O assassinato do protagonista dos sonhos nos faz andar de mãos dadas com a culpa, vestidos de sentimentos baratos e ordinários. Pois cansamos de lutar contra e em busca de qualquer coisa.
Do protagonista ficarão apenas recordações de momentos rápidos, intensos e sem valor. Felicidade barata com hora marcada e fim determinado. Afinal, tudo tem começo meio e fim, tudo tem prazo de validade.
O sonho acabou. Histórias longas, de emoções curtas.
A culpa então cochicha... Ensina que felicidade é ponto de vista, é o ângulo perfeito do momento que não se repete. Felicidade é um ato, senti-la é um fato.
Cometemos um crime, ignorando todas as ponderações da razão. Dispensamos tempo, sentimentos, loucuras, pensamentos e medos. Tomamos risco. Nos tornamos especialistas. Não tivemos medo de errar e nem de perder.
Mesmo de pés atados, sempre corremos atrás do desejo, tentando ser feliz, tentando descobrir. Descobrir novos gostos. Desejando tudo a troco de nada. Sentindo que na vida, tudo que é relevante é bom e ruim na mesma intensidade.
E a partir desse crime, a cada dia que acordarmos, será um dia a mais acordados ao lado da culpa. Até que um dia ela tire, de vez, a vontade e a saudade, o desejo e o rancor, a verdade e a mentira.
Não existe vida sem engano.
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