13.1.13

Renascer é Percorrer o Caminho em Busca do Oceano

Para todo problema complexo, aquele sem precedentes, interno, pessoal, sempre existe uma solução simples, elegante, fácil e completamente errada. Nesses momentos, nas encruzilhadas da vida, escolhas precisam ser feitas. 
O caminho correto é solitário, frio, escuro, úmido, complicado, estreito, difícil. E às vezes basta um olhar. Sem intenção, sem objetivos para se abrir um lado largo, convidativo, bonito, florido, acompanhado. Apenas uma mera fantasia para se abrir um grande buraco que te arrasta, suga, puxa, engole. 
Para todo problema complexo existe uma armadilha que depende exclusivamente de você para funcionar. Só se fica preso quando quiser de fato. Todo sofrimento, lágrima e desespero é encenação, ao mesmo tempo que não é. 
É caminhar do lado errado, gritando por ter caído na armadilha, gritando alto para não ouvir a si mesmo e perceber que só se está ali porque quer. E vamos batendo muitas fotos, na esperança de que em uma delas fiquemos apresentáveis. Distribuímos imagens ao longo do caminho, sabendo que voltar é difícil, por vezes impossível! 
A vida é mágica, mas nenhuma magia vai produzir efeitos ao contrário da sua vontade. E isso é o que há de tão fantástico e assustador no livre-arbítrio: sempre há uma escolha! Decidir no meio de dois caminhos significa que, não importa o que aconteça à sua volta, você sempre será um ser livre. Mas você nunca poderá culpar os deuses, o destino, a pobreza, os amigos, a família, a sociedade, seu corpo ou seus traumas pelo que você faz. É tudo com você! 
Escolher o difícil é saber que sempre existirá outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras possibilidades. E outras pessoas. E outros mundos. E outras cidades. E outras coisas... Viver é coisa séria! Não é imaginação, final de semana, irresponsabilidade. Existir não é carência, aleatoriedade, plantar e negar colheita. Mas como são belas aquelas imagens... 
‘Somos gotas. Formamos um rio que tem medo de cair no mar. Percorremos todos juntos uma jornada, todo o caminho complexo, sinuoso, difícil e quando olhamos à nossa frente, encontramos algo tão grande e azul que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Pode-se apenas ir em frente. E é somente quando entramos no oceano é que o medo desaparece. Descobrimos que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano. Escolher certo por um lado poder ser desaparecimento; por outro, renascimento.’

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