Tudo vira um nó, tudo
vira um só na imaginação e no pensamento. O resultado é sofrimento anunciado. Paixão sofrida.
Um ator idiota.
Ele quer o Eu e Tu
virando nós, e a realidade é o Ele observando e sofrendo, só, aos cantos.
A
pressa consome, o tempo destrói e a disposição tropeça com a indiferença na
primeira esquina.
A estranheza do oi
forçado, a balada sem o par perfeito, você abalado por tudo o que foi feito.
Poderia ser sublime,
mas não acontece, poderia ser fogo, mas não tem chama, poderia ter pele, mas não
tem toque. Simplesmente não é. Ali, no caminho do
improvável e do impossível, o mundo vira de ponta cabeça, derrubando todos os
coadjuvantes daquele terrível e dramático cenário de mal gosto.
Julgamentos. Saia
dessa, caia fora, esqueça. O canteiro está cheio de outras rosas. Mas as rosas, meu
amigo, essas tem espinhos conhecidos: atacam sem perdão e te machucam, não porque querem, mas porque você se atreveu a colhê-las. E como é
difícil não querer colher flores influenciado por aquilo que vem de dentro do
peito desenhado por falsas expectativas...
Se fosse para seguir o roteiro e escolher, obviamente optaríamos pelo disponível,
o que é alcançável, seguro, certeiro, indefeso: Mas parece que a vida é dada a dramas,
sem finais e inícios óbvios, cheio de expectadores de canteiros alheios.
Como é difícil conjugar,
quando o verbo é sentir mas o adjetivo é fracassado, quando a ação é beijar, querer,
mas o sujeito da frase não é você.
Nesse limbo –
localizado entre o céu de quem admira e o inferno de quem não dá a mínima -
está lá você que não vive o doce da retribuição, nem o amargo do não, pois a
indiferença não te larga e o silêncio é sua condenação.
É difícil saber como
agir. Você sabe que é errado. Que não devia. Que tem que esperar passar, que
tem que ir pescar, que tem de deixar rolar, que não tem de forçar, que tem que ir fazer o que deve ser feito. Sinta, sinto muito – sinta a sublime armardilha que você mesmo criou dentro de si, sinta o
fardo de não ser você o protagonista que se dá bem no fim na história de ninguém.
A vida é mesmo esse drama e, no final, é muito mais fácil ser mero expectador dela, se entregar à preguiça de não querer mais insistir, do que continuar como um mero ator idiota de uma tragédia romântica qualquer.
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