6.9.10

Chuva. Vidro molhado. A Lua como Testemunha

Pingos de intenção, constantes, intensos, carregados de uma história curta. Pingos frios, transparentes e imperceptíveis.
Pingos de desejo, de uma hora em uma direção, de outra hora em outro sentido.
Pingos de culpa que caem do alto.
Todos eles esbarram em um vidro. Intolerante, irredutível, duro, intransponível, mas transparente e totalmente aberto aos olhos de todos.
Um vidro que determina os limites de um mundo diferente, um mundo para poucos entrarem e dele fazerem parte.
O vidro segura os pingos aos olhares incompreendidos de quem está do lado de dentro. Dentro de uma história sem final feliz e de um mundo particular.
Os pingos batem, escorrem, deixam certo lastro até desaparecerem por completo.
E lá do alto uma testemunha. A lua, imensa, brilhante, observa tudo. Em todos os momentos ela esteve lá. Compartilhando e sendo cenário de imagens inesquecíveis.
Mas a lua é muda. E a lua é apenas o único registro, a única memória.

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