16.11.11

Improvável, Decepção, Silêncio

O improvável é sempre o mais difícil. Mais difícil de aceitar, mais complicado de entender.
A decepção é improvável. Diante dela, você nunca sabe como vai reagir, o que vai falar ou escrever. Você se culpa e as palavras parecem sentir dificuldade em se expressar. Não sai explicação.
A última decepção sempre será igualmente difícil. É porque você sabe que é a última. Não parece ter retorno. O último beijo, o último abraço, o último olhar, o último sorriso, o último presente, a última surpresa, o último encontro. A partir daí a indiferença, o passado, a falta de alternativas, o silêncio...
Sem alternativa, tudo será silêncio. O último. Daquilo que foi e do que poderia ter sido.
É sempre difícil enfrentar o fim, mas é preciso. É preciso reconhecer esse improvável: há pessoas que nos falam e nem as escutamos, e há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam.
Mas é preciso continuar, é tudo o que sabemos. Mesmo que nos deixem no silêncio.
É preciso dizer palavras, enquanto houver. É preciso dizê-las até que um dia te digam.
Estranho castigo, estranha falta. Eterno pesadelo que não lhe deixará em paz. Mas é preciso continuar.
Um dia teve aquele pequeno instante de silêncio bom, um bom momento, aquele que durou o suficiente, que dura sempre, onde você foi você. Esse passou...
Você foge, mas sempre se encontra. Você se enche, mas de vazios. Um dia se arrepende. O amor é inquisitor.
O improvável e a decepção te levam até a porta que se abre para sua nova história. Ela se abrirá e viveremos o silêncio. O último. Daquilo que foi e do que poderia ter sido.
Até que nos encontrem. Que a surpresa um dia nos encontre juntos.

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