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24.1.17

A Matéria Escura que Preenche a Realidade

A escuridão toma conta. São reflexos e reações de densos e pesados pensamentos. Alimentando sentimentos.
De repente ela está lá! Matéria escura, moldada em coisas ditas, sentidas, feitas e não feitas para você. 
De pouco em pouco ela envolve, perturba. E por mais que você procure seguir adiante, engolindo tudo goela abaixo, é pior, pois aí ela te preenche.
Trevas. Dia a dia, resultando em trevas. Uma análise fria dos fatos, dos anos, das escolhas, do caminho.
Nossa vida se torna uma grande penumbra. Existimos, mas não existimos. Somos, mas ninguém vê. Fazemos, mas estamos camuflados.
Escuro. Tudo aquilo que usávamos para iluminar já não é suficiente, não basta, não resolve, não serve mais. Fazemos perguntas, e uma a uma elas se apagam.
Nos movendo sem enxergar, de mãos dadas com a “ingratidão” e abraçado com o “não faz mais que a obrigação”, a gente tropeça e não sai do lugar.
Matéria escura, que faz calar, nos faz silenciar grupos, nos faz tirar o som das notificações, nos faz não querer mais responder, nos faz não querer mais estar a disposição de quem pinta nossos dias, nossa vida, nosso sonho, nossa essência de preto.
Preenchidos de escuridão, sufocados, está difícil demais respirar. Apagaram nossa luz. E a gente é uma mistura de "desistência" com "seguir adiante", esperando alguém ou algo disposto a nos ver, a se importar, disposto a atravessar as sombras para nos encontrar.

2.12.15

Porta Aberta é Sentimento

O que você faria se soubesse que a porta está aberta? Será que você entraria devagar pelo corredor e espiaria? Ou ficaria parado, tomado pelo medo, pelas incertezas, atônito? 
Ou então ficaria só olhando em silêncio e cuidando para que ninguém te descobrisse tão perto?
E se a porta estivesse aberta de propósito para você entrar, com um espaço reservado, só seu? E se você pudesse entrar e não precisasse dizer nenhuma palavra? Não precisasse nem acender a luz? 
E se eu te dissesse que bastava entrar, cometer o crime mais perfeito e fazer a coisa mais certa ou errada a fazer?
A porta se abre apenas uma vez, e é preciso entender que as loucuras que se imagina, as vontades, e os impulsos também podem ser vividos.
A porta não escolhe hora, momento ou situação, porque é assim que tem que ser. Se abre para ver seus olhos se despedirem ao amanhecer e não te deixar saber se tudo foi apenas um sonho.
É uma porta para um quarto onde fantasmas leem sobre saudade em meio a uma escuridão de intensões e pesadelos. E você aprende que verdadeiro pesadelo é o sonho do gosto que não se materializa.
Mas a porta está lá, aberta. Não demore muito mais. Atrase relógios, se for preciso. Talvez. Por uma vez. Talvez. Em um dia qualquer.
A porta ficará aberta… até que você entenda que por mais escancarada que ela esteja, vez ou outra, ela se fecha, e o prazer e a realidade que passam por ela se perde para sempre.
Por que às vezes, você pode fazer algo sem destruir nada, nem ninguém. Às vezes, uma vez dentro, basta sair de fininho pela porta dos fundos sem causar alvoroço nem consequências.

25.9.15

O Ator Idiota da Tragédia Romântica

Tudo vira um nó, tudo vira um só na imaginação e no pensamento. O resultado é sofrimento anunciado. Paixão sofrida. Um ator idiota.
Ele quer o Eu e Tu virando nós, e a realidade é o Ele observando e sofrendo, só, aos cantos. 
A pressa consome, o tempo destrói e a disposição tropeça com a indiferença na primeira esquina.  
A estranheza do oi forçado, a balada sem o par perfeito, você abalado por tudo o que foi feito.
Poderia ser sublime, mas não acontece, poderia ser fogo, mas não tem chama, poderia ter pele, mas não tem toque. Simplesmente não é. Ali, no caminho do improvável e do impossível, o mundo vira de ponta cabeça, derrubando todos os coadjuvantes daquele terrível e dramático cenário de mal gosto.
Julgamentos. Saia dessa, caia fora, esqueça. O canteiro está cheio de outras rosas. Mas as rosas, meu amigo, essas tem espinhos conhecidos: atacam sem perdão e te machucam, não porque querem, mas porque você se atreveu a colhê-las. E como é difícil não querer colher flores influenciado por aquilo que vem de dentro do peito desenhado por falsas expectativas...
Se fosse para seguir o roteiro e escolher, obviamente optaríamos pelo disponível, o que é alcançável, seguro, certeiro, indefeso: Mas parece que a vida é dada a dramas, sem finais e inícios óbvios, cheio de expectadores de canteiros alheios.
Como é difícil conjugar, quando o verbo é sentir mas o adjetivo é fracassado, quando a ação é beijar, querer, mas o sujeito da frase não é você.
Nesse limbo – localizado entre o céu de quem admira e o inferno de quem não dá a mínima - está lá você que não vive o doce da retribuição, nem o amargo do não, pois a indiferença não te larga e o silêncio é sua condenação.
É difícil saber como agir. Você sabe que é errado. Que não devia. Que tem que esperar passar, que tem que ir pescar, que tem de deixar rolar, que não tem de forçar, que tem que ir fazer o que deve ser feito. Sinta, sinto muito – sinta a sublime armardilha que você mesmo criou dentro de si, sinta o fardo de não ser você o protagonista que se dá bem no fim na história de ninguém. 
A vida é mesmo esse drama e, no final, é muito mais fácil ser mero expectador dela, se entregar à preguiça de não querer mais insistir, do que continuar como um mero ator idiota de uma tragédia romântica qualquer.

19.8.15

Alguma Coisa sobre Eles

Se fosse simples, tinha só um nome e sobrenome e data de nascimento. Mas não tem. Se não fosse estranho, seria tudo conforme o planejado. Mas é. Se não fosse fascínio, sairia facilmente da cabeça. Mas não sai. Se não fosse intenso, os olhos não procurariam. Mas procuram. 
Para nosso desespero, tudo é notado, tudo é preciso, tudo é mágico, tudo é um único e improvável contato. Nos deixando sem noção de medida, sem noção de certo ou errado, sem saber se vai ou se fica. 
É cíclico, não se supera, não se encontra, não se liberta. São emoções que te jogam de um lado para o outro, te jogam para cima ou para baixo. São poesias em aberto, esperando nomes que não completam lacunas. 
No quadrado da rotina e do aceitável, eles não foram quando quiseram, eles esconderam de si mesmo quando foi necessário. Ele não fez sua parte. Ela não quis sua parte. Eles – não faz mais diferença, é indiferença. 
No carrossel da incerteza ninguém se põe mais a sonhar, apenas brincar, brincar de evitar. 
Pela sombra encontram-se só espaços, abismos, vãos, caos, intenções, desejos, uma porta escancarada. 
Eles não sabem. Quase nada. Alguma coisa sobre eles. O que foi, o que não foi e o que poderia ter sido. Foram embora. Porque nunca haveria lugar suficiente aqui. 
Ganharam asas descartáveis da vida, um leve empurrão e a disposição para querer voar. E na mente somente terceiras pessoas de um plural qualquer. 
Sim, a vida é um plano fracassado de roteiros impossíveis. Uma procura interna de justificativas e álibis, tornando os pequenos encontros de certeza inesquecíveis.

16.10.14

Vencendo a Morte com a Realização

Às vezes está no papel, às vezes só na imaginação, às vezes apenas passa pela cabeça. Mas está lá! Cada detalhe do futuro incrível que te espera, repleto de alegrias, sucesso, amor e conquistas financeiras. E o nível de detalhes é proporcional ao empenho que tem tido e ao tempo que tem gasto para efetivamente realiza-los.
Movido pelas grandes histórias que vê por aí, seja no Facebook, seja na descrição de sucesso de outros, seja nas experiências de conquistas alheias, dentro e fora do imaginário, você sonha com aquele que será o seu momento. O momento de saborear a tão desejada conquista material, amorosa e emocional.
Como se alguma entidade mágica, o acaso, o destino ou até mesmo Deus já tivesse reservado, com nome na lista e data, o seu auge.
Mas a realidade é outra. Os dias, semanas, anos vão passando. A velhice vem se instalando, sem legado, sem nada de especial, sem marcar presença, sem conforto material. A realidade da roda comum e medíocre do mais do mesmo, do loop infinito de começar e terminar sempre onde se começa e termina. 
É difícil aceitar, e assim não se batalha da forma correta, no local correto, no mercado correto, no relacionamento certo, na pessoa certa, sem persistência, consistência e coerência. E aquele momento cada vez mais pregado ao imaginário.
Ao invés de ficar imaginando tudo que poderia estar fazendo, conhecendo, arriscando, falando ou realizando, é necessário sair, se livrar de conversas e pessoas levianas, trocar, fugir, mover.
Sair, porque por mais que sonhos sejam combustíveis, é preciso o primeiro passo, nem que seja em direção à uma pessoa para um novo amor.
Entretanto, ao invés de arriscar e tentar mergulhar na possibilidade do "pode dar certo", as oportunidades passam, assim como a vida... 
É clichê, mas não é sonho, enquanto você sonha com tudo aquilo que quer, outra pessoa corre atrás, abre mão daquilo que você não abre mão, enxerga aquilo que você não quer enxergar, trabalha naquilo que você acha que não funciona, e consegue... 
Sonhar é importante, morrer é inevitável, mas fazer é fundamental e eterno. Se ficar o tempo inteiro de braços cruzados, vai passar o resto da vida em seu quarto, dentro de um universo paralelo que nunca irá se realizar. Morrer como se não tivesse existido.
E, por mais que seja fascinante se perder na imaginação, não existe prazer maior do que conquistar aquilo que você tanto deseja. Isso é vencer a morte com o poder da realização.

25.9.13

Procura-se Protagonistas para Biografias

Tá faltando alguém. Faltando alguém do teu lado que fique. Alguém que ature o teu gênio difícil e as tuas mancadas. Tá faltando alguém disposto a te fazer crescer e a crescer contigo. Alguém que venha quando você precise. Alguém que dentre todas as pessoas, te escolha. Alguém que realmente precise de ti. 
Tá faltando alguém que tire seu passado do presente. Alguém que tire todo o ódio, mágoa, remorso, frustração  decepção e culpa.  Tá faltando alguém que te liberte dos seus fantasmas. Tá faltando alguém que não te impeça de viver o presente. Alguém que não te faça dormir com o inimigo.
Tá faltando alguém que não gaste sua alegria, suas energias. Tá faltando alguém que não seja o já era. Tá faltando alguém que te realize, que não te leve para conhecer pessoas que não goste, que não te leve para ambientes que te faz mal. 
Tá faltando alguém que não rife seu coração, alguém que lhe dê seu real valor. Tá faltando alguém que não seja coadjuvante de sua história, que não esgote a sua auto-estima. Tá faltando alguém que não faça o que não concorda, que não estrague sua paz, que não amarre sua alma. 
Tá faltando alguém que te impeça de ficar em círculos, correndo atrás da esperança de um novo ele. Alguém que não te faça abrir mão dos seus sonhos, que saiba priorizar o quanto você é importante. Tá faltando alguém que não jogue fora o seu tempo...
Tá faltando alguém que goste de você de verdade! 
Tá faltando alguém que faça parte fundamental de sua biografia.


11.8.13

Talvez um Dia de Descobertas

Talvez um dia as coisas se resolvam, se ajeitem, tudo faça sentido. Talvez um dia você entenda porque se apaixonou por poucos e acabou escolhendo errado. Talvez um dia entenda o propósito de todas aquelas noites sem dormir, chorando, se lamentando, se arrependendo do dito pelo não dito, acompanhando o sonho se tornar pesadelo.
Talvez descubra porque um dia desejou que o tempo não passasse depressa. Talvez um dia entenda o porque das despedidas, principalmente as das que não fez. 
Talvez um dia  entenda o porque de todos aqueles erros e atitudes equivocadas, o papo bobo, as decisões erradas. Talvez entenda o porque dava socos no ar, murros em ponta de faca, e porque insistiu em algumas pessoas, porque confiou nelas, e porque em alguma situações não pensou duas vezes. 
Talvez um dia comece a aceitar as coisas que perdeu, as vidas que jogou fora. Talvez entenda que algumas coisas foram necessárias. Talvez um dia comece finalmente a entender, talvez olhe para fora. Talvez um dia, quem sabe, entenda que encarar a realidade é também uma forma de ser otimista.

31.7.13

A Servidão Moderna



"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem irão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça."
Direto ao ponto, aprecie o vídeo, nosso mundo, nosso sistema...

4.7.13

Legião de Solitários no Labirinto Apertado

Mais um dia. Mais uma semana. Mais stress. Mais o tempo passa e nos alerta, nos empurra, nos instiga a sair. E o tempo passa...
Revolta sem saída. Cansaço sem saída. Mais nos cobramos. E o tempo é escasso... 
Falta suporte para resistir esse rumo que decidimos seguir. E quanto mais passam-se os dias, mais corremos para o centro do furacão. Exposição. Nervosismo. Sem certezas. Novas dúvidas... 
Mais sentimos o peso. Mais fazemos do peso nosso caminho. Menos dormimos. E o tempo finalmente chega...
Acordar é abrir a porta do labirinto dos nosso dias. É trabalho diário de revisitar o que nos trouxe até aqui. É viver de dedos cruzados todos os dias em um espaço criado, submetido, submerso, de mãos atadas. Sonhar é não remover cada teia de aranha no canto escondida, cada camada de pó do móvel abandonado. 
Precisamos é de mais cor para projetar, resoluções que não apertem o coração, ter mais motivos para fazer a saudade bater, menos medo da aflição para atormentar. 
Precisamos de mais paz nas palavras derramadas nestes corredores desse espaço chamado vida. Precisamos de atitudes concretas e menos discursos. Precisamos de uma vida mais leve, pois o tempo está passando. Uma história de menos coisas e mais experiências, pois não levaremos nada. Precisamos de menos legiões de solitários, que perambulam para lá e para cá, andando em círculos, repetindo as mesmas coisas, comprando as mesmas coisas, reclamando das mesmas coisas, com os mesmos problemas. 
Na vida, solidão é ter problema, ou aparentar problema. É o mesmo que uma coceira nas costas...
Certo da solidão se acostume a ser boa companhia. A cada gesto, a cada palavra, a cada silêncio, precisamos nos perguntar se estamos cada vez mais perdidos nesse espaço ou cada vez mais apertados na nossa vida. Se quem está em cena é o amor ou o nosso carcereiro. Mais um dia contando com a sorte. Esperando notícia boa. Esperando alguém entrar...

30.4.13

Amor é Voo Particular de Uma Borboleta

Amor é nosso terceiro pedido. Nossa imortalidade. 
É estar uma vez em vida, com muita sorte, com a certeza de alguém com quem dividir a vida. Esquecendo o tempo antes dela, se preocupando com o tempo após ela. 
É mosaico de euforia, dúvidas, certezas, felicidade, medo, carinho, cumplicidade e empatia. São anos com dias doloridos, mas com horas piores sem o outro. É trocar de pele, sair da casca, virar borboleta. 
Amar é atravessar algo além da própria experiência, sem conhecimento para consertar. É não julgar. É escolher sabendo dos riscos, dando em troca respeito. É ser leitor assíduo, neutro, ansioso para permanecer até o final da história. 
Amantes existem para salvar uns aos outros de si mesmo. E destino é a ponte que se constrói até a pessoa amada. 
Amar é não se ver de novo. É estar andando e sentindo uma certa presença ao lado, onde quer que se esteja. Amor é fusão, construção, evolução, liberdade, crescimento, individualidade. Mesmo quando o destino precisa se cumprir, amantes estão prontos para ajuda-lo a não fazer isso sozinho. 
Amor não tem a ver com palavras soltas, melosas, ditas para todos os lados e em todos os murais para todo mundo ver. Não tem a ver com fotinhas coloridas cheia de filtros modernos e poses combinadas. Não tem a ver com beijos programados, dividir sorvete, fazer faixas para sobrevoar estádios, fazer pedidos em telões, escrever palavras gigantescas no céu. 
Amor não é faz de conta, sonho colorido ou irrealidades. Amor é realidade, praticado por tolos em processo de reações químicas. Amor é um grande gesto, feito no silêncio, na dedicação exclusiva do dia-a-dia, na luta constante contra a rotina, nas decisões e certezas tomadas longe dos olhos viciados de outros. 
Amor é ir além das forças, ainda que machuque. É liberar sentimentos escondidos. É mistério. Dedicação. Entrega. Servidão. Perdão. Descoberta. Libertação. Voo particular. 
Amor é achar dentro de si uma coragem que nem sabia existir. É saber que chegamos ao mundo sozinhos, e saíremos exatamente do mesmo modo, mas deixando uma história particular para trás. Deixando lembranças incríveis que não se esquecem. 
Amor não segue regras, costumes, tradição ou fantasia. 
Amor é impressão digital, nunca haverá dois iguais. Por que não somos todos iguais, não permanecemos iguais, não amamos de forma igual e os tempos não são iguais. Às vezes, o mundo distorce nossa percepção do que é, e perde-se uma vida inteira, deixando de ser, para se descobrir isso...

16.4.13

Realidade São Loops de Caminhos Repetidos

Os dias não são difíceis, coincidências que se repetem é que são. Será o acaso, a providência, a culpa, a colheita? Não! É somente o fim de um plano... Afinal, realidade são loops de caminhos repetidos. 
Difícil não é ir para o outro lado, mas aguentar que tudo muda após a sua viagem. A repetição de fotos para estender a consciência, a repetição da alienação para não enfrentar verdadeiros problemas, a repetição da rotina como muleta para as desculpas, a repetição da semana estressante como pedágio para o fim de semana. E vidas são disperdiçadas... Todos mais velhos e mais iguais que ontem.
Difícil não é contar, mas ser entendido. Não é saber, mas fazer! A vida é uma sucessão de escolhas erradas feitas pelo tempo e corrigir não está à venda. 
A repetição dos sonhos com o baile nas nuvens aturando o descompasso das horas da nossa realidade. 
A existência é um sopro, que faz diferença, mas está longe de ser essencial. Afinal, tudo é maior. Pequenos mesmos são os nossos problemas. Pequenos mesmos são nossos mundos, criados, deformados, limitados, mal aproveitados, distorcidos, influenciados da nossa mente. A distorção do ser, da vida, do propósito. 
A herança das escolhas erradas e decisões fundamentadas sobre o nada. Viemos para ser colaboradores e não personagens principais do veículo chamado esperança. Principal é o todo, o coletivo. 
Corações cinzas, frios, e mentes feito um breu. A espera de mudanças, a espera do melhor, do melhor amor, da melhor vida, do suficiente. Mas verdades arraigadas em mentiras não ajudam. 
E assim seguimos, passando pelo tempo, vivendo vidas de ciclos ilusórios, amando e desejando as coisas, girando o mundo pra que algum dia, em alguma estação que há de chegar, a felicidade esteja de braços abertos ao nos reencontrar nesse trem chamado vida. 
Mas ela não vem completa, se acidentou pelo caminho.

15.2.13

Limitação Pós Momentos Especiais


Quanto tempo terá perdido com seus cafés? 
Não falo exatamente do tempo em que toma café e faz qualquer outra coisa junto, mas do tempo em que saiu para isso. 
Naquele tempo que permaneceu na solidão de segurar a xícara. Apenas café. Distraindo-se, quem sabe, com algum quadro, paisagem, alguma foto, alguma janela, alguma rachadura ou mancha na parede. Ou pensamento fixo – no trabalho que não sai, no fim de semana que não chega, no passado que não se esquece, no tempo que não passa, na saudade que não passa. Ou na morte que não vem. Quanto tempo terá perdido com seus cafés? Nunca muito tempo... Mas muito mais tempo desde que aquele momento especial foi embora. 
Todas as coisas mudam. O teu esforço para permanecer como está é aquilo que te limita.

23.11.12

Ser Pessoa é Tirar Mais um Animal do Mundo

Pessoas não são números, estatísticas. Pessoas não são engrenagens, máquinas. 
Pessoas não são formulários, pequenos registros. 
Pessoas não são peças de jogo de xadrez, não são fantoches. Pessoas não são pedras, animais, inanimados. 
Pessoas não são coisas, peças de vitrine, componentes de mostruário. Pessoas não são o que pensamos, o que vemos, o que achamos. 
Pessoas não são objetos, embalagens de um só rótulo. Pessoas não são, estão. 
Pessoas são carne e osso, com sistema imunológico, neurológico, complexos. 
Pessoas sonham. Pessoas têm vida. São um conjunto de desejos, medos, imperfeições e perfeições. Pessoas são habilidades, diversas. Pessoas são soma de culturas, ideias, construção de séculos. 
Pessoas são decisões, pensamentos, sentimentos, consciência. É o que o universo tem de mais original, visceral, intrigante, importante. Pessoas são o maior valor.
Pessoas acontecem, evoluem, partem, vêm e vão. Pessoas são únicas, raras, lindas, a obra-prima de uma criação. Pessoas não são iguais, comparáveis. 
Pessoas sentem, escutam, escolhem. Pessoas tem cérebro. Pessoas são boas, más. 
Pessoas erram, aprendem, levantam. Pessoas existem... Pessoas morrem! 
Pessoas tem prazo de validade, sem hora marcada. 
Pessoas valem mais que qualquer calendário, cargo, neura, prazo, culpa, erro, passado ou futuro. 
Pessoas fazem acontecer, decidem. Pessoas amam, dão vida, educam, se educam. 
Pessoas são o motivo de tudo. Pessoas são momentos. Pessoas são nossa vida! 
Pessoas são humanos. Nem todos os humanos são pessoas. Alguns humanos são animais.

16.11.12

Somos o Que Pensamos Quando Não Estamos Prestando Atenção

O mundo gira. Mas ele não gira rápido como muitos pensam. Ele se movimenta devagar... Lentamente, conspirando... 
E nos trai com um golpe certeiro, doloroso, no momento que menos se imagina. E a dor é tão grande que às vezes se mostra menor que tentar reescrever o passado, se arriscar no futuro, para ver no que vai dar. 
Ação e reação é a lei mais perfeita que existe. Não há como fugir das mentiras que foram juradas olhando nos olhos do outro. Sentimos com o corpo e nos enganamos com os olhos. A fantasia do estar bem e de estar no controle. 
A vida toda somos aquilo que pensamos quando não estamos prestando atenção. Aquela pessoa, aquela cor, o cheiro, o beijo perdido, aquela palavra, aquela lembrança, os olhares não vistos, as percepções, o sentir, o instinto, o convite rejeitado, o arrepio, o ar ofegante, a iniciativa não tomada, as escolhas e decepções. Você no centro, uma história que precisa seguir adiante, independente se você quer ou não. 
O que vem de fora, veio de dentro de algum lugar. A novidade, já é velha para alguém. Sobram apenas restos e esperanças de recomeço. 
Não queira apenas lembranças boas, queira a saudade. Não adianta ter um passado bonito e não ter saudade. Só assim aquelas mentiras terão valido a pena...
Mentiras... Porque não tem como explicar para quem não quer entender. Não tem como ajudar que não quer ajuda. Não tem como curar quem não quer ser curado. Não tem como aprender sem ser humilde. Não tem como mudar sem desafio e incerteza. Não tem como acordar quem quer se manter no seu sonho encantado do cotidiano. 
Se as pessoas tentassem brigar pela sua essência, pelos seus desejos, por aqueles momentos preciosos que se encontram escondidos com o banal, abririam-se muito mais caminhos. Sem dúvida, seria uma proteção para o golpe de uma vida que consumiu e não deixou, uma vida que não valeu a pena.

3.11.12

Escalando a Consciência no Time que Corre sem Uniforme

A escassez do que é bom, do que é do bem. A falta do elogio para quem merece. A falta da valorização de quem tem valor, e são poucos...
A falta dos filhos da obediência, dos amigos de verdade, do esforço, do falar pouco e fazer mais. A falta de respeito.
Porque fazer o bem não virou mais obrigação. O bem, o ético, a honestidade, a sinceridade comedida, o perdão, a desculpa, o arrependimento, o amor, estão se tornando invisíveis...
A falta da promoção do útil, da palavra de ânimo, da ajuda, do apoio que agrega. É difícil ir contra a maré, contra a imoralidade generalizada...
A falta de educação, da lei do maior esforço, do dar o tempo ao tempo, da criatividade para o bem, do questionamento relevante, da inatividade e da passividade. Fazer o mal torna-se a regra...
É pequeno demais e insignificante ser ser humano. Dói saber que a maioria não pensa assim. A maioria nem pensa mais. O mundo é pequeno para egos gigantescos. O poder, a arrogância, a falta de humildade, são o buraco negro da vida. Engolem tudo e todos, inclusive a luz que emana de quem se destaca.
Não importa os novos cortes de cabelo, novas academias, novas compras, novos carros, novas noites ou novas roupas. Nada é capaz de esconder aquele lugar lá dentro, onde você realmente se encontra... Um dia as escolhas não sustentam e é para lá que se vai!
A ordem dos fatores complica o resultado. O resultado da vida é uma equação de vários graus. Simplificar é ter escolher correto. Não cruzar os braços, não suspender a respiração, não desfazer os movimentos, não confundir o tempo, correr em direção da consciência. Dar as mãos a quem é de confiança. Dar as costas ao resto. Se apegar ao verdadeiro. Questionar a monotonia e deixar pelo caminho quem atrapalha a rotina. O problema não é a rotina, mas o que se faz nela...
Deixar de lado a ideia que ficar de galho em galho é bom sinal, de que essa vida é ter de vestir uma camisa de um time que joga sem uniforme.
Valorizar, apreciar, consumir e abraçar causas daquelas pessoas que criam coisas legais por prazer, porque são elas que distribuem a graça pelo mundo.
Beijar. Porque o beijo quase nunca é apenas um beijo. Beijo é passaporte. Mas beije certo...
Basta ao desperdício de forças, de tempo e de corações. Chega de adormecer ao colo da futilidade, do comum, do consumo exagerado, do desperdício, do excesso, da pose, da vida que não se tem, da regra geral de felicidade. Porque um dia o tempo amolece e a biologia cobra caro.
O coração é um músculo involuntário, ele bate mesmo sem você querer, mas a cabeça é que deve determinar por quem ele bate, e pelo que ele acelera enquanto se corre.

24.10.12

Crescer é Dormir no Arrependimento

Quando somos crianças, somos um pouco de cada coisa. Artista, astronauta, cientista, poeta, atleta, erudito. 
Às vezes parece que crescer é desistir destas coisas, uma a uma. 
No fim, ao crescer, todos nos arrependemos por coisas das quais desistimos. Algo de que sentimos falta. De que desistimos por sermos muito preguiçosos, ou por não conseguirmos nos sobressair, ou por que alguém nos desiludiu, ou simplesmente por termos medo. 
Agora que somos adultos continuamos a lamentar. E em algum momento, tarde da noite, quase ao adormecer, os problemas e as ansiedades se dissipam e restam apenas as lembranças. E as lembranças não são diferentes do que sempre foram e sempre serão. As moças pelas paixões e oportunidades perdidas. Os homens e as mulheres sofrem sozinhos pelas escolhas que fizeram. E os meninos, confusos, cheios de medo, de amor e de coragem crescem silenciosamente enquanto dormem.

19.10.12

Em Época de Mentiras, Dizer a Verdade é Revolução

Estes não são tempos bobos. Não é brincadeira de criança, a culpa da inocência, a calmaria depois da tempestade, o arrependimento depois da mentira, a desculpa depois do erro, o calor depois do frio. 
Estes são tempos de profunda e ofegante respiração, são tempos de tomar café da manhã assistindo assassinatos na televisão, são momentos de julgamento, enganação, desonestidade e falta de esperança. São tempos de dúvidas, daqueles em que se sabe como agir e mesmo assim hesitar. 
O colapso da ética em todos os sentidos, classes, níveis e ações. 
Tempos da distorção da culpa, do bullying, do assédio moral, do excesso e do mau uso do poder. Da criação do poder paralelo, da corrupção generalizada. Vivemos no tempo que errado é quem não coloca o nome no seu produto na geladeira, e não quem pega o que não é seu. São tempos onde o rico, por ser rico, se encontra no direito de infringir leis, por menores que sejam. E tempos onde o pobre, por ser pobre, se encontra no direito de ser acima da lei, de corromper-se e de exigir favores. 
Queridos, estes não são os tempos pelo qual nós trabalhamos, queríamos, nos apegamos e construímos passo a passo. São períodos de sufoco, de falta de educação, de frivolidade, de ignorância e de mesquinharia. Tempos de mediocridades... 
Não conseguimos mais segurar o desenvolvimento intelectual, humano, mental, espiritual, moral em nossos braços. Tornou-se fluído e se escapa em frente da televisão e em conteúdos questionáveis. 
São tempos de pequenos furtos, de desobediência, do salve-se quem puder, da pequena moeda que some do seu carro no estacionamento, da liberdade ao estar aprisionado entre paredes, grades, e sistemas de segurança. 
O mundo do otário, da farsa, do sabonete que caí no banho coletivo no meio das tendas armadas de um grande circo. Da fila, da burocracia, do sistema de cotas. 
Estamos condenados, como que dançando lentamente em um quarto em chamas, não se importando com os que se queimam ao nosso lado, apenas lamentando e voltando a atenção para o ritmo da música. 
Não são os cenários que você sempre sonhou e aquele que você tentou desenhar quando criança. Mas agora, crescidos, continuamos criativos e conseguimos esquecer todas essas tristezas. É fácil para nós nos entretermos! Tem tantas opções quanto notícias ruins... Enquanto vivos, nós esqueceremos, renunciaremos, e só lembraremos dos momentos felizes. Todo mundo faz o mesmo. 
E assim a vida inteira passa, e nunca vamos admitir que certas coisas são para sempre, e que algumas outras nunca mudarão, porque como já dizia George Orwell, em uma época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.

11.10.12

O Conto de Fadas da Vida é um Desabafo

A fala era engano. A roupa, mais um engano. Uma vida, mais um engano. 
Luzes em cena, a eterna espera pelo que ficou por ser dito. E, no fim, lamentam-se os enganos. Uma plateia que continua se enganando ao acreditar que ainda dá tempo. Que o boneco ainda tem chance. E de engano em engano, através de uma coleção de diálogos e reencontros imaginários, uma trama se desenrola. Um verdadeiro teatro de fantoches na mão da fantasia. 
As ações se transformam em aproveitar o que sobra ou o que falta, não o que, de fato, é. Qualquer coisa que se desataca, qualquer coisa que some. Qualquer coisa que precise falar alto ou silenciar. Personagens fictícios de nossa própria realidade. Fantoches torturados pelo sono. Manipulados por uma oscilação de humor. Não acreditando mais no que é dito. Não crendo que a vida, os amores e os sonhos sejam somente isso. Altos e baixos, idas e voltas, conquistas e decepções... 
Por tantas vezes há mais verdade na mentira do que na aparente alegria de um fantoche. 
O conto de fadas da vida é um desabafo. A esperança é a única certeza. A ilusão é a única escolha. Por tantas vezes se jura em falso... por tantas vezes se chora em silêncio... por tantas vezes se ama em vão... 
Nada é o que faz parecer. Porque ser humano nenhum é capaz de se fazer caber no palco da total compreensão de si e dos caminhos que toma na vida. Pelo destempero, pela culpa, pela obsessão. Quanto engano. Desengane-se. 
Figuras justificando amores partidos e oportunidades perdidas. Participando de crônicas sobre o nada, contos de mentira. 
Vez ou outra um incômodo, vez ou outra uma lágrima, vez ou outra um sorriso e assim segue. Fantoches atormentados ou simplesmente um bons protagonistas… Nunca vamos realmente saber. E o que vale a pena, acima de todos os possíveis finais da história, talvez seja exatamente isso. Nunca vamos saber, nunca vamos compreender o motivo pelo qual seguimos com pressa para abrir uma nova porta.

26.5.12

Casa de Ferreiro, Mundo de Pau

Não é inversão de valores, é falta.
O desprezo da qualidade daquilo que está perto pela enganação daquilo que está longe.
A paixão é sempre pela causa e nunca por uma pessoa... Afinal, o alcançável não tem graça, não justifica, não sacia.
Uma ignorância generalizada do conteúdo do próximo em troca da imagem daquilo que é falso.
O que está ao lado, o convite do que é perto não motiva, não agrada. E o conteúdo, mesmo fascinante, improvável e especial é descartado.
Prefere-se o preço caro da propaganda enganosa à valorização do esforço daquilo que é melhor e verdadeiro.
Conhecer é desprezar, é o pensar equivocado de que nada de novo poderá um dia pode te surpreeder. Mas a vida é uma constante tranformação e nunca conheceremos alguém ou alguma coisa por completo. Tudo mudo, nós mudamos, as pessoas mudam, o mundo muda!
O desperdício em troca do movimento comum, de um produto ou de um amor empurrado pela cegueira coletiva dos amigos. A influência do modismo e da miopia do aceitável sobre comportamentos. O desdém da perfeição em detrimento da imagem distorcida de hormônios.
O consumo da deformidade e da vulgaridade. A total despreocupação com o inimaginável que se mostra acessível.
O amor sempre é o que está por perto. Não adianta ir longe.
Não é você que persegue, mas sim a vida que lhe entrega.
Como poderia o conhecido ser tão especial? Como aceitar que o que está ao redor é aquilo que mais preciso? Como acreditar que não é preciso ir longe? Como digerir que a solução da vida está a um palmo do nariz? Um senso crítico distorcido faz mal.
O apoio ao desconhecido, a falta de atenção ao milagre do amor, das realizações, e da vida que acontece todos os dias ao seu lado, com sua família, com seus conhecidos, com seus amigos...
Em casa de ferreiro, o mundo é de pau.

28.4.12

Renegar a Certeza é se Afogar no Medo

Naufrágio na certeza. Pois a dor é real e a esperança virtual.
No caminho do refúgio e da busca para a paz da alma, renegar a certeza é se afogar no medo.
A grande questão da vida não é encontrar a ilha desconhecida do engano, mais sim conseguir descobrir quem realmente se é quando nela estiver. Por que por vezes o desconhecido é aquilo que evitamos viver novamente, aquilo que não aceitamos, aquilo que sabemos que vai doer, aquilo que nos persegue.
Nadamos a braçadas em busca de uma palavra de consolo... Aquela que faz cócegas no ouvido, afasta o sofrimento e traz o alívio que é ter uma segunda chance, uma oportunidade de fazer diferente. Mas não temos. A realidade é outra!
A realidade é ter de passar novamente pelo sofrimento que se evita. É ter de encarar seu pior inimigo sendo ressuscitado dos mortos. E diante disso nos perdemos...
Se já é difícil demais explicar sentimentos a respeito de coisas novas, imagine então explicar o que se passa quando traumas voltam à tona?
A vida não tem volta. É só ida. E muitas vezes é só indo mesmo para ver se nos achamos novamente. Uma tragédia, uma dificuldade, uma doença, uma má sorte, uma decepção, uma fatalidade sempre gera um novo eu. E não adianta nos procuramos no bar, em remédios, nos sonhos ou na enganação. Não estamos e nunca estaremos lá.
Nossas noites viram uma sequência de porquês, lágrimas, raiva, medo, sono, pesadelo e retorno para a realidade. Ninguém! Nenhum rastro do perfume de alguém para consolar.
Sua vida é só sua, e ninguém mais se preocupa com ela ou com o que se passa aí dentro. Quase ninguém, pois sempre vai haver uma (um) ou outro (a). E isso te ensina algumas coisas importantes...
Nenhuma voz pra dizer que não vai ser assim tão ruim de novo. Nenhum milagre ou força sobrenatural para fazer o sofrimento ir embora. A faca corta, o remédio não faz efeito, e dói.
Nenhum vestígio de alívio. O alívio só vem com o tempo, e ele te traz um novo eu.
Ninguém dizendo que te viu sofrer. Ninguém pra te contar que a culpa não é só sua e que a vida é mesmo infeliz em grande parte do tempo, que fatalidades e dificuldades acontecem até mesmo com você. Se enganar é frequentar um lugar que não existe sempre a espera daquilo que nunca chega. Desista e enfrente. Não enfrentar é pior, não te deixa evoluir. Mas é difícil... Todos os dias.
Uma cortina desenhada com seu pior pesadelo. Um coração assustado e apreensivo. Um espetáculo que ninguém aplaude.
A penitência, o encontro com a dor e a solidão. A vida é simples, frágil, um nada.
Sete da manhã. Café e esperança. Muito sono, um pensamento fixo que incomoda o tempo todo. Um bom dia cismado e muito mau humor. Um corredor cujo sofrimento é longo. Fingimentos.
Não basta ter de enfrentar, é necessário engolir goela abaixo que não há nada que se possa fazer. Um naufrágio, perdido, encurralado pela impossibilidade.