"Tenho por princípios nunca fechar portas
Mas como mantê-las abertas o tempo todo,
Se em certos dias o vento quer derrubar tudo?"
Algumas presenças se tornam iguais a uma ventania sobre o nosso castelo de cartas.
Um castelo construído de promessas, certezas e planos. Sem alicerce, fundamento ou estrutura.
Saudades uma sobre as outras.
Montamos carta a carta o nosso nunca mais, o adeus, o não quero. Mas a lembrança é tempestade de vento sobre o nosso castelo de cartas.
Castelo de promessas que nunca se cumpririam.
Rejeitamos os pedidos dos olhos, mas a presença chega sem permissão.
A presença está em todos os lugares, nas conversas, nas situações. Naquilo que não podemos controlar. Assim como o vento que balança as nossas frágeis estruturas.
Como dizer não quando se quer dizer sim?
Como cumprir as promessas feitas a si mesmo, sendo que jamais deveriam ser feitas?
O castelo balança. Seguimos em frente a ilusão de algo duradouro. Passam-se dias, semanas, anos... Esperamos alguém. Achamos que temos o controle.
Continuamos nas promessas, construindo o nosso castelo de cartas. Cada vez maior, cada vez mais vistoso, cada vez mais frágil.
A ventania sopra como promessas que nunca deveriam ser feitas.
Um dia tudo desaba.
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