Ela é arquiteta em início de carreira, eu sou um analista financeiro experiente. Ele é de câncer, eu sou de virgem. Ele fala quatro línguas, eu mal falo português. Ela tem duas filhas pequenas, eu gosto de sair na balada. Ele gosta de acordar tarde, eu também. Ela é sonhadora, eu sou mais pé no chão. Ele é goiano e eu gosto de viajar. Ele gosta de fórmula 1 aos domingos e eu também.
Não adianta, ao se interessar por alguém, você vai procurar várias informações internas e externas para por fim, escolher aquele(a) que acha ser a pessoa mais correta para iniciar um novo relacionamento.
A idéia é sempre a mesma: encontrar aquele(a) que melhor se encaixa com você, aquela que mais poderia te fazer feliz. Um ideal complemento.
Usamos a lógica da similaridade e de diferença. Procuramos usar a razão.
O problema é que muitas vezes, na prática, o coração não segue esse perfil racional, quadradinho, e você vai insistir em gostar da pessoa que é a errada: "ela não tem nada a ver comigo, mas é ela que eu amo."
A escolha afetiva, ao contrário da racional, parece se guiar por uma atração pela encrenca e pelos problemas, e mais do que isso, guia-se por aquilo que se mostra difícil de conquistar. E além do mais, você acaba sendo conquistado por uma série de sinais não verbais, cheiros, comportamentos inconscientes que passam totalmente desapercebidos ao estar iniciando uma história amorosa.
Mais que qualquer característica ou aparência pessoal, se a pessoa é bonita(o) ou não, se você pensar bem, vai perceber que o que mais te atrai à pessoa interessada, é a dificuldade. Esse é o nome do jogo! Dificuldade!
Quanto mais bonita, mais rico, mais charmoso, ou quanto mais casada ela for, melhor e mais perigoso. Você encontra um propósito e a partir daí projeta, eu disse PRO-JE-TA no outro tudo aquilo que mais gostaria de ver numa pessoa. Você torna o outro simplesmente perfeito. Quanto maior a chance de não termos tal pessoa, mais projetamos e mais somos atraídos.
Resumindo, ser atraente é estar rotulado por uma possibilidade de perda. Se você fala: “Eu sempre me envolvo com a pessoa errada” ou vê outros dizendo: “foi só eu começar a namorar que surgiu um monte de pretendentes”, isso não é por acaso.
E se você acha que sempre repete os mesmos erros, isso acontece porque muitas vezes se busca pessoas que de uma forma ou de outra sinalizam para você (de uma forma ou de outra) justamente algo que te escapa, algo que parece luta perdida, ou algo que para você é totalmente incontrolável. E isso meu amigo(a) é a gasolina do fogo da paixão. Você cega!
Bem, digamos que uma vez apaixonado(a) por esse alguém que tem essas condições “impossíveis” que te atraem, e acaba-se por ficar com essa pessoa, e com o tempo, esta se mostrar apaixonada, totalmente entregue a você, o improvável acontece. Tudo acaba!
Aquele fogo que tanto nos seduzia perde o seu valor, perde a sua força, você perde o encanto.
Uma pessoa apaixonada por você, totalmente declarada, joga água nas pretensões do amor.
Ao dizer eu sou o seu homem, ou sou sua mulher, a relação baseada numa projeção acaba. Afinal a conquista foi feita, acabou a dificuldade, acabou o propósito.
E assim, em relação às expectativas amorosas, todos estarão quase sempre se queixando. Ou nos falta amor e somos desprezados ou temos amor demais e somos sufocados.
Se nos amamos mutuamente, os obstáculos, a sociedade, as regras ou os(as) rivais em abundância no mercado nos impedem de concretizar a relação.
O resultado pode ser um constante desencontro: gosto de quem não gosta de mim ou de alguém que não posso ter. Mas seguimos alimentando as esperanças que aos poucos nos matam.
“No fundo ela gosta de mim, mas não tem coragem de reconhecer”. “Deus ou o destino vai dar um jeito de trazer o meu amor para perto de mim”.
O problema é que quando, por acaso, recebemos um sim da pessoa que desejamos, logo nos decepcionamos, perdemos o interesse, a paixão se cala! “Não era bem ela que eu queria”. “Agora que o conheço melhor, vejo que não tem nada a ver comigo.” Dúvidas, dúvidas a cerca daquilo que até pouco tempo era tão certo...
A partir daí inventamos as mais belas desculpas para justificar o nosso desinteresse afetivo.
Qualquer defeito se transforma numa prova definitiva da incompatibilidade.
Como conseqüência dessa insatisfação permanente, nos meios mais normais, naqueles em que ainda valem os compromissos de se casar e se constituir família, encontramos cônjuges que acabam por não se sentir mais atraídos um pelo outro e percebe-se constantes pulos de cerca, tanto dos maridos quanto das esposas.
Já nos círculos em que os compromissos sociais são menos importantes, encontramos uma troca freqüente de parceiros. A atração e o encanto duram apenas o tempo de uma festa, uma balada ou uma noitada.
Aí você me fala que então estar satisfeito com o amor que se encontra parece ser muito raro ou quase impossível. É, isso mesmo!
Enquanto esperamos um amor de complemento, ficamos sempre insatisfeitos. Faça o teste! Dê uma olhada na sua lista telefônica ou relembre sua história e concordará comigo.
A única forma de encontrarmos alguém que nos complete é nunca alcançar o ideal pretendido.
Dê um jeito do seu relacionamento atual sempre ter uma via de escape ou uma possibilidade de dar errado e demonstre isso ao seu parceiro(a). Vai por mim!
E assim seguimos a vida, onde parece que o importante não é encontrar o amor, mas sim manter a máquina projetora ligada de algum jeito.
E enquanto o amor não se solidifica, você fica aí, defendendo com unhas e dentes a sua ilusão, o seu engano, sua projeção, as suas mentiras: é melhor não saber disso.
Utilize sua criatividade! Como manter o amor por alguém se o que sustenta a paixão é a dificuldade, a distância, a eterna marca de algo que pode se perder?
Devemos perceber o amor como um encontro com aquilo que nunca tivemos nem nunca teremos, aquilo que nos é impossível, aquilo que faz da vida e do outro um mistério absurdo e inalcançável. Só essa sombra permite que o encanto continue, a paixão perdure.
Mas não se engane, é uma tarefa árdua e que deve ser feita dia após dia. E nem todo mundo tem essa disposição, inclusive seu parceiro(a) atual.
Estamos acostumados a partir de uma projeção para outra, a disponibilidade dos maus amados é grande! E essa vida de partir para uma nova experiência todo final de semana é bem mais fácil né?
Parece que hoje a pessoas morrem de medo de amar. De ter de aceitar o trabalho árduo.
Amar exige que nos mantenhamos na incerteza, na surpresa, no acidente, na incompletude.
Olhe para o outro e não o veja. Enxergue-o como um estranho às vezes. Não o conheça por completo. Reconheça o outro como alguém que nunca possuirá por completo, alguém que te escapa permanentemente, uma pessoa que desde o princípio você vai perder.
O amor talvez exija alguém que possua a coragem de seguir amando sem o medo de não ser amado, alguém que não tema caminhar no desconhecido.
Curta a possibilidade de viver a experiência rara de se amar alguém. E viva as projeções do complemento ideal!
Não adianta, ao se interessar por alguém, você vai procurar várias informações internas e externas para por fim, escolher aquele(a) que acha ser a pessoa mais correta para iniciar um novo relacionamento.
A idéia é sempre a mesma: encontrar aquele(a) que melhor se encaixa com você, aquela que mais poderia te fazer feliz. Um ideal complemento.
Usamos a lógica da similaridade e de diferença. Procuramos usar a razão.
O problema é que muitas vezes, na prática, o coração não segue esse perfil racional, quadradinho, e você vai insistir em gostar da pessoa que é a errada: "ela não tem nada a ver comigo, mas é ela que eu amo."
A escolha afetiva, ao contrário da racional, parece se guiar por uma atração pela encrenca e pelos problemas, e mais do que isso, guia-se por aquilo que se mostra difícil de conquistar. E além do mais, você acaba sendo conquistado por uma série de sinais não verbais, cheiros, comportamentos inconscientes que passam totalmente desapercebidos ao estar iniciando uma história amorosa.
Mais que qualquer característica ou aparência pessoal, se a pessoa é bonita(o) ou não, se você pensar bem, vai perceber que o que mais te atrai à pessoa interessada, é a dificuldade. Esse é o nome do jogo! Dificuldade!
Quanto mais bonita, mais rico, mais charmoso, ou quanto mais casada ela for, melhor e mais perigoso. Você encontra um propósito e a partir daí projeta, eu disse PRO-JE-TA no outro tudo aquilo que mais gostaria de ver numa pessoa. Você torna o outro simplesmente perfeito. Quanto maior a chance de não termos tal pessoa, mais projetamos e mais somos atraídos.
Resumindo, ser atraente é estar rotulado por uma possibilidade de perda. Se você fala: “Eu sempre me envolvo com a pessoa errada” ou vê outros dizendo: “foi só eu começar a namorar que surgiu um monte de pretendentes”, isso não é por acaso.
E se você acha que sempre repete os mesmos erros, isso acontece porque muitas vezes se busca pessoas que de uma forma ou de outra sinalizam para você (de uma forma ou de outra) justamente algo que te escapa, algo que parece luta perdida, ou algo que para você é totalmente incontrolável. E isso meu amigo(a) é a gasolina do fogo da paixão. Você cega!
Bem, digamos que uma vez apaixonado(a) por esse alguém que tem essas condições “impossíveis” que te atraem, e acaba-se por ficar com essa pessoa, e com o tempo, esta se mostrar apaixonada, totalmente entregue a você, o improvável acontece. Tudo acaba!
Aquele fogo que tanto nos seduzia perde o seu valor, perde a sua força, você perde o encanto.
Uma pessoa apaixonada por você, totalmente declarada, joga água nas pretensões do amor.
Ao dizer eu sou o seu homem, ou sou sua mulher, a relação baseada numa projeção acaba. Afinal a conquista foi feita, acabou a dificuldade, acabou o propósito.
E assim, em relação às expectativas amorosas, todos estarão quase sempre se queixando. Ou nos falta amor e somos desprezados ou temos amor demais e somos sufocados.
Se nos amamos mutuamente, os obstáculos, a sociedade, as regras ou os(as) rivais em abundância no mercado nos impedem de concretizar a relação.
O resultado pode ser um constante desencontro: gosto de quem não gosta de mim ou de alguém que não posso ter. Mas seguimos alimentando as esperanças que aos poucos nos matam.
“No fundo ela gosta de mim, mas não tem coragem de reconhecer”. “Deus ou o destino vai dar um jeito de trazer o meu amor para perto de mim”.
O problema é que quando, por acaso, recebemos um sim da pessoa que desejamos, logo nos decepcionamos, perdemos o interesse, a paixão se cala! “Não era bem ela que eu queria”. “Agora que o conheço melhor, vejo que não tem nada a ver comigo.” Dúvidas, dúvidas a cerca daquilo que até pouco tempo era tão certo...
A partir daí inventamos as mais belas desculpas para justificar o nosso desinteresse afetivo.
Qualquer defeito se transforma numa prova definitiva da incompatibilidade.
Como conseqüência dessa insatisfação permanente, nos meios mais normais, naqueles em que ainda valem os compromissos de se casar e se constituir família, encontramos cônjuges que acabam por não se sentir mais atraídos um pelo outro e percebe-se constantes pulos de cerca, tanto dos maridos quanto das esposas.
Já nos círculos em que os compromissos sociais são menos importantes, encontramos uma troca freqüente de parceiros. A atração e o encanto duram apenas o tempo de uma festa, uma balada ou uma noitada.
Aí você me fala que então estar satisfeito com o amor que se encontra parece ser muito raro ou quase impossível. É, isso mesmo!
Enquanto esperamos um amor de complemento, ficamos sempre insatisfeitos. Faça o teste! Dê uma olhada na sua lista telefônica ou relembre sua história e concordará comigo.
A única forma de encontrarmos alguém que nos complete é nunca alcançar o ideal pretendido.
Dê um jeito do seu relacionamento atual sempre ter uma via de escape ou uma possibilidade de dar errado e demonstre isso ao seu parceiro(a). Vai por mim!
E assim seguimos a vida, onde parece que o importante não é encontrar o amor, mas sim manter a máquina projetora ligada de algum jeito.
E enquanto o amor não se solidifica, você fica aí, defendendo com unhas e dentes a sua ilusão, o seu engano, sua projeção, as suas mentiras: é melhor não saber disso.
Utilize sua criatividade! Como manter o amor por alguém se o que sustenta a paixão é a dificuldade, a distância, a eterna marca de algo que pode se perder?
Devemos perceber o amor como um encontro com aquilo que nunca tivemos nem nunca teremos, aquilo que nos é impossível, aquilo que faz da vida e do outro um mistério absurdo e inalcançável. Só essa sombra permite que o encanto continue, a paixão perdure.
Mas não se engane, é uma tarefa árdua e que deve ser feita dia após dia. E nem todo mundo tem essa disposição, inclusive seu parceiro(a) atual.
Estamos acostumados a partir de uma projeção para outra, a disponibilidade dos maus amados é grande! E essa vida de partir para uma nova experiência todo final de semana é bem mais fácil né?
Parece que hoje a pessoas morrem de medo de amar. De ter de aceitar o trabalho árduo.
Amar exige que nos mantenhamos na incerteza, na surpresa, no acidente, na incompletude.
Olhe para o outro e não o veja. Enxergue-o como um estranho às vezes. Não o conheça por completo. Reconheça o outro como alguém que nunca possuirá por completo, alguém que te escapa permanentemente, uma pessoa que desde o princípio você vai perder.
O amor talvez exija alguém que possua a coragem de seguir amando sem o medo de não ser amado, alguém que não tema caminhar no desconhecido.
Curta a possibilidade de viver a experiência rara de se amar alguém. E viva as projeções do complemento ideal!
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