Por mais que esteja escrito na testa, muitas vezes é sozinho. Por mais que chame atenção, é só com você.
Por mais que queira correr, é enfrentando.
Arraste a fumaça da ansiedade pelos cômodos, pinte as paredes de preocupações. Por mais que fale, é só sua vida.
Caminhe pelo longo corredor ecoando perguntas que ninguém responde. Arraste os móveis do medo e das incertezas. Tenha diálogos imaginários. Suponha finais felizes.
Por mais que escute, não é sobre você. Por mais que seja interessante, não interessa.
Explique motivos, exponha razões e arranque a verdade.
Por mais que acredite, não acontece. Por mais que espere, não tem ajuda.
Porque não é falar para pegar emprestado, é dar de presente. Porque não é ligar para saber o que aconteceu, mas estar junto, chorar junto, lamentar junto. Por que não é perguntar, mas se preocupar.
Não é ouvir por ouvir, é ouvir para agir. Não é apenas saber da notícia, lamentar e trocar de canal, de assunto.
Delírio. Espere por possibilidades. Apenas poucas e suficientes possibilidades...
Porque às vezes a vida nos permite escutar um passo, ao meio do silêncio, ao meio daquilo que não esperamos.
Às vezes alguém murmura, te ajuda, se preocupa. Um só basta para abrir a janela da confiança.
E essa pessoa, não liga, age! Não pergunta, faz! Não diz, estende a mão. Não diz qualquer coisa me liga, qualquer coisa me avisa...
Por mais que a casa das decepções estejam cheias, às vezes uma parede é derrubada.
O medo de olhar pela janela, olhos fixo em uma tv.
A vida é mesmo um ensaio de porquês. Fragmentos incompreensíveis, um tapete de indiretas espalhado pelo corredor da certeza. A maior mentira é a da calma aparente...
Mas são as dificuldades que dão a polida no caráter. É a notícia ruim que abre o mapa da verdade.
Por mais que não acreditemos, algumas pessoas podem ser anjos.
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