29.1.11

Barco Furado

Um oceano imenso. Um barco furado. Muita água entrando, o barco afundando.
Você vai, toma coragem e diz que gosta, o outro vai lhe querer mais ainda. Entra mais água. Você não está vencendo, seus braços já doem.
Se você bate no rosto dele(a), corre-se o risco de se amarem na fúria um do outro. Aí entra um caminhão de água no barco.
Se fala que arranjou outro, o outro nada vai dizer, o sentimento não vai mudar. Isso faz mais um furo, um furo enorme, e você já meio que desiste de lutar contra água que netra. Metade do barco fica coberto de água.
Se você fala que o(a) odeia, para o outro não significa nada. Só mais um furo. Mais água.
Se você diz que vai embora, o outro vai atrás, não importa para onde. Mais água. Seus braços já estão dormentes.
Se você pisa no coração do outro, ignorando-o, tratando-o com menosprezo, por um tempo isso não seria justificativa para que ele(a) a deixe, só vai ferir. E nesse momento seu barco corre o risco de virar.
Mas se você vai e diz: Eu te amo. Tá aí a solução! Tudo acaba! O outro finalmente vai embora e lhe deixa. O barco vira e todo mundo morre afogado.

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