17.3.12

Quando o Perfeito não Comporta, o Erro Preenche

Aquela vontade de nunca mais escrever. Aquele sentimento de ter a vida sem palavras por perto.
Desejando os pensamentos que os olhos não podem ver. Ao mesmo instante que o coração passa a olhar com mais intensidade e os olhos passam a sentir coisas antes inimagináveis.
Parece incrível, mas tem um momento que um dia te alcança, aquele em que já não se acredita em mais nada. É se conformar, quando já não se acredita no que se vê, no que se sente, no que se desenha.
É ter certaza que é fundamental e é mesmo indispensável aprender a ser feliz sozinho. E que o mundo está estranho e cheio de pessoas estranhas. Palavras..., saudades, e aquilo que não aguentamos é o que gruda em nós, suja todo o papel.
Nessa vida é fácil deprimir, pois todo mundo nos dá um monte de razões, e é fácil mergulhar na tristeza. Mas não queríamos ser tristes, queríamos ser feliz realizando as palavras. Mudando tudo!
Queríamos um dia apenas, para provar que as palavras poderiam ser verdadeiras, e continuar mostrando para todo mundo a alegria que é quando a escrita encontra a vontade. Mas desistimos de escrever!
Ninguém se importa se estamos todos afobados a ponto de entregar nossas confissões e confusões ao mesmo tempo que desenhamos monstros. E a vida passa depressa. Escrita em linhas tortas...
Vai passar! Pois os dias são breves, e também breve é a ilusão da perfeição e da espera.
Aprendemos com o tempo que só nos braços de alguém é que as palavras podem nos fazer felizes. E a realidade é que essa não é a realidade. E se ao menos pudéssemos escrever o que dizem os nossos olhos...
Por isso desistimos de escrever. Vamos deixar esse vazio sozinho em si mesmo, completo, profundo, total. Um texto que não foi passado a limpo e que não possui um final. Palavras sem leitores.
Vilões e mocinhos em nossas biografias romanceadas, de nossos diários escancarados de monstros escondidos.

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