28.1.05

A Biblioteca não é mais a Mesma sem Ela

Hoje é sábado, o dia está meio nublado, meio frio, mas nunca estive mais feliz.
Recebi um convite. Um convite para ir a uma biblioteca. O fato da biblioteca em si não é tão importante. O importante foi quem me fez o convite.
Uma menina. Meiga, com ar de inocente, que se diverte com as pequenas coisas, indefesa, feliz. Ela me impressionou desde a primeira vez que a vi. Agora ela me convida. Seu cabelo longo e enrolado é um convite!
Precisa fazer um trabalho de física. Precisa de um livro, precisa de alguém! Chamou-me.
Era um sábado de manhã. Fui com ela. Mesmo sem tocar, podia senti-la. Doce, ela era um doce. Não conseguia achar os livros e eu completamente perdido, somente prestando atenção a como ela lidava com a situação. O sorriso dela fez o tempo esquentar, o penal com os lápis todos certinhos e apontados eram apenas um detalhe naquelas mãos frágeis. Sua boca pedia a minha.
O dia passou, passou rápido demais. A biblioteca cheia de livros e de conhecimento me fez conhecer uma menina maravilhosa, frágil, linda, companheira. Um livro de física! A mesma dificuldade em dizer o que sentia. Eu somente a olhava...
Hoje a biblioteca está lá! Voltei lá! Sozinho.
A menina frágil não me acompanhou, seu sorriso desapareceu, ela perdeu o interesse por física. A fragilidade foi embora, as mãos frágeis são as mesmas que hoje agridem. Seu olhar está frio. O doce virou amargo. A biblioteca não é mais a mesma sem ela.
Mas ela também já não é mais a mesma. Seus lápis estão todos sujos. Ela não precisa mais de ninguém. Não quer ajuda. Quer enfrentar a dificuldade que é viver sozinha e do seu jeito. Será possível ela não sentir mais nada?
Mas o conhecimento da biblioteca diz que o caminho que ela toma é tão complicado quanto a um problema de física.

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