26.5.12

Casa de Ferreiro, Mundo de Pau

Não é inversão de valores, é falta.
O desprezo da qualidade daquilo que está perto pela enganação daquilo que está longe.
A paixão é sempre pela causa e nunca por uma pessoa... Afinal, o alcançável não tem graça, não justifica, não sacia.
Uma ignorância generalizada do conteúdo do próximo em troca da imagem daquilo que é falso.
O que está ao lado, o convite do que é perto não motiva, não agrada. E o conteúdo, mesmo fascinante, improvável e especial é descartado.
Prefere-se o preço caro da propaganda enganosa à valorização do esforço daquilo que é melhor e verdadeiro.
Conhecer é desprezar, é o pensar equivocado de que nada de novo poderá um dia pode te surpreeder. Mas a vida é uma constante tranformação e nunca conheceremos alguém ou alguma coisa por completo. Tudo mudo, nós mudamos, as pessoas mudam, o mundo muda!
O desperdício em troca do movimento comum, de um produto ou de um amor empurrado pela cegueira coletiva dos amigos. A influência do modismo e da miopia do aceitável sobre comportamentos. O desdém da perfeição em detrimento da imagem distorcida de hormônios.
O consumo da deformidade e da vulgaridade. A total despreocupação com o inimaginável que se mostra acessível.
O amor sempre é o que está por perto. Não adianta ir longe.
Não é você que persegue, mas sim a vida que lhe entrega.
Como poderia o conhecido ser tão especial? Como aceitar que o que está ao redor é aquilo que mais preciso? Como acreditar que não é preciso ir longe? Como digerir que a solução da vida está a um palmo do nariz? Um senso crítico distorcido faz mal.
O apoio ao desconhecido, a falta de atenção ao milagre do amor, das realizações, e da vida que acontece todos os dias ao seu lado, com sua família, com seus conhecidos, com seus amigos...
Em casa de ferreiro, o mundo é de pau.

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