26.2.08

O Medo de Errar leva a Errar mais

“Errar é humano”. Ninguém tem problema em aceitar tal afirmação, mas o que percebe-se é que existe uma grande dificuldade em aceitarmos que somos humanos.
Quem nunca cometeu vários e vários erros, seja no trabalho, no relacionamento, nas ações, em palavras e na vida?
Tem gente que vive do erro e no erro e tem gente que vive tentando mostrar que não erra e que é perfeito.
Isso, apesar de prejudicial, acaba sendo normal tendo em vista uma sociedade das aparências, de máscaras, onde a imagem de perfeição é cultivada de todas as formas e jeitos. Aprendemos, desde criança, através exatamente da crítica, duas grandes falsidades: primeiro que é possível ser perfeito, segundo, que nós o devemos ser.
A raiz de muito sofrimento e de muitos problemas nos relacionamentos, no trabalho e na vida advém disso. A forma infantil com que lidamos com o erro nos coloca constantemente em um beco sem saída. De um lado queremos ter sucesso e para isso, queremos ser criativos, inovadores, empreendedores, destemidos, experimentadores e de outro lado queremos realizar uma imagem de acertar sempre. A capacidade de arriscar é incompatível com o medo de errar, ou seja, fazer as duas coisas é pura mentira e quem diz que consegue é mentiroso.
Estamos na vida para aprender e transmitir o que aprendemos, e o erro, no nosso caso, é uma poderosa ferramenta de educação. Passamos a vida como que por uma linha de aprendizado.
Um erro é um momento de tensão inicial e as pessoas precisam aprender a admitir e a lidar com isto, suportando inclusive o mau humor e emoções diante de sucessos e insucessos inevitáveis.
Diante do inevitável, precisamos encarar esse primeiro momento de tensão como uma experiência educativa, uma mudança de comportamento e de desempenho, mas sempre com um olhar otimista porque aquele novo aprendizado irá trazer benefícios futuros, irá formar uma nova pessoa.
Enquanto não admitirmos erros e que erramos, jamais teremos aprendido eficazmente e jamais nos tornaremos pessoas melhores. Continuaremos vivendo nesse mundo de falsidade e de semi-deuses.
Quando reconhecemos um erro, aumenta a nossa credibilidade. Sabemos que haverá esforço no sentido de não repetí-lo. Há uma relação direta, por isso mesmo, entre competência e capacidade de admitir o próprio erro. O erro faz parte de nós em todos os aspectos de nossa vida. Crescer é exatamente tomar consciência de nossa falhas, compreendê-las e mudar. O contrário nos leva à acomodação e nos coloca o tempo todo em guarda com medo de errar, com a culpa de ter errado e com a vergonha de ser descoberto por um erro que queremos esconder.
É claro que as pessoas, em geral, não são tolerantes com nossos erros, E isso cria um clima desmotivador. Geralmente o erro é visto como algo absoluto, como algo imperdoável, onde as pessoas têm verdadeiro pavor.
E quando não aceitam ou que são punidas por isso, por incrível que pareça, acumularão mais erros, mais fracassos e mais perdas. O motivo é simples: as pessoas ali sofrem com o erro e não aprendem com ele, e tendem a repetição deles.
O medo de errar leva a errar mais. Na educação dos filhos, na relação marido e mulher, no trato com outros e etc. A sugestão é que nós sejamos tolerantes com nossos erros.

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