24.6.10

A Inevitabilidade do Problema

Após o namoro, você percebe que algo nele(a) nunca sequer namorou com você…
“Você achava que me conhecia bem demais, ficou confiante. Mas nunca olhou dentro da embalagem. Viu o externo e achou que aquilo era tudo, que já estava tão por dentro de mim quanto alguém poderia estar. Acomodou-se. Mas sou muito mais do que os olhos deles podiam ver ou o que suas mãos podiam sentir, e nesse desconhecido ele nunca se aventurou. Ficou com a rocha, se satisfez com a rocha e uma rocha era o que esperava que eu fosse.”
Além de confundirmos nosso(a) parceiro(a) com a identidade que por nós foi construída (já falei sobre isso em posts anteriores), não conseguimos ver os outros(as) homens(mulheres) por dentro da “embalagem”. Não vemos por completo.
As pessoas choram debaixo do chuveiro, ficam tristes antes de dormir, desejam dias melhores, podem até ter pensamentos suicidas, voltam para a cama e não desconfiamos de nada. Não nos damos conta dos sentimentos ocultos, de como um comentário pode ferir, de como podemos ser egoístas sem nos aperceber. Sutilmente inferiorizamos...
Por outro lado, podemos viver o lado mágico das relações transformadoras. Quando nosso(a) parceiro(a) se sente realmente vivo(a), olhado(a), cuidado(a), preenchido(a) dentro de uma relação, tudo o que não conseguimos identificar internamente consegue sentir esse calor. O inteiro fica feliz e completo no relacionamento.
Cuidar de um relacionamento é um esforço contínuo e nunca será definitivo. Ao tentarmos nos aproximar da totalidade do outro, percebemos que ela é inatingível, sempre expansível, sempre mutante. Um outro nasce diariamente e diariamente requer nossa atenção.

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