alternativas são descartadas, ideias e coisas “anormais” são demonizadas. 
Vidas limitadas, egocêntricas e materialistas. Desejos iguais, ritmos iguais, mortes iguais, repetição sobre repetição. Um ritmo insano, com milhares no escuro e em três dimensões. Uma marcha sem fim, sem linha de chegada, até o fim da vida. 
A ignorância plantada como um vírus ofusca o prazer de enxergar novos caminhos, direções e ideais. Louco é sair do comum, pensar em mudança, parar de girar a favor da correnteza de esperanças. Louco é querer novo caminho, querer ver colorido. 
Um círculo imenso de fantoches, sem ponto de vista, sem vontade de pensar, só esperando ordens, ou por conivência, conveniência ou ainda por desconhecimento. Provavelmente todos morrem antes de ver o sol brilhar lutando para manter sua condição. 
Caíram em sua própria armadilha, onde o valor foi ultrapassado pelo fetichismo. Geraram através de sua ideologia racional a era da servidão moderna. Um círculo vicioso em busca do micro-ondas. Afinal ele possibilita esquentar mais rápido o alimento, de forma que se possa trabalhar mais e ter mais renda, para que se possa comprar novos modelos de micro-ondas. 
A roda dominante fez do trabalho seu principal valor, e os servos devem trabalhar mais e mais para pagar à crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto andar em círculos… Passam toda sua vida até enxergarem que continuam no mesmo lugar. E o medo de abrir os olhos, faz uma legião de escravos que se mantêm nesta condição. Baixam a cabeça frente aos donos da mentira, aceitam uma vida de humilhação, de permutas injustas e de miséria por medo. 
A saída do círculo vicioso, começa quando reconhecem todas as frustrações geradas pelas tramas sociais que arrastam a humanidade por séculos num caminho circular sem sentido. Falta darem ouvidos à algumas vozes relutantes que continuam a demonstrar inquietação diante da bestialidade de determinados conceitos, culturas e costumes pré-formados. Falta darem atenção às alternativas! 
Mas nós temos escolha! E mesmo assim, por que continuamos a levar a vida que nós levamos? Histórias de verdade são feitas por quem quebra regras. 
Escolha se despedir desta vida um dia de cabeça erguida andando em linha reta à luz do sol.

1.10.13

Para Histórias Futuras, Rasgue os Textos do Passado

Gente que desafia a condição do tempo em busca de um amor. Gente que acredita que pode repetir o passado, que acalma a busca fazendo a simples regressão do passado para o presente. Gente que afirma que ao reprisar o passado, pode-se esperar um final distinto. Mas, basta a infelicidade bater a porta que o risco de se machucar lembra o que nunca se esqueceu. 
Gente iludida, que ao olhar para trás, ao que aconteceu de bom, comete o erro de supervalorizar ou de achar aquilo tudo imensamente belo. E por lá ficam presos, no mundo fantástico da fantasia. E nesse mundo enfeita o jardim com o pensamento de que se algo deu errado, é porque poderia ter feito diferente, deveria ter exercitado a paciência ou quem sabe ter agido com mais sabedoria. Gente que se depara controlando e mudando o passado, mas que só encontra em si mesmo o seu pior adversário. Porque tem dificuldade a qualquer ato que remonte a desmontagem de uma ilusão arquitetada ou mesmo a renegar a cegueira de um amor totalmente fantasiado. 
Gente que fica e preza as relações sem sentido, mas que ficam lá como se tudo bastasse, com se tudo um dia se ajeitasse, como se tudo pudesse ser pior. Gente que limpa da fantasia o desentendimento, rega a paciência e espera cultivar a estabilidade. Gente que finca os pés no passado e ao sinal de qualquer aviso para limpar o guarda-roupa, se livrar do velho, fazer andar a fila, procurar o novo e trocar, vive na memória do objeto, da maquiagem do passado, da perda da estabilidade, da escravidão da cultura e do próprio destino. 
E assim se dá cor à rotina. Cor de passado, cor de limitação, cor de ausência e da não reconstrução da vida. E nessa dificuldade de ter medo do próximo instante, não saímos de casa, não deixamos as portas abertas e o passado figura como fantasma, espantando o futuro. 
Fazemos do drama o sentido, da propriedade a certeza e, por mais que tentamos escapar da dúvida, deixamos o próximo passo sem imaginação. Tentamos se repetir no passado, nesse apego infundado, um cárcere profundo. Sem lembrar que são nossas histórias que devem continuar, e não os textos.

25.9.13

Procura-se Protagonistas para Biografias

Tá faltando alguém. Faltando alguém do teu lado que fique. Alguém que ature o teu gênio difícil e as tuas mancadas. Tá faltando alguém disposto a te fazer crescer e a crescer contigo. Alguém que venha quando você precise. Alguém que dentre todas as pessoas, te escolha. Alguém que realmente precise de ti. 
Tá faltando alguém que tire seu passado do presente. Alguém que tire todo o ódio, mágoa, remorso, frustração  decepção e culpa.  Tá faltando alguém que te liberte dos seus fantasmas. Tá faltando alguém que não te impeça de viver o presente. Alguém que não te faça dormir com o inimigo.
Tá faltando alguém que não gaste sua alegria, suas energias. Tá faltando alguém que não seja o já era. Tá faltando alguém que te realize, que não te leve para conhecer pessoas que não goste, que não te leve para ambientes que te faz mal. 
Tá faltando alguém que não rife seu coração, alguém que lhe dê seu real valor. Tá faltando alguém que não seja coadjuvante de sua história, que não esgote a sua auto-estima. Tá faltando alguém que não faça o que não concorda, que não estrague sua paz, que não amarre sua alma. 
Tá faltando alguém que te impeça de ficar em círculos, correndo atrás da esperança de um novo ele. Alguém que não te faça abrir mão dos seus sonhos, que saiba priorizar o quanto você é importante. Tá faltando alguém que não jogue fora o seu tempo...
Tá faltando alguém que goste de você de verdade! 
Tá faltando alguém que faça parte fundamental de sua biografia.


11.8.13

Talvez um Dia de Descobertas

Talvez um dia as coisas se resolvam, se ajeitem, tudo faça sentido. Talvez um dia você entenda porque se apaixonou por poucos e acabou escolhendo errado. Talvez um dia entenda o propósito de todas aquelas noites sem dormir, chorando, se lamentando, se arrependendo do dito pelo não dito, acompanhando o sonho se tornar pesadelo.
Talvez descubra porque um dia desejou que o tempo não passasse depressa. Talvez um dia entenda o porque das despedidas, principalmente as das que não fez. 
Talvez um dia  entenda o porque de todos aqueles erros e atitudes equivocadas, o papo bobo, as decisões erradas. Talvez entenda o porque dava socos no ar, murros em ponta de faca, e porque insistiu em algumas pessoas, porque confiou nelas, e porque em alguma situações não pensou duas vezes. 
Talvez um dia comece a aceitar as coisas que perdeu, as vidas que jogou fora. Talvez entenda que algumas coisas foram necessárias. Talvez um dia comece finalmente a entender, talvez olhe para fora. Talvez um dia, quem sabe, entenda que encarar a realidade é também uma forma de ser otimista.

31.7.13

A Servidão Moderna



"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem irão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça."
Direto ao ponto, aprecie o vídeo, nosso mundo, nosso sistema...

4.7.13

Legião de Solitários no Labirinto Apertado

Mais um dia. Mais uma semana. Mais stress. Mais o tempo passa e nos alerta, nos empurra, nos instiga a sair. E o tempo passa...
Revolta sem saída. Cansaço sem saída. Mais nos cobramos. E o tempo é escasso... 
Falta suporte para resistir esse rumo que decidimos seguir. E quanto mais passam-se os dias, mais corremos para o centro do furacão. Exposição. Nervosismo. Sem certezas. Novas dúvidas... 
Mais sentimos o peso. Mais fazemos do peso nosso caminho. Menos dormimos. E o tempo finalmente chega...
Acordar é abrir a porta do labirinto dos nosso dias. É trabalho diário de revisitar o que nos trouxe até aqui. É viver de dedos cruzados todos os dias em um espaço criado, submetido, submerso, de mãos atadas. Sonhar é não remover cada teia de aranha no canto escondida, cada camada de pó do móvel abandonado. 
Precisamos é de mais cor para projetar, resoluções que não apertem o coração, ter mais motivos para fazer a saudade bater, menos medo da aflição para atormentar. 
Precisamos de mais paz nas palavras derramadas nestes corredores desse espaço chamado vida. Precisamos de atitudes concretas e menos discursos. Precisamos de uma vida mais leve, pois o tempo está passando. Uma história de menos coisas e mais experiências, pois não levaremos nada. Precisamos de menos legiões de solitários, que perambulam para lá e para cá, andando em círculos, repetindo as mesmas coisas, comprando as mesmas coisas, reclamando das mesmas coisas, com os mesmos problemas. 
Na vida, solidão é ter problema, ou aparentar problema. É o mesmo que uma coceira nas costas...
Certo da solidão se acostume a ser boa companhia. A cada gesto, a cada palavra, a cada silêncio, precisamos nos perguntar se estamos cada vez mais perdidos nesse espaço ou cada vez mais apertados na nossa vida. Se quem está em cena é o amor ou o nosso carcereiro. Mais um dia contando com a sorte. Esperando notícia boa. Esperando alguém entrar...

4.6.13

Prece a Deus - Se Voltaire Encontrasse a Violência

Não é mais a homens, portanto, que eu me dirijo, mas a Você, Deus de toda a criação, de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos. 
Se a nós insignificantes criaturas perdidas nessa imensidão infinita do universo, for permitido ousar pedir algo a Você, o alfa e o ômega, Você cujas leis são eternas e justas, pedimos que indigne-Se ao olhar os erros ligados à nossa imperfeita e destrutiva natureza; que olhes para toda essa calamidade humana. 
Pedimos que ajude, abençoe o homem de bem, faça com que suportemos o fardo de uma vida penosa, sofrida e passageira. Permita que suportemos toda a maldade que cobre os corpos e as mentes débeis de nossos irmãos, que sobrevivamos à violência gerada na imperfeição de almas perdidas, que aguentemos firmes a vida insuficiente causada pela distinção gerada por nossos costumes ridículos. 
Que nos ajude trazendo a verdadeira justiça para complementar todas as nossas leis imperfeitas, leis arcaicas, burocráticas cheias de subornos e desvios. 
Que nos perdoe de todas as nossas opiniões insensatas, e que faças realmente distinção da luz e escuridão, do joio e trigo, do doce e do amargo ao aplicar suas sentenças. 
Dê forças a quem sofre os efeitos da irracionalidade do homem, e da sua constante desvalorização à vida. Que olhes para esse mundo perdido, mal, escuro, cheio de átomos chamados homens que respiram ódio, dinheiro, e vida fácil. 
Que aqueles que fecham os olhos em pleno meio-dia, orando para Ti, suportem os demais que Te esqueceram. Que castigues toda vaidade, toda iniquidade, causadas pela busca da grandeza, poder e riqueza; Que extermines a inveja: pois Você sabe que nessas vaidades não há o que invejar nem do que se orgulhar. 
Que os homens de fé possam um dia celebrar de verdade a vida. Que possam, com sua permissão ter amigos para receber em casa. Que homens honestos nunca mais tenham impotência, fiquem acuados, com medo da escória, da sujeira, da impunidade da violência, sem Sua proteção. Por favor, permita que homens de bem não se machuquem mais. 
Suporte nossa frustrante sensação de que tudo está errado nessa vida que amamos. Que Você proteja quem paga a César o que é de César, e paga em dia. Proteja quem soluciona seus erros, evolui como ser humano, tem compaixão ao próximo, respeita a todos, cultiva o coração do bom senso. Que julgues sem misericórdia a favor do homem justo! 
Que perdoes nossa bem intencionada polícia, que é despreparada, mal treinada, mal armada, mal remunerada por conta de quem viola nossos cofres públicos. Salve-nos dessa terra de ninguém. Terra do arrastão, das chacinas, dos assaltos e arrombamentos. 
Ilumine os indivíduos de bem do poder público, que ajudem a quem apenas busca ser competente, honesto e profissional nesse mundo. Não deixe as famílias de bem sozinhas. Que Sua ira venha sobre o horror à tirania exercida sobre as almas boas, que Sua justiça seja feita sobre a bandidagem que toma à força o fruto do trabalho e da indústria pacífica! 
A Ti agradeço a consciência e a liberdade que nos concede neste instante. Só por Ti.