É o prazer do ato em si. Feito uma vez, percebe-se que na verdade o “encanto” deixa de existir. Mas já foi feito.
A partir daí inicia-se uma série de atos compulsivos onde o que predomina é a forma repetitiva e muitas vezes sem nexo que as coisas vão acontecendo.
Mas cuidado! É muito mais fácil você ser julgado para sempre pelo seu erro ou por uma escolha equivocada (mesmo que este tenha sido uma única vez) do que pelos outros 99% de acertos. E às vezes, esse erro, mesmo que único pode lhe acompanhar o resto da vida na forma de uma má reputação, de uma doença, de uma tragédia...
Todo mundo é obrigado a confessar os pecados, mas ninguém dá a mesma importância para as coisas que se faz de bem. Você não gostaria também de ter a oportunidade de confessar os acertos?
Uma exceção! Um desvio, um vício que vai debilitando sua mente. Você passa a respirar o que passou, não consegue esquecer, não tem para onde fugir. Você não controla mais onde seu pensamento estará. E qualquer outro pensamento será momentâneo e irrelevante.
A escolha do certo ou errado é algo misterioso que ninguém nunca saberá explicar direito. Por que nos sentimos atraídos por algo que sabemos fazer mal? Por que a opção da escolha? Não seria mais razoável ter só a opção da escolha certa? Mas não, sempre existem dois caminhos...
O fazer certo não dá para dizer o que é, nem de onde vem. Mas a obsessão pelo errado parece ser uma necessidade interna, uma operação defensiva, um aumento de angústia.
E assim vamos determinando escolhas com base na falsa imagem que criamos internamente sobre as coisas. Completamente perturbados por imposições sociais, regras culturais, mandamentos mil. Se existisse apenas um caminho, não existira mandamento.
A primeira exceção à sua regra particular é que marca, é a que fica. Pois será a primeira vez que uma regra não falou mais alto. E aí, em meio a todos os conflitos, surgirá o arrependimento.
Mas, porque se arrepender, pois, naquele momento, era aquilo mesmo o que você mais queria fazer?
O certo e o errado foram colocados à mesa, fazem parte da nossa existência e aprendizados. O errado serve para criar os problemas para acreditarmos que um dia tudo se resolve e acaba bem. Demasiadas expectativas!
O certo e o errado existem para que surja a ilusão que somos livres apenas porque estamos conscientes de nossas ações, mas desconhecemos totalmente as causas pelas quais essas ações são determinadas. Temos de aprender a aceitar as coisas, a deixar ir, a desligar. A aceitar. Aceitar é ser crescido. É aprender. Há quem aprenda e seja infeliz. A arte da boa consciência é a arte de enganar a si mesmo.
De todas as exceções possíveis, a que se faz por amor é a mais linda de todas elas.
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