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2.12.15

Porta Aberta é Sentimento

O que você faria se soubesse que a porta está aberta? Será que você entraria devagar pelo corredor e espiaria? Ou ficaria parado, tomado pelo medo, pelas incertezas, atônito? 
Ou então ficaria só olhando em silêncio e cuidando para que ninguém te descobrisse tão perto?
E se a porta estivesse aberta de propósito para você entrar, com um espaço reservado, só seu? E se você pudesse entrar e não precisasse dizer nenhuma palavra? Não precisasse nem acender a luz? 
E se eu te dissesse que bastava entrar, cometer o crime mais perfeito e fazer a coisa mais certa ou errada a fazer?
A porta se abre apenas uma vez, e é preciso entender que as loucuras que se imagina, as vontades, e os impulsos também podem ser vividos.
A porta não escolhe hora, momento ou situação, porque é assim que tem que ser. Se abre para ver seus olhos se despedirem ao amanhecer e não te deixar saber se tudo foi apenas um sonho.
É uma porta para um quarto onde fantasmas leem sobre saudade em meio a uma escuridão de intensões e pesadelos. E você aprende que verdadeiro pesadelo é o sonho do gosto que não se materializa.
Mas a porta está lá, aberta. Não demore muito mais. Atrase relógios, se for preciso. Talvez. Por uma vez. Talvez. Em um dia qualquer.
A porta ficará aberta… até que você entenda que por mais escancarada que ela esteja, vez ou outra, ela se fecha, e o prazer e a realidade que passam por ela se perde para sempre.
Por que às vezes, você pode fazer algo sem destruir nada, nem ninguém. Às vezes, uma vez dentro, basta sair de fininho pela porta dos fundos sem causar alvoroço nem consequências.

29.10.15

Estradas Infinitas e Poeiras Varridas

Tem gente que quer dizer, mas não é bem vinda e é obrigada a guardar tudo para si. Tem gente que é incansável e continua abrindo caminhos infinitos esperando encontrar alguém no fim de um deles, mas só encontra caminhos vazios. Tem gente que encontra infinitas possibilidades de declarar, mas vive na ignorância.
Tem gente que não perde as esperanças, engole e finge. Pisa em cacos dizendo que não dói, colocando curativos por cima de tudo sem nem mesmo tirar os pedaços, sem mesmo saber que não tem cura. Tem gente que esconde, mas isso não funciona mais.
Tem gente cansada de não se deixar ouvir. Tem gente que tem atrás de si um enorme caminho com poeiras varridas.
Tem gente que já escondeu o máximo que pode, só que até as suas falsas aceitações de que está tudo bem, não preenchem mais.
Tem gente que insiste, passando a vida encarando a incerteza e se perguntando se vale mesmo todo esse sufoco.
Tem gente que chora antes de abrir a boca e engasgada assim não convence ninguém de que nem tudo é sentimento, mas que também há razão em querer sentir.
Tem gente que dá todos os sinais e mostra diversas vezes que o breve não basta. Tem gente que quer dizer, mas escuta um “depois a gente fala”. Mas o depois nunca chega e não consegue mais esperar. Tem gente que não tem mais tempo para dizer. 
Tem gente que sente muito por alguém ter sentido tão pouco. E que dessa vez será ela quem não vai estar no final de qualquer destino quando você chegar.
Tem gente sem mais saco para competir com o nada, com as neuras, medos, insanidades ou traumas. Com pressa em sair da paranoia do outro. Terminando dizendo que sente muito, só que dessa vez não sente por si, sente muito por você.

25.9.15

O Ator Idiota da Tragédia Romântica

Tudo vira um nó, tudo vira um só na imaginação e no pensamento. O resultado é sofrimento anunciado. Paixão sofrida. Um ator idiota.
Ele quer o Eu e Tu virando nós, e a realidade é o Ele observando e sofrendo, só, aos cantos. 
A pressa consome, o tempo destrói e a disposição tropeça com a indiferença na primeira esquina.  
A estranheza do oi forçado, a balada sem o par perfeito, você abalado por tudo o que foi feito.
Poderia ser sublime, mas não acontece, poderia ser fogo, mas não tem chama, poderia ter pele, mas não tem toque. Simplesmente não é. Ali, no caminho do improvável e do impossível, o mundo vira de ponta cabeça, derrubando todos os coadjuvantes daquele terrível e dramático cenário de mal gosto.
Julgamentos. Saia dessa, caia fora, esqueça. O canteiro está cheio de outras rosas. Mas as rosas, meu amigo, essas tem espinhos conhecidos: atacam sem perdão e te machucam, não porque querem, mas porque você se atreveu a colhê-las. E como é difícil não querer colher flores influenciado por aquilo que vem de dentro do peito desenhado por falsas expectativas...
Se fosse para seguir o roteiro e escolher, obviamente optaríamos pelo disponível, o que é alcançável, seguro, certeiro, indefeso: Mas parece que a vida é dada a dramas, sem finais e inícios óbvios, cheio de expectadores de canteiros alheios.
Como é difícil conjugar, quando o verbo é sentir mas o adjetivo é fracassado, quando a ação é beijar, querer, mas o sujeito da frase não é você.
Nesse limbo – localizado entre o céu de quem admira e o inferno de quem não dá a mínima - está lá você que não vive o doce da retribuição, nem o amargo do não, pois a indiferença não te larga e o silêncio é sua condenação.
É difícil saber como agir. Você sabe que é errado. Que não devia. Que tem que esperar passar, que tem que ir pescar, que tem de deixar rolar, que não tem de forçar, que tem que ir fazer o que deve ser feito. Sinta, sinto muito – sinta a sublime armardilha que você mesmo criou dentro de si, sinta o fardo de não ser você o protagonista que se dá bem no fim na história de ninguém. 
A vida é mesmo esse drama e, no final, é muito mais fácil ser mero expectador dela, se entregar à preguiça de não querer mais insistir, do que continuar como um mero ator idiota de uma tragédia romântica qualquer.

3.9.15

Deixe ela lá

Deixe ela lá, entre o dito e não dito, entre a certeza da dúvida e a dúvida da certeza.
Deixe ela lá, intocável, imortalizada, idealizada, imóvel, enraizada.
Deixe ela lá, no seu mais espetacular talk show no mudo.
Deixe ela lá, não estrague o milagre dessa conexão impossível.
Deixe ela lá, escondida, em secreto, no poço fundo do desejo.
Deixe ela lá, compreendida, fabulosa, perfeita,aprisionada no cativeiro das expectativas, da vontade e do fascínio.
Deixe ela lá, no ideal, no colorido, naquele mundo que só você criou com ela e para ela.
Deixe ela lá, no que não foi.
Deixe ela lá, ali não tem repreensão, castigo, censura ou julgamento.
Deixe ela lá, não a acorde, não acorde.
Deixe ela lá, tudo é mais fácil e bonito nesse pequeno universo paralelo. 
Deixe ela lá em meio a beleza das flores, em meio a poesias de sol se pondo.
Deixe ela lá, porque já não faz parte, porque já não há lugar, porque não há mais tempo, porque não há mais espaço. Porque não faz sentido, porque não há segurança.
Deixe ela lá, pela vontade de esquecer. Por dias de paz, por dias que simplesmente amanheçam.
Deixe ela lá, ali ela não te prende, ata ou congela.
Deixe ela lá, ali não tem nada instável, supérfluo, muitos talvez e tanto faz. Ali não tem nada mediano, incompleto e conformado.
Deixe ela lá. Ali tem jogos, apostas, diversão. Não tem sobriedade, equilíbrio ou razão.
Deixe ela lá, mergulhada na crença vã e da fé de que tudo vai dar certo.
Deixe ela lá, sem a cobertura da moral e dos bons costumes, do politicamente correto e da politicagem vazia.
Deixe ela lá, ali tem reciprocidade, tato, gosto do gostar.
Deixe ela lá, no limite da existência e da coerência.
Deixe ela lá. Seu mundo e o mundo dela dependem disso.

Deixe ela lá.

19.8.15

Alguma Coisa sobre Eles

Se fosse simples, tinha só um nome e sobrenome e data de nascimento. Mas não tem. Se não fosse estranho, seria tudo conforme o planejado. Mas é. Se não fosse fascínio, sairia facilmente da cabeça. Mas não sai. Se não fosse intenso, os olhos não procurariam. Mas procuram. 
Para nosso desespero, tudo é notado, tudo é preciso, tudo é mágico, tudo é um único e improvável contato. Nos deixando sem noção de medida, sem noção de certo ou errado, sem saber se vai ou se fica. 
É cíclico, não se supera, não se encontra, não se liberta. São emoções que te jogam de um lado para o outro, te jogam para cima ou para baixo. São poesias em aberto, esperando nomes que não completam lacunas. 
No quadrado da rotina e do aceitável, eles não foram quando quiseram, eles esconderam de si mesmo quando foi necessário. Ele não fez sua parte. Ela não quis sua parte. Eles – não faz mais diferença, é indiferença. 
No carrossel da incerteza ninguém se põe mais a sonhar, apenas brincar, brincar de evitar. 
Pela sombra encontram-se só espaços, abismos, vãos, caos, intenções, desejos, uma porta escancarada. 
Eles não sabem. Quase nada. Alguma coisa sobre eles. O que foi, o que não foi e o que poderia ter sido. Foram embora. Porque nunca haveria lugar suficiente aqui. 
Ganharam asas descartáveis da vida, um leve empurrão e a disposição para querer voar. E na mente somente terceiras pessoas de um plural qualquer. 
Sim, a vida é um plano fracassado de roteiros impossíveis. Uma procura interna de justificativas e álibis, tornando os pequenos encontros de certeza inesquecíveis.

1.6.15

A Forma Inteira Muda

Quando as coisas se quebram, não é o ato de quebrar em si que impede que elas se refaçam. É porque um pedacinho, por mínimo que seja, se perde. As duas pontas que restam não se encaixam mais, mesmo que queiram. A forma inteira mudou.

4.11.14

Amor Romântico e Amor Genuíno

"O problema é que sempre confundimos a ideia de AMOR com APEGO. 
Sabe… nós imaginamos que o apego e o agarramento que temos em nossas relações demonstram que amamos quando, na verdade, é só apego… que nos causa dor. Porque quanto mais nos agarramos, mais temos medo de perder. E então, se perdermos, vamos sofrer. 
O que quero dizer é que amor genuíno é… 
Bem, o apego diz: ‘eu te amo, por isso eu quero que você me faça feliz…’. O amor genuíno diz: ‘eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me incluir, ótimo! Se não me incluir, eu só quero a sua felicidade. Apego é como segurar com bastante força. Amor genuíno é como segurar com muita gentileza, nutrindo, deixando que as coisas fluam. Não é ficar preso com força. Quanto mais agarramos o outro com força, mais nos sofreremos. 
Porém é muito difícil para as pessoas entenderem isso porque elas pensam que quanto mais se agarrarem a alguém, mais isso demonstra que elas se importam com o outro. (…) 
Idealmente, as pessoas deveriam se unir em casais já se sentindo preenchidas por elas mesmas e ficarem juntas apenas para apreciarem isso no outro, em vez de esperar que o outro supra essa sensação de bem estar que elas não têm sozinhas.” - Jetsunma Tenzin

[Ative a legenda no canto inferior direito do vídeo]

 

7.7.14

Peregrinar na Ignorância é um Giro de 360 Graus

Você foge do passado, seu passado foge do futuro e o seu futuro foge de você. Um círculo formado! 
O ir e voltar ao mesmo ponto, numa peregrinação intensa e constante de existências fundamentadas na aceitação, na troca e na repetição. 
Uma ciranda de relacionamentos movidos a escambo. Cheia de máscaras lustradas no interesse e interações conectadas ao egoísmo. Cada ação, cada passo à frente é um movimento em direção ao interesse próprio, ao que vou ganhar, à própria, única e insignificante existência. 
Uma roda cheia de vidas desperdiçadas, que de forma consciente ou inconsciente, procura se encaixar em algum lugar pré-moldado. Vidas inteiras formadas na obediência a quem e àquilo que dita as regras. 
E as suas regras, que deveriam ser importantes nunca são válidas. Sua voz nunca é ouvida. Seus motivos nunca são suficientes. Sua situação nunca é levada em consideração. 
Uma marcha, onde o outro te apoia porque se apoia nessa imensidão de ignorância, de conformismo, de preconceito, e se alegra do conforto da inquisição de novas ideias.
Uma volta com amores idealizados, infundados, embriagados na enganação de hormônios e na opinião de um círculo.
Giros de 360 graus só te colocam no ponto onde você já está, onde aquele outro já esteve, onde aquele que te segue estará. 
Vidas de pouco significado. Com muito barulho, muito julgamento, muita conclusão, muita conversa, muita expectativa. Uma verdadeira prisão de desejos, de segurança máxima! Ah se pudesse sair da manada... 
Se pudesse ler ao menos um segundo, saberia tudo. 
Se pudesse ver com seus olhos por um segundo, veria tudo. 
Se pudesse ouvir com seus ouvidos, entenderia. 
Se pudesse sentir sem julgar, sentiria tudo.
Se pudesse experimentar, saberia, veria, entenderia e sentiria.
Se pudesse se libertar, amaria. E se pudesse amar de verdade um segundo que seja, amaria tudo, incluindo a si próprio e teria uma vida longe de um círculo vicioso que se repete.
O mais importante não é onde você chegou e o que enfrenta, mas sim o que fez o que não fez para estar onde está.

14.5.14

Vida é Fazer Diferença. Vida é Amor

A vida é mais que censura. 
A vida é mais que ficar escutando alguém falando mais alto, alguém falando por último, alguém querendo ser dono da sua verdade. 
A vida é mais que pernas cruzadas, demagogia e hipocrisia. 
A vida é mais que ficar se equilibrando num salto alto, evitando andar descalça. 
A vida é muito mais que conter abraços, gestos largos, gargalhadas altas. 
A vida é mais que se calar, se fechar, viver à sombra, se anular. 
A vida é mais que ficar zelando por uma reputação que nunca nem se quis. 
A vida é mais para se guardar, deixar de voar, abrir mão de suas escolhas, de sua história, de seus planos e, sobretudo, de seus sonhos e sua biografia. 
A vida é mais que viver dizendo “sim, senhor”. 
A vida é mais que deixar que roubem seu palanque, seus direitos, sua liberdade e se apropriem de seu discurso. 
A vida é mais que pertencer a um corpo que não seja seu, uma mente que não seja sua. 
A vida é mais que seguir regras que nunca se quis seguir. 
A vida é mais que gente quadrada, ignorante, burra e medíocre. 
A vida é mais que ficar sentindo tanto medo, deixar de fugir, não sangrar, não escancarar. 
A vida é mais que tolerar que sua voz não seja ouvida, é mais que continuar sendo o coadjuvante da sua própria trajetória. 
A vida é mais que ficar demonizando as coisas e julgando pessoas. A vida mais que um velório dos nossos corpos que ainda respiram. A vida é sobre fazer a diferença. A vida é sobre amor sobre todas as coisas.

26.12.13

Quando os Olhos Pedem a Boca em Linguagem de Sinais

E você admira tudo aquilo que dá a ideia, mas não entrega. Você pensa maravilhas, divaga. Viaja, faz planos, anda de mãos dadas, cria um mundo platônico, passando as mãos pelos cabelos do desejo. 
Imagina dizer um monte de coisas, achando que o outro, telepaticamente, percebe suas emoções pelo seus olhos que brilham mais que de costume. Você passa a crer realmente que o outro tem tempo de reparar nisso, de reparar em você... 
Você fita lábios, ansiosa por uma palavra, uma piscada, um sorriso, um cumprimento. Mas o esperado jamais veio. E elogios dele, nunca ouviu. 
Você perambula pelo facebook, como carente sentimental ambulante. Vasculha fotos, se imagina nelas. É arquiteta de um mundo novo, de possibilidades, de um sonho. Os olhos funcionam, mas a fala nem tanto. Você não ouve mas também não fala. Esquece que a palavra têm também uma capacidade incrível de despertar a paixão no outro. Mas você nunca fala, você nunca ouve. Sempre pelos diversos motivos... 
Mas você ama em silêncio. Elogia por dentro o menos óbvio. Repara. Decora. Saberia dizer o que quase ninguém vê. Porque só quem gosta muito repara além do óbvio. Só quem celebra a presença do outro, enxerga de verdade – toda paixão começa nos detalhes. 
E depois que você se acostuma com a arte do esconde-esconde, ele vira vício. E seguindo a lei da ação e reação, quem não revela não é revelado. Você não age, passivamente apenas decora seu mundo particular. Inicia-se, então, esse processo mágico de viver no mundo platônico, a cada dia, suportando a vida no irreal, namorando aqueles detalhes que te apaixonam repetidamente no outro e – tua vida passa – e esse mundo fabuloso não lê seus olhos. Elogio não arranca pedaço, sinceridade não mata, reconhecer o especial faz parte da vida. 
Porque não falar nada é a coisa mais fácil do mundo. Enxergar beleza onde ninguém mais a enxerga, é talento de quem gosta, de quem vê além do óbvio. E é de pessoas assim que a gente se transformar ao se apaixonar na vida. 
No mais, temos a mania de economizar em palavras que tinham que ser ditas – tagarelas que somos, discursamos demais sobre o trivial e nos esquecemos de valorizar os detalhes lindos daquele ser que divagamos um dia ter ao nosso lado. Esquecemos de falar e de trazer para esse mundo, feito com carinho, amor, aquele que nos move. Olhos e bocas não falam o mesmo idioma.

22.11.13

1+1 com amor é 3

Ser pai é levar a continuidade para passear. É permitir o fluxo da vida. É uma espécie de retribuição. 
Ser pai é transformar um mais um, com amor, em três. 
É perpetuar a raça, a garantia de permanecer eterno. É dar vida ao símbolo, torná-lo ainda maior. 
É ser responsável pela transmissão de valores, humanidade. 
É dom divino. Natureza, seleção, genética, perfeição. 
Ser pai é ser lutador com armas em desvantagem contra dias complicados, sociedade conturbada, escuridão de princípios, falta de espiritualidade, valores invertidos. 
Ser pai é esforço e dedicação, a direção do bom caminho. 
Ser pai é ter concorrência desleal. É competir com a televisão, com o excesso de informação, com o excesso de consumismo, enfim, contra influências que nem sempre se preocupam com o bem. 
Ser pai é ainda ter esperança no poder da justiça, da solidariedade, do bem. É dizer para uma vida que começa confiar sempre na bondade humana, e ter sabedoria para se esquivar das maldades dos homens; É lembrar quem começa que a gratidão é a rainha das virtudes; É fazer alguém acreditar sempre no seu potencial e que seja positivo; É informar a uma alma pequena que o mundo não tolera os fracos e as vítimas; É ajudar esse alguém a procurar sempre ser um vencedor, e que aprenda as derrotas como lição e motivo de fortalecimento; É indicar para o pequeno que as vitórias não são definitivas e as derrotas são passageiras. É mostrar para quem te escuta que as pedras no caminho podem servir de tropeço para os fracos bem como podem servir para fortalecer o alicerce dos fortes; É ajudar o indeciso a escolher sempre o caminho mais prudente e não o mais fácil; É brigar com aquele que tem falta de experiência para que beba bastante água e ouça sempre os conselhos dos mais velhos; 
Enfim, ser pai é seguir os bons exemplos do seu próprio pai e transmiti-los. É assumir o risco e a nobre tarefa de educar um filho, ao lado de alguém especial, pura e simplesmente por amor.

1.10.13

Para Histórias Futuras, Rasgue os Textos do Passado

Gente que desafia a condição do tempo em busca de um amor. Gente que acredita que pode repetir o passado, que acalma a busca fazendo a simples regressão do passado para o presente. Gente que afirma que ao reprisar o passado, pode-se esperar um final distinto. Mas, basta a infelicidade bater a porta que o risco de se machucar lembra o que nunca se esqueceu. 
Gente iludida, que ao olhar para trás, ao que aconteceu de bom, comete o erro de supervalorizar ou de achar aquilo tudo imensamente belo. E por lá ficam presos, no mundo fantástico da fantasia. E nesse mundo enfeita o jardim com o pensamento de que se algo deu errado, é porque poderia ter feito diferente, deveria ter exercitado a paciência ou quem sabe ter agido com mais sabedoria. Gente que se depara controlando e mudando o passado, mas que só encontra em si mesmo o seu pior adversário. Porque tem dificuldade a qualquer ato que remonte a desmontagem de uma ilusão arquitetada ou mesmo a renegar a cegueira de um amor totalmente fantasiado. 
Gente que fica e preza as relações sem sentido, mas que ficam lá como se tudo bastasse, com se tudo um dia se ajeitasse, como se tudo pudesse ser pior. Gente que limpa da fantasia o desentendimento, rega a paciência e espera cultivar a estabilidade. Gente que finca os pés no passado e ao sinal de qualquer aviso para limpar o guarda-roupa, se livrar do velho, fazer andar a fila, procurar o novo e trocar, vive na memória do objeto, da maquiagem do passado, da perda da estabilidade, da escravidão da cultura e do próprio destino. 
E assim se dá cor à rotina. Cor de passado, cor de limitação, cor de ausência e da não reconstrução da vida. E nessa dificuldade de ter medo do próximo instante, não saímos de casa, não deixamos as portas abertas e o passado figura como fantasma, espantando o futuro. 
Fazemos do drama o sentido, da propriedade a certeza e, por mais que tentamos escapar da dúvida, deixamos o próximo passo sem imaginação. Tentamos se repetir no passado, nesse apego infundado, um cárcere profundo. Sem lembrar que são nossas histórias que devem continuar, e não os textos.

25.9.13

Procura-se Protagonistas para Biografias

Tá faltando alguém. Faltando alguém do teu lado que fique. Alguém que ature o teu gênio difícil e as tuas mancadas. Tá faltando alguém disposto a te fazer crescer e a crescer contigo. Alguém que venha quando você precise. Alguém que dentre todas as pessoas, te escolha. Alguém que realmente precise de ti. 
Tá faltando alguém que tire seu passado do presente. Alguém que tire todo o ódio, mágoa, remorso, frustração  decepção e culpa.  Tá faltando alguém que te liberte dos seus fantasmas. Tá faltando alguém que não te impeça de viver o presente. Alguém que não te faça dormir com o inimigo.
Tá faltando alguém que não gaste sua alegria, suas energias. Tá faltando alguém que não seja o já era. Tá faltando alguém que te realize, que não te leve para conhecer pessoas que não goste, que não te leve para ambientes que te faz mal. 
Tá faltando alguém que não rife seu coração, alguém que lhe dê seu real valor. Tá faltando alguém que não seja coadjuvante de sua história, que não esgote a sua auto-estima. Tá faltando alguém que não faça o que não concorda, que não estrague sua paz, que não amarre sua alma. 
Tá faltando alguém que te impeça de ficar em círculos, correndo atrás da esperança de um novo ele. Alguém que não te faça abrir mão dos seus sonhos, que saiba priorizar o quanto você é importante. Tá faltando alguém que não jogue fora o seu tempo...
Tá faltando alguém que goste de você de verdade! 
Tá faltando alguém que faça parte fundamental de sua biografia.


11.8.13

Talvez um Dia de Descobertas

Talvez um dia as coisas se resolvam, se ajeitem, tudo faça sentido. Talvez um dia você entenda porque se apaixonou por poucos e acabou escolhendo errado. Talvez um dia entenda o propósito de todas aquelas noites sem dormir, chorando, se lamentando, se arrependendo do dito pelo não dito, acompanhando o sonho se tornar pesadelo.
Talvez descubra porque um dia desejou que o tempo não passasse depressa. Talvez um dia entenda o porque das despedidas, principalmente as das que não fez. 
Talvez um dia  entenda o porque de todos aqueles erros e atitudes equivocadas, o papo bobo, as decisões erradas. Talvez entenda o porque dava socos no ar, murros em ponta de faca, e porque insistiu em algumas pessoas, porque confiou nelas, e porque em alguma situações não pensou duas vezes. 
Talvez um dia comece a aceitar as coisas que perdeu, as vidas que jogou fora. Talvez entenda que algumas coisas foram necessárias. Talvez um dia comece finalmente a entender, talvez olhe para fora. Talvez um dia, quem sabe, entenda que encarar a realidade é também uma forma de ser otimista.

30.4.13

Amor é Voo Particular de Uma Borboleta

Amor é nosso terceiro pedido. Nossa imortalidade. 
É estar uma vez em vida, com muita sorte, com a certeza de alguém com quem dividir a vida. Esquecendo o tempo antes dela, se preocupando com o tempo após ela. 
É mosaico de euforia, dúvidas, certezas, felicidade, medo, carinho, cumplicidade e empatia. São anos com dias doloridos, mas com horas piores sem o outro. É trocar de pele, sair da casca, virar borboleta. 
Amar é atravessar algo além da própria experiência, sem conhecimento para consertar. É não julgar. É escolher sabendo dos riscos, dando em troca respeito. É ser leitor assíduo, neutro, ansioso para permanecer até o final da história. 
Amantes existem para salvar uns aos outros de si mesmo. E destino é a ponte que se constrói até a pessoa amada. 
Amar é não se ver de novo. É estar andando e sentindo uma certa presença ao lado, onde quer que se esteja. Amor é fusão, construção, evolução, liberdade, crescimento, individualidade. Mesmo quando o destino precisa se cumprir, amantes estão prontos para ajuda-lo a não fazer isso sozinho. 
Amor não tem a ver com palavras soltas, melosas, ditas para todos os lados e em todos os murais para todo mundo ver. Não tem a ver com fotinhas coloridas cheia de filtros modernos e poses combinadas. Não tem a ver com beijos programados, dividir sorvete, fazer faixas para sobrevoar estádios, fazer pedidos em telões, escrever palavras gigantescas no céu. 
Amor não é faz de conta, sonho colorido ou irrealidades. Amor é realidade, praticado por tolos em processo de reações químicas. Amor é um grande gesto, feito no silêncio, na dedicação exclusiva do dia-a-dia, na luta constante contra a rotina, nas decisões e certezas tomadas longe dos olhos viciados de outros. 
Amor é ir além das forças, ainda que machuque. É liberar sentimentos escondidos. É mistério. Dedicação. Entrega. Servidão. Perdão. Descoberta. Libertação. Voo particular. 
Amor é achar dentro de si uma coragem que nem sabia existir. É saber que chegamos ao mundo sozinhos, e saíremos exatamente do mesmo modo, mas deixando uma história particular para trás. Deixando lembranças incríveis que não se esquecem. 
Amor não segue regras, costumes, tradição ou fantasia. 
Amor é impressão digital, nunca haverá dois iguais. Por que não somos todos iguais, não permanecemos iguais, não amamos de forma igual e os tempos não são iguais. Às vezes, o mundo distorce nossa percepção do que é, e perde-se uma vida inteira, deixando de ser, para se descobrir isso...

5.3.13

Ensaios de Não na Vontade do Sim

Não seja tão amigável. Não mande mensagens inesperadas. Não fale de sentimentos quando alguém falar de desejo. Não olhe fundo nos olhos. Não pegue na mão com malícia. Não prometa carinhos. Não prometa o que não podem existir. Não convide para sair. Não repare nos detalhes. Não olhe para a boca. Não crie expectativas para não criar necessidades. Não dê a entender mais do que poderá dar. Não beije enquanto toca uma música. Não sorria quando alguém fala de saudade. Não fale de saudade. Não se engane que precisa e que quer de novo e breve. Não compartilhe silêncios. Não permita que aflore. Não permita sentir essências de repente. Não se perca. Não responda de imediato as mensagens. Não responda tudo perguntarem. Não se deixe sem palavras. Não diga que é diferente. Não diga "pra sempre". Não acredite tanto em você. Não seja tudo que alguém sempre quis. Evite rimas entre o primeiro contato e a realidade. Não dê atenção às palavras que insistem em te sussurrar no ouvido. Não crie esbarrões para roubar carinhos. Não leia ou faça poesias. Escape de beijos, gostos e declarações que você nunca fez. Mas não fuja em vão. Suspiros dão a entender qualquer coisa que não seja. Faça bilhetes nunca entregues... Desconsidere o tempo, e engula a inspiração sem gelo. 

15.2.13

Limitação Pós Momentos Especiais


Quanto tempo terá perdido com seus cafés? 
Não falo exatamente do tempo em que toma café e faz qualquer outra coisa junto, mas do tempo em que saiu para isso. 
Naquele tempo que permaneceu na solidão de segurar a xícara. Apenas café. Distraindo-se, quem sabe, com algum quadro, paisagem, alguma foto, alguma janela, alguma rachadura ou mancha na parede. Ou pensamento fixo – no trabalho que não sai, no fim de semana que não chega, no passado que não se esquece, no tempo que não passa, na saudade que não passa. Ou na morte que não vem. Quanto tempo terá perdido com seus cafés? Nunca muito tempo... Mas muito mais tempo desde que aquele momento especial foi embora. 
Todas as coisas mudam. O teu esforço para permanecer como está é aquilo que te limita.

22.12.12

Lustrar a Máscara é Embaçar a Visão do Íntimo

Como é possível passar uma vida inteira sem ter realizado grandes conquistas? Como é possível, com toda a força que possui, com toda a sua potencial inteligência, não ter chegado em qualquer lugar?
Com sua beleza, um verdadeiro milagre da natureza, provida de consciência e instinto moral, na perfeição do salto alto, com a capacidade de dominar o mundo, as pessoas, realizar sonhos e destruir pesadelos, como pode continuar no sofrimento?
No entanto, aqui está você, no ápice da vida, no vigor da saúde, no clímax da forma física, no ponto em que mais se desafia e não se tem medo da morte, levando uma existência sórdida e obscura, tentando agradar quem não te dá valor, tentando conquistar quem não te dá a mínima, chorando por quem não merece, duvidando de sua real capacidade de sedução e realização. Caçando objetos materiais ou tentando mostrar algum status ou migalha do seu ser para satisfazer a vaidade e o gosto decorativo de outros, mergulhando na mesquinharia, se humilhando em lágrimas e na depressão, deprimida no colo da solidão.
Ter pressa, tirar conclusões baseadas na euforia e na novidade é o que te basta para se tornar mais uma medalha no perfil emocional da rejeição.
Por que não para com isso? Por que não aproveita o que tem de melhor na vida? Por que não dá uma chance ao seu verdadeiro eu? Você sabe quem é o verdadeiro eu? Não há nada capaz de detê-la. Confie! 
O que deu errado? Você não tinha ambição? Caiu em tentação? O que aconteceu? O que aconteceu? Certas turbulências ensinam tanto que deveríamos ter um certo prazer em passar por elas. Certas rejeições fazem tão bem, pois nos movem na direção correta. Certas negações, às vezes, é o que se precisa ouvir para enxergar o óbvio.
Eu sei que atrás deste universo de aparências, da maquiagem, da unha bem feita, do perfume e dos flertes, ainda existe uma esperança preservada.
Nos copos sujos de ontem, nas lembranças dos olhares, nos pensamentos e desejos mais íntimos, existe a vontade de que um café de cada manhã lhe seja servido. Mas não será do jeito que quer, mas do jeito que aparece e você não percebe. Sempre por trás daquela palavra que você não suporta ouvir e não se conforma e que ecoa do íntimo.
Não adote vidas, não desenvolva ilusões, não lustre sua máscara. Acredite na percepção, desenvolva a intuição, não se entregue, seja você agora.

15.12.12

Devorando Momentos de Acordos Silenciosos

Eu te amo pelas tuas falhas, pelas tuas cicatrizes, pelos teus acertos. 
Pelas tuas loucuras todas, pelas voltas por cima, pelos arrependimentos e mudanças de direção. 
Eu amo seu jeito de enfeite. Por conta disso muitas vezes eu não sei o que fazer das mãos. 
Amo tua tristeza, amo tua alegria. As nossas roupas sujas é aqui em casa que lavamos. 
Mesmo e fora de si eu te amo pela tua essência, até pelo que você podia ter sido. 
Todos nadamos na maré das circunstâncias e um dia nos banhamos nas águas do equívoco... 
Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo. Amo quando você borda mais um pano de prato no fim de semana. 
Eu te amo pelas crianças e rugas futuras. Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos realizados. 
Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual. Eu te amo pela tua presença, olhares e bandeiras. Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa. Eu te amo de alma para alma. 
E mais que as palavras, acima da vida e morte. Mais que o silêncio dos momentos difíceis. Mais que teu sono, sua fome. 
Amo esquecer de tudo e olhar nos seu olhos como se nunca a tivesse visto antes. Amo não saber ao certo como chegamos até aqui, porque não prestei atenção em outra coisa. 
Eu te amo pelo rastro do vacilo, sendo apagado pelo perdão. 
Amo seu rastro de luz. Amo ser crucificado no seu abraço. 
Amo matar friamente quem lhe causa dano. Amo nosso plano de morrer juntos. Afinal amar é querer ser enterrado de mãos dadas, ter olhos eternos, que não se decompõem porque querem ficar para sempre abertos contemplando além das estrelas. 
Amar é devorar momentos, assinar acordos silenciosos, contemplar o tempo, sentir o improvável e impossível.

11.10.12

O Conto de Fadas da Vida é um Desabafo

A fala era engano. A roupa, mais um engano. Uma vida, mais um engano. 
Luzes em cena, a eterna espera pelo que ficou por ser dito. E, no fim, lamentam-se os enganos. Uma plateia que continua se enganando ao acreditar que ainda dá tempo. Que o boneco ainda tem chance. E de engano em engano, através de uma coleção de diálogos e reencontros imaginários, uma trama se desenrola. Um verdadeiro teatro de fantoches na mão da fantasia. 
As ações se transformam em aproveitar o que sobra ou o que falta, não o que, de fato, é. Qualquer coisa que se desataca, qualquer coisa que some. Qualquer coisa que precise falar alto ou silenciar. Personagens fictícios de nossa própria realidade. Fantoches torturados pelo sono. Manipulados por uma oscilação de humor. Não acreditando mais no que é dito. Não crendo que a vida, os amores e os sonhos sejam somente isso. Altos e baixos, idas e voltas, conquistas e decepções... 
Por tantas vezes há mais verdade na mentira do que na aparente alegria de um fantoche. 
O conto de fadas da vida é um desabafo. A esperança é a única certeza. A ilusão é a única escolha. Por tantas vezes se jura em falso... por tantas vezes se chora em silêncio... por tantas vezes se ama em vão... 
Nada é o que faz parecer. Porque ser humano nenhum é capaz de se fazer caber no palco da total compreensão de si e dos caminhos que toma na vida. Pelo destempero, pela culpa, pela obsessão. Quanto engano. Desengane-se. 
Figuras justificando amores partidos e oportunidades perdidas. Participando de crônicas sobre o nada, contos de mentira. 
Vez ou outra um incômodo, vez ou outra uma lágrima, vez ou outra um sorriso e assim segue. Fantoches atormentados ou simplesmente um bons protagonistas… Nunca vamos realmente saber. E o que vale a pena, acima de todos os possíveis finais da história, talvez seja exatamente isso. Nunca vamos saber, nunca vamos compreender o motivo pelo qual seguimos com pressa para abrir uma nova porta.